Enviado pelo autor, Sçao
Paulo-Capital
16 abril, 2011
O lixo e o homem
Por Juliano
Schiavo Sussi, jornalista e assesor de imprensa
E-mail:
jssjuliano@yahoo.com.br
Lixo. Palavra de quatro letras,
duas sílabas e vários desdobramentos. Para uns é
apenas algo que não tem utilidade. Para outros, esse rejeito
se converte em dinheiro, arte, algo que pode e deve ser reutilizado.
Depende do ponto de vista. Depende da consciência ecológica.
A relação do homem
com o lixo vem desde o início de seu desenvolvimento, quando,
ainda nômade, descartava seus restos de comida no ambiente.
Aos poucos, com o surgimento da agricultura, do fogo, de novas
técnicas de manejo dos elementos químicos e, somado
a esses fatos, o crescimento populacional, o lixo começou
se tornar um problema para a sociedade.
O que antes se restringia a restos
orgânicos (carne, frutas, cereais, entre outros), acabou
por se tornar de mais difícil decomposição.
Apareceram os restos de cerâmica, novas ligas metálicas,
esgoto, novos componentes de difícil degradação.
E o lixo começou a trazer doenças, ocupar espaço,
causar transtornos ao homem e ao ambiente.
Com o surgimento das indústrias,
esse problema se agravou. Houve um aumento no número de
produção de bens materiais e, por consequência,
um aumento na produção do lixo. O lixo enfim começou
a ser notado pela sociedade, tornando-se sinônimo de algo
que deve ficar longe das vistas e narizes humanos.
E, deste pequeno resumão
da história do lixo, pode-se concluir que o desenvolvimento
do homem está atrelado a sua produção de
lixo. Pegue-se como exemplo o espaço sideral que, desbravado
pela humanidade, atualmente conta com um 'lixão' espacial,
composto por mais de 100 mil objetos com tamanho superior a dez
centímetros.
São fragmentos de foguetes,
lascas de tintas, satélites desativados, peças soltas
e perdidas, além de uma centena de outros dejetos dessa
natureza. Como no espaço não existe seres decompositores,
esse lixo se torna eterno, a não ser que seja atraído
pela gravidade terrestre e venha a cair na superfície do
planeta. O que pode causar problemas sérios a quem estiver
embaixo.
Portanto, é necessário
enxergar que estamos no limiar da produção de resíduos,
sendo necessário adotar condutas individuais e também
cobrar políticas públicas que destinem corretamente
o lixo e estimulem um desenvolvimento sustentável.
Para quem estiver interessado:
Em 2008, junto com meu grupo de faculdade, desenvolvemos um livro-reportagem
como trabalho de conclusão de curso. São seis histórias
reais de pessoas que possuem ligação com o lixo.
Quem quiser baixar o livro gratuitamente pode acessar o link:
http://bit.ly/5WFff
Enviado por Didymo Borges, Recife-PE
2 fevereiro, 2009
Criar pássaros não
é legal
Por Manuella
Antunes
E-mail: mantunes@jc.com.br
Publicado no Jornal do Commercio
1º fevereiro, 2009
No céu, eles são
a imagem perfeita da liberdade. Nas gaiolas, o reflexo da angústia
e do desespero. Apertadinhos, espremidos, sem espaço para
voar. É assim que vivem os pássaros presos em cativeiro.
Seja por falta de consciência sobre as necessidades da espécie,
seja por gostar de cuidar e ouvir o canto das aves, muita gente
se sente à vontade para criá-los - por menor que
seja o espaço. O problema é que essa prática
envolve questões legais e debates éticos. Ativistas
em defesa dos animais são contra a criação
caseira e a justiça impõe limites à prática.
Entretanto, para quem já tem esses animais há muito
tempo vale conferir algumas dicas de especialistas sobre a maneira
correta de cuidar deles.
Integrante da Associação
Ecológica de Cooperação Social (Ecos), o
agrônomo Alexandre Moura explica que o grande problema em
criar qualquer tipo de ave reside na interrupção
do seu ciclo biológico. "Se um homem for privado do
contato com sua realidade - mesmo que desde cedo - seu instinto
não se apagará e a vontade de fugir vai prevalecer.
A mesma coisa acontece com os pássaros. Eles nunca perdem
suas necessidades biológicas - o impulso de voar",
afirma.
Entretanto, Moura ressalta que há os criadores conservacionistas
que, cadastrados no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
mantêm grandes viveiros e ajudam na reprodução
das espécies. O chefe interino da fiscalização
do Ibama, Alberto Rodrigues, explica que há três
tipos de criadores permitidos pela norma da entidade: o conservacionista,
o comercial e o científico. A população comum
que cria pássaros sem fins lucrativos ou acadêmicos
teria que se enquadrar na primeira opção. "Para
que liberemos essa criação, o interessado terá
que provar que tem espaço físico e renda suficiente
para isso. Eles ainda teriam que contratar um especialista que
se responsabilizasse pelos animais."
De acordo com a legislação
brasileira, criar, sem autorização, qualquer animal
silvestre é crime. "Todo bicho que faça parte
da fauna do País é classificado como silvestre",
esclarece Alberto Rodrigues. Assim, pela lei, só é
permitido manter em cativeiro as aves considerados exóticas,
ou seja: estrangeiras. Mas o assunto é controverso, pois
embora a legislação permita, a ética condena.
