Articulação do Jornal
dos Amigos
12 abril, 2009
Cuba, o único
país do mundo com
desenvolvimento sustentável?
Por Douglas
Maciel, técnico em meio ambiente
Fonte: Tribuna do Paraopeba, Brumadinho-MG
Recentemente uma revista alemã
de geografia e natureza apontou Cuba como exemplo de país
sustentável, com grandes reservas naturais e rica biodiversidade.
Foi citado nessa edição especial da "Geo",
um relatório desenvolvido pela WWF (Wordlife Found) que
considera Cuba o único país no mundo com "economia
sustentável". Porém, esse desenvolvimento sustentável
se deve ao atraso econômico que existe na ilha.
O que nos leva a segunda pergunta:
Para que se tenha sustentabilidade é necessário
ter atraso econômico?
É um paradoxo dizer que
Cuba possui "desenvolvimento sustentável", sendo
que desenvolvimento mesmo Cuba não possui. O país
se tornou um exemplo desse "desenvolvimento" pela falta
de recursos, de indústria e de apoio econômico de
outros países (vide o bloqueio econômico que impede
que os cubanos comprem bens com tecnologia americana).
Esta notícia vem destacar
mais uma vez o grande conflito que existe entre a economia e a
sustentabilidade ambiental.
Como proceder para que exista aquecimento
da economia, consumo consciente e extração sustentável
de recursos naturais -para que as futuras gerações
possam usufruir desses mesmos recursos- é hoje talvez a
principal preocupação de toda a humanidade.
De acordo com o relatório
da WWF, que foi apresentado pela primeira vez em 2006 na capital
chinesa, se os padrões de desenvolvimento continuarem como
estão, em 2050 a humanidade precisaria extrair os recursos
naturais e a energia equivalente a dois planetas Terra. O consumo
de recursos pelo homem é tão grande que impede o
planeta de recuperá-los.
Precisamos repensar nossos métodos
e padrões de desenvolvimento. Não se pode mais voltar
às costas a essa questão primordial. Precisamos
sim, desenvolvimento e de uma economia forte, porém mais
do que isso, precisamos de um meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, como registra o brilhante Artigo 225 de nossa constituição.
Não podemos fugir a responsabilidade
que nos é imposta como coletividade, que é defender
e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Comentário
do Jornal dos Amigos
O discurso
do articulista Douglas é lógico, sensato e merece
os nossos aplausos. Mas sua mensagem precisa atingir ao grande
capital concentrado na indústria, no comércio e
também em governos que permitem a depredação
em nome da arrecadação. A riqueza concentrada nas
mãos de poucos que vem destruindo o planeta de fato não
encontra paralelo no governo de Cuba, que não permite uma
economia de mercado. A diferença é que enquanto
os grandes empresários destroem o meio ambiente, o governo
de Cuba destrói a alma humana.
Enviado pelo autor
25 agosto, 2004
Educação ambiental
Por Werno
Herckert, contador, membro da Academia Brasileira de Ciências
Contábeis, Membro da ACIN-Associação Científica
Internacional Neopatrimonialista, Membro da Corrente Doutrinária
Neopatrimonialista Brasileira
A educação ambiental
nasceu com o objetivo de gerar uma consciência ecológica
em cada ser humano, preocupada com o ensejar a oportunidade de
um conhecimento que permitisse mudar o comportamento volvido à
proteção da natureza.
O desenvolvimento sustentável
deve estar aliado à educação ambiental. A
família e a escola devem ser os iniciadores da educação
para preservar o ambiente natural. A criança, desde cedo,
deve aprender cuidar da natureza. No seio familiar e na escola
é que se deve iniciar a conscientização do
cuidado com o meio ambiente natural. É fundamental esta
educação ambiental pois responsabilizará
o educado para o resto de sua vida.
Segundo Munhoz (2004), uma das
formas de levar educação ambiental à comunidade
é pela ação direta do professor na sala de
aula e em atividades extracurriculares. Através de atividades
como leitura, trabalhos escolares, pesquisas e debates, os alunos
poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde
vivem; instados a refletir e criticar as ações de
desrespeito à ecologia, a essa riqueza que é patrimônio
do planeta, e, de todos os que nele se encontram.
E ainda diz: Os professores são
peças fundamentais no processo de conscientização
da sociedade dos problemas ambientais, pois buscarão desenvolver
em seus alunos hábitos e atitudes sadias de conservação
ambiental e respeito à natureza transformando-os em cidadãos
conscientes e comprometidos com o futuro do país.
Apesar da importância fundamental
do professor no processo de desenvolvimento da nação
ainda não se dá o devido valor, por parte de nossas
autoridades, ao professor e com isto a educação.
O Estado ainda não se conscientizou que a educação
é o veículo do bem estar social, mas, sim, de forma
oposta, se tem priorizado o interesse político de manter
a massa sem uma formação cultural adequada.
Qualquer ação de
proteção ambiental deve passar pela educação
ambiental.
Na carta de Belgrado, de 1975, apud Rebollo (2001), foi apresentado
uma linha de ação onde diz: a) conscientizar os
cidadãos de todo mundo sobre o problema ambiental; b) disponibilizar
o acesso a conhecimentos específicos sobre o meio ambiente;
c) promover atitudes para a preservação ambiental;
d) desenvolver habilidades específicas para ações
ambientais; e) criar uma capacidade de avaliação
das ações e programas implantados; f) promover a
participação de todos na solução dos
problemas ambientais.
