O Homem, em breve, será outra
espécie na lista ameaçada de extinção
Enviado pelo autor

O que ocasionou o desequilíbrio ambiental,
ameaçando a vida no planeta Terra?

Por Julio Carlos Alves, empresário e presidente da ONG em defesa
meio ambiente "SOS Tancredão" -
http://geocities.yahoo.com.br/sostancredao

6 janeiro, 2006

Contrariando quaisquer prognósticos, muitas pesquisas e estudos não consideraram a lenta adaptação do homem em relação à velocidade das mudanças da natureza. O meio ambiente não esta conseguindo recuperar-se naturalmente. Décadas após décadas estamos tirando dele mais do que pode nos oferecer e, certamente se pudesse falar, neste instante, estaria gritando suplicando ajuda.

O caminho é despertar e provocar a conscientização e ações eficientes no combate a ameaça real da escassez dos recursos naturais. Principalmente a preservação e proteção das nascentes que alimentam as bacias, considerando alternativas simples e de baixo custo. A começar repensando hábitos domésticos que agridem ao meio ambiente, até a adesão das grandes empresas poluidoras. Parece utópico, perfeitamente aceitável na ótica da dimensão global, porém as possibilidades estão propícias. Existe a preocupação. Houve iniciativa do governo, empresas, entidades nacionais e internacionais em buscar soluções, após o sinal claro vindo da Amazônia, o conhecido "pulmão do mundo".

Nossa civilização está enfrentando esta situação preocupante, muito se deve a fatores impostos por nosso modo de vida, como preceitos errôneos da inesgotabilidade dos recursos naturais, hábitos consumista, ignorância no manejo do próprio lixo e desrespeito ao ecossistema.

O exemplo a seguir, surpreendentemente, vem de empresas antes poluidoras, e hoje responsáveis e preocupadas com a natureza, que investem pesado no conceito de produção. Seguem a prática da sustentabilidade ambiental, demonstrando ser possível coexistir, com respeito, o homem e o ambiente, minimizando drasticamente a agressão e ainda, mantendo a viabilidade econômica.

Fica evidente a necessidade do instinto coletivo de sobrevivência, como a de um formigueiro, todas unidas trabalhando em prol da continuidade da espécie, caso contrário a colônia estaria condenada à extinção.


Aquecimento já extingue dezenas
de espécies de anfíbio
Enviado pelo deputado federal José Sarney Filho, Brasília-DF

Fonte: Folha de S.Paulo
12 janeiro, 2006

Para uma equipe internacional de pesquisadores, acabou a necessidade de usar os verbos no futuro para falar das extinções de animais causadas pelo aquecimento global. As vítimas, dizem eles, estão tombando no presente mesmo: mais de 70 espécies de sapos da América tropical, dizimadas por um fungo que se beneficia de temperaturas mais altas.

O trabalho, que está na edição de hoje da revista científica "Nature" (www.nature.com), está sendo considerado um marco na tentativa de entender como o aumento da temperatura do planeta vai afetar a vida. As conclusões são assustadoras não só porque traçam uma relação clara entre aquecimento e extinção mas também por mostrar que as conseqüências do fenômeno podem se revelar, na prática, imprevisíveis.

Isso fica claro quando se considera o fungo assassino Batrachochytrium dendrobatidis, que parasita a pele sensível dos sapos. Ele supostamente "gosta" de temperaturas amenas --entre 17ºC e 25ºC--, o que poderia sugerir que o aquecimento global não é uma boa pedida para ele. Mas uma série de interações complexas o favorece, conta o ecólogo J. Alan Pounds, da Reserva de Floresta Tropical de Altitude de Monteverde, na Costa Rica.

"As mudanças nas interações entre espécies que resultarão do aquecimento serão muito importantes. E, por sua complexidade, podem ser muito difíceis de prever -são curingas no jogo", diz Pounds, coordenador do estudo.

Que as 110 espécies de sapos Atelopus andavam mal das pernas por causa do fungo, todo mundo já sabia. Pounds propôs um elo entre o problema e o aquecimento, e ele e seus colegas se puseram a investigar o caso.

Verificaram que 65% dessas espécies andam sumidas da América do Sul e Central --para todos efeitos, seriam extinções. O grupo viu também que, em 80% dos casos, o sumiço acontecia após anos anormalmente quentes. E se concentrava em áreas de montanhas e planaltos baixos (entre 1.000 e 2.000 m). Não parecia fazer sentido, diante da paixão do fungo por climas relativamente suaves.