O juiz do 1º juizado especial criminal da capital, Aílton
Alfredo de Souza, explica que a lei também prevê
punição para qualquer ato de crueldade ou maus tratos
contra animais. "A criação caseira de aves
exóticas, apesar de ser politicamente incorreta, não
implica, necessariamente, em maus tratos", afirma.
Mas a posição da
presidente da Sociedade Ecológica e de Proteção
aos Animais São Francisco de Assis (Seprasa), Solange Santos,
é mais radical quando o assunto é a criação
de pássaros em cativeiro. Para ela, a privação
de liberdade por si já deveria ser considerada um ato cruel.
"Uma ave não é um brinquedo, é um ser
vivo", lembra. Ela diferencia os pássaros dos animais
domésticos. "Um cachorro e um gato nasceram com propensão
biológica a se adaptar melhor aos humanos, são animais
domésticos".
Solange entende que ainda há,
em Pernambuco, a cultura de criar passarinhos no quintal, simplesmente
para admirar a beleza e não por maldade. "Eu aconselho
que quem tem aves novas procure um especialista para realizar
um processo de reintrodução desses animais à
natureza. E para quem já tem pássaros velhinhos
em casa, quando a reintrodução é impossível,
cuide bem deles e não adquira novos".
E como quem já está na chuva vai mesmo se molhar,
melhor que seja com uma ajudinha. A veterinária Adriana
Quirino, apesar de afirmar - veementemente - que bom mesmo para
os pássaros é estar na natureza, destaca que é
preciso saber a maneira correta de cuidar deles, os alimentos
certos e o espaço adequado.
A especialista diz que, antes de mais nada, é necessário
respeitar o relógio biológico do animal. "Normalmente,
eles acordam com a luz do dia e vão dormir com o pôr
do sol. Mas, muitas vezes, como ficam em espaços como varandas
e áreas de serviço passam a noite com a luz acesa,
o que não é bom", garante. E complementa: "A
superexposição à luz pode cegá-los."
A alimentação também
deve ser levada em consideração. Apesar de variar
de acordo com as espécies - que em alguns casos só
comem "seco", ou seja, sementes - eles podem comer grãos,
frutas e verduras. Vale lembrar que os alimentos devem ser frescos.
"Alguns animais podem receber, também, um complexo
vitamínico específico", lembra Adriana Quirino.
"É preciso cuidar da
vermifugação. Na natureza, as frutas e sementes
que os pássaros comem são naturais e não
foram manuseadas pelo homem, como ocorre no cativeiro", afirma.
Ela lembra que, nesses casos, há remédios específicos
para aves.
As unhas também precisam de uma atenção especial,
pois na natureza se desgastam naturalmente devido aos galhos.
Então, o ideal é adequar o diâmetro do puleiro
ao tamanho da espécie. Se mesmo assim as unhas continuarem
grandes, será necessário aparar. Vale ressaltar
que o local onde o animal estiver não deve ser pintado,
pois as tintas podem trazer componentes tóxicos.
Vale lembrar que na natureza as
aves buscam abrigo contra chuva e sol forte. Então, nada
de deixá-los expostos ao clima. "Também não
é correto tirar um pássaro da jaula, gaiola ou viveiro
e trazer para dentro de casa, como se fosse um animal doméstico",
adverte Adriana.
Comentário
de Didymo Borges
Engaiolar pássaro
é cruel por que o condicionamento de vida do animal é
violentado.
Tenho um amigo
que me disse que uma vez comprou um canário. Ele diz que
adora ouvir o cantar dos pássaros. No mesmo dia em que
adquiriu o pobre animal, pendurou a gaiola no teto da área
de serviço do seu apartamento no sétimo andar, do
prédio em que reside. No dia seguinte pela manhã,
para decepção e remorso dele, encontrou o canário
morto na gaiola. Ele não sabia que o animal não
poderia ficar exposto durante toda a noite ao forte vento que
soprava na área de serviço, no sétimo andar
do prédio.
Muitos não
sabem sequer que é crime manter aprisionado um animal silvestre.
E outros, que se atrevem a criar animal em casa, não têm
a menor noção da tarefa que demanda muito tempo,
paciência e, sobretudo, conhecimento. O texto acima bem
demonstra esse fato ao afirmar: "De acordo com a legislação
brasileira, criar, sem autorização, qualquer animal
silvestre é crime. "Todo bicho que faça parte
da fauna do País é classificado como silvestre",
esclarece Alberto Rodrigues. Assim, pela Lei, só é
permitido manter em cativeiro as aves considerados exóticas,
ou seja: estrangeiras. Mas o assunto é controverso, pois
embora a legislação permita, a ética condena.
Edição
anterior
Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Rua Ramalhete",
de Tavito
Nota para a seqüência MIDI: *****
Participe
do Jornal
dos Amigos, cada
vez mais um jornal cidadão
O
Jornal dos Amigos agradece a seus colaboradores e incentiva os
leitores a enviarem textos, fotos ou ilustrações
com sugestões de idéias, artigos, poesias, crônicas,
amenidades, anedotas, receitas culinárias, casos interessantes,
qualquer coisa que possa interessar seus amigos. Escreva para
o e-mail:
Se
o conteúdo estiver de acordo com a linha editorial do jornal,
será publicado.
Não
esqueça de citar seu nome, a cidade de origem e a fonte
da informação.
Solicitamos
a nossos colaboradores que, ao enviarem seus textos, retirem as
"flechas", isto é,
limpem os textos daquelas "sujeiras" de reenvio do e-mail.
Isso facilita bastante para nós na edição.
Início
da página
www.jornaldosamigos.com.br