Lopes de Sá (1999), afirma:
¨Há uma consciência mundial em marcha, cuja formação
se acelera e que condena a especulação gravosa da
riqueza tão como o uso inadequado de utilidades, como fatores
de destruição do planeta e lesão à
vida dos entes eu povoam o mundo¨. Diversos movimentos de
massa humana pressionaram os poderes políticos e catástrofes
expressivas (Bhopal em 1984, Chernobyl em 1986, afundamentos de
petroleiros, destruições de florestas etc.) e em
parte terminaram por convencer aos dirigentes do Estado de que
era grave a questão.
Caseirão (2000) diz (1997)
¨No Pólo Norte foi detectado partículas de césio,
que é produto radioativo, acumulados nos tecidos das focas
da área. Este fato demonstra que os problemas da poluição
não têm incidência meramente local. A poluição
é transportada para locais muito distantes daqueles em
que a mesma é produzida;
¨No Rio Grande do Sul, Brasil
(1998) um barco esteve cerca de uma semana a descarregar ácido
sulfúrico diretamente para as águas do porto, que
se situa perto da reserva ecológica da Lagoa dos Patos.
Resultado: a pesca teve de ser proibida numa faixa de 18 km, cerca
de 6,5 mil famílias de pescadores ficaram sem meio de subsistência
e o prazo estimado para a recuperação do ecossistema
destruído é de 10 anos¨.
Minamata, Japão (195?) informou:
¨As descargas contínuas de mercúrio na baía
de Minamata, provocaram o nascimento de vários bebes com
graves deformações físicas¨.
Prince William Sound, Alasca (1989),
também recrimina: ¨Um derramamento causado pelo superpetroleiro
Exxon Valdez destruiu todo o ecossistema da região, liquidou
mais de 250.000 aves e matou um número não determinado
de mamíferos marinhos e peixes. ¨Passados que estão
10 anos, a vida na região não está ainda
reconstituída e a Exxon já pagou indenizações
de valor superior a 2,5 mil milhões de dólares (cerca
de 450 milhões de contos)¨.
Consta no relatório Greenpeace
sobre a contaminação do leite por dioxina na Alemanha.
¨Em março de 1998, foram detectados níveis alarmantes
da substância cancerígenos dioxina no leite produzido
no estado alemão de Baden - Wurttemberg (sudeste da Alemanha).
¨O leite foi retirado do mercado. Investigações
científicas realizadas pelo Freiburg State Istitute for
Chemical Analysis of Food indicaram um aumento assustador dos
índices de dioxina nas amostras de leite e manteiga coletadas
desde setembro de 1997. A descoberta levou as autoridades alemãs
a conduzirem um estudo abrangente para determinar a fonte da contaminação¨.
São alguns exemplos, dos
muitos existentes, de referências a poluição
ambiental e de produtos que comprometem a vida do ser humano e
da terra.
O que precisa ser feito é
acelerar a conscientização ecológica na empresa
e na comunidade e construir uma cultura ambiental, que se imponha
àquela do consumo.
Para melhorar a qualidade ambiental
diz Frers (2000): ¨Dar a conhecer a um público cada
vez mais amplo as causas principais do problema e conseguir nele
a compreensão e conscientização sobre isso,
conhecer, compreender, tomar consciência e atuar, essa deve
ser a dinâmica e finalmente, formar uma Associação
não governamental que congrega a todos os participantes
ativos no processo, com o objetivo de organizar professores e
estudantes do sistema educativo nacional desde os níveis
elementares até os pós-graduados, a todos as associações
civis não governamentais e em fim a toda pessoa que responsável
e organizadamente, baseada em sua própria experiência
ou em dos demais, deseja atuar para oferecer um projeto alternativo
e fundamentado que possa dar aos governos de mecanismos de ação
cuja proposta seja da sociedade civil organizada¨.
Ainda é importante observar
o referido sobre o assunto em evento que reuniu Ministros da Educação
em Cúpula das Américas, Cúpula de Brasília
(1998): ¨A educação ambiental para a sustentabilidade
deve permitir que a educação se converta em uma
experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora
de sentidos e significados, que estimule a criatividade e permita
redirecionar a energia e a rebeldia da juventude para execução
de projetos de atividades com a construção de uma
sociedade mais justa, mais tolerante, mais eqüitativa, mais
solidária democrática e mais participativa e na
qual seja possível a vida com qualidade e dignidade¨.
Na atualidade se impõe a
necessidade da educação para o desenvolvimento sustentável
e do controle, por legislação do meio ambiente natural,
da gestão ambiental.
BIBLIOGRAFIA
CASEIRÃO, Manuel R. Auditoria
ambiental. Disponível em www.iscac.pt. Acesso em fevereiro
de 2000.
FRERS, Cristian. En busqueta de
una educación ambiental. Disponible em www.estrucplan.com.ar.
Acesso em: abril de 2004.
MUNHOZ, Tânia. Desenvolvimento
sustentável e educação ambiental. Disponível
em www.intelecto.net/cidadania/meio-5.html. Acesso em 2004.
REBOLLO, Mario Guilherme. A contabilidade
como instrumento de controle e proteção do meio
ambiente. Revista de Contabilidade do Conselho Regional do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, n. 104, p. 12-23, maio de 2001.
SÁ, Antônio Lopes
de. Contabilidade ambiental: uma responsabilidade social. Disponível
em www.crcmg.org.br/jornal. Acesso em: 1999.
Cúpula das Américas,
Cúpula de Brasília. Disponível em: www.maurolemes.hpg.ig.com.br/cupulaamericas.htm.
Acesso em abril de 2004.
GREENPEACE. Chega de poluição!
Disponível em: www.greenpeace.org.br. Acesso em abril de
2004.
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"Rua Ramalhete",
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