O grupo viu, porém, que o aquecimento estimulava a formação de nuvens nesses lugares, o que, de dia, refrescava a temperatura e, de noite, a puxava para cima. O resultado é que, na média, o fungo estava no clima ideal. Detalhe: o parasita já atinge anfíbios na mata atlântica de Minas, diz o biólogo Reuber Brandão, do Ibama.

"É um trabalho muito importante, pois liga pela primeira vez a extinção de um grupo inteiro de espécies ao aquecimento", avalia Chris Thomas, biólogo da Universidade de York (Reino Unido).


Nosso futuro está no forno!
Da editoria do Jornal dos Amigos

Por Ronaldo Vasconcellos, vice-prefeito de Belo Horizonte,
ambientalista e professor

Fonte: Jornal "O Tempo"
15 dezembro, 2005

Um boton esquecido sobre um balcão, no salão onde as organizações não-governamentais tinham seus estandes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 11) – que acaba de ser realizada em Montreal –, trazia a seguinte mensagem: “Don’t burn our future!”, ou seja, “Não esquente nosso futuro!”

Pelo que vimos e ouvimos de representantes de diversos países e até mesmo do mundo científico, o planeta está passando por mudanças no clima, que certamente vem causando desastres ambientais de grandes proporções. Acho que não é preciso lembrar dos eventos ocorridos agora em 2005.

A pergunta que toma conta das discussões: é qual será a velocidade com que a temperatura da Terra continuará aumentando? Há quem diga que os efeitos do aquecimento global serão sentidos, cada vez mais, nos próximos dez anos.

Mesmo com a constatação de que o clima está mudando e isso por conta da emissão dos gases de origem fóssil, alguns países desenvolvidos querem colocar um fim no Protocolo de Kyoto. Não querem falar em continuidade às metas estabelecidas de redução de gases.

Em Montreal, por pouco o acordo internacional findaria em 2012. Nessa hora, temos de reconhecer o esforço e a competência da diplomacia brasileira e de outros países parceiros, como o Canadá.

Eles não arredaram o pé mesmo diante da negativa dos Estados Unidos em não querer dar continuidade a Kyoto.

Num discurso do prefeito de Montreal, Gerald Tremblay, no Fórum de Líderes Municipais, do qual Belo Horizonte participou efetivamente, ele disse que os países ricos não podem cobrar muito dos pobres e ainda mandar para cá carros e outros produtos que já não prestam mais para eles.

A posição dos líderes canadenses é muito favorável ao Brasil. Outro momento importante para os brasileiros na conferência foi o anúncio de redução, em 30%, na taxa de desmatamento na Amazônia. Caímos de 2,72 milhões de hectares (2004) para 1,89 milhões (2005).

Sem querer entrar na discussão sobre fotos de satélite com ou sem nuvens, o fato é que 830 mil hectares deixaram de ser derrubados em comparação com o ano anterior. Pode parecer pouco, mas estamos fazendo a lição de casa.

É importante que o governo continue desenvolvendo ações para assegurar reduções mais significativas nos próximos anos. O anúncio da redução foi feito pela ministra Marina Silva diante de boa parte da delegação brasileira presente no Palácio do Congresso, de Montreal.

Pena que a cobertura da imprensa internacional ficou a desejar. Afinal, é preciso que o mundo tome conhecimento daquilo que acontece no Brasil e que haja efetiva cooperação internacional para ações de controle e fomento do desenvolvimento florestal sustentável.

Os países ricos têm de viabilizar recursos para reduzir o desmatamento das florestas tropicais.

No Fórum de Líderes Municipais, os gestores públicos tiveram excelentes oportunidades de conhecer o que está sendo feito nas cidades para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e consequentemente melhorar a qualidade de vida de seus moradores.

Belo Horizonte levou suas experiências, mas trouxe muitos ensinamentos que podem e devem serem colocados em prática nos próximos anos. Precisamos avançar com o transporte de massa, levando o metrô a mais regiões da cidade. A adição de biodiesel no diesel dos ônibus urbanos é urgente.

Melhorar a eficiência energética nos equipamentos coletivos e, ainda, estudar a utilização de bicicletas em alguns corredores mais planos são algumas ações que o governo do município, com certeza, adotará a curto e médio prazos. A temperatura está esquentando!


Música de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Baião Malandro, de Egberto Gismonte
Seqüência Midi: Egberto Gismonte
Nota para a seqüência MIDI: *****

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Belo Horizonte, 20 janeiro, 2006

Artigo Verde