O Brasil e a OCDE

Articulação do Jornal dos Amigos

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A OCDE, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, é uma entidade internacional e intergovernamental que agrupa os países mais industrializados da economia de mercado. Com sede em Paris, França, os representantes dos países membros se reúnem para trocar informações e definir políticas com o objetivo de fomentar o crescimento econômico e o desenvolvimento dos países que participam da organização.

A instituição funciona como um fórum único, em que os governantes de 30 países dmocráticos trabalham em conjunto para responder desafios econômicos, sociais e ambientais no mundo civilizado. A OCDE também está na vanguarda dos esforços para compreender e auxiliar os governos a responder aos novos desafios e preocupações, tais como governança corporativa, economia da informação, e os desafios referentes ao envelhecimento da população.

Os atuais países membros da OCDE são: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, República Tcheca, Reino Unido, Suécia, Suíça e Turquia.

Comparativo de carga tributária entre os países da OCDE
Enviado pelo professor Ricardo Bergamini

Fonte: Receita Federal
Ano base: 2006

País

%

México
Grécia
J
apão
Estados unidos
República Eslovaca
Suíça
Austrália
Turquia
Canadá
Brasil
Polônia
Alemanha
Luxemburgo
Nova Zelândia
República Tcheca
Espanha
MÉDIA OCDE
Hungria
Reino Unido
Holanda
Islândia
Áustria
Itália
Finlândia
Noruega
França
Bélgica
Dinamarca
Suécia

20,60
27,40
27,40
28,20
29,60
30,10
30,90
32,50
33,40
33,51
34,30
35,70
36,30
36,50
36,70
36,70
36,73
37,10
37,40
39,50
41,40
41,90
42,70
43,50
43,60
44,50
44,80
49,00
50,10

Segundo o professor e economista Ricardo Bergamini, o que importa não é o tamanho da carga tributária de um país, mas sim a sua qualidade, como justifica a seguir.

a) No Brasil, a carga tributária é alta em relação ao retorno, ou seja, além do tamanho da carga tributária, o brasileiro médio ainda tem que pagar escolas particulares, plano de saúde, segurança particular e plano privado de aposentadoria.

b) O mais grave no Brasil é que a carga tributária é obtida (65,25%) de forma imoral e criminosa sobre os mais pobres, é altamente concentradora de renda, senão vejamos: apenas 34,75% da carga tributária da União são oriundas das Receitas Tributárias (qualitativas, incidem somente sobre a renda e o lucro), os 65,25% restantes são oriundas das Receitas de Contribuições (quantitativas, incidem, direta ou indiretamente, sobre todos os brasileiros de forma eqüitativa - sejam milionários ou miseráveis).


Levantamento sistemático da produção agrícola
Enviado pelo autor, Curitiba-PR

Em 2009, a safra deve atingir 137,3 milhões de toneladas

Por Ricardo Bergamini, professor e economista
E-mails: ricoberga@terra.com.br ou rbfln@terra.com.br
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

Fonte IBGE
Base: Dezembro de 2008

14 janeiro, 2009

A previsão para 2009 é de uma safra de cereais, leguminosas e oleaginosas 5,9% menor que a do ano passado, embora a área plantada deva crescer 0,8%. Com as informações de dezembro último, para 2008 o IBGE divulga uma produção nacional de 145,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, 9,5% maior que a de 2007, enquanto a área colhida (47,2 milhões de hectares) cresceu 4,1% no período.

Em dezembro, o terceiro prognóstico para a safra de 2009 estimou uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 137,3 milhões de toneladas, 5,9% menor que a obtida em 2008, e a área a ser colhida deverá ser de 47,6 milhões de hectares, 0,8% superior à de 2008 (47,2 milhões de hectares).

Os dados do terceiro prognóstico para 2009 são compostos por 77,3% de observações de campo e 22,7% de projeções. Os valores levantados nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia foram somados às projeções obtidas a partir das informações de anos anteriores para as Unidades da Federação que, por força do calendário agrícola, ainda não dispõem das primeiras estimativas.

Entre os produtos investigados, seis apresentam alta em relação à área colhida em 2008: arroz em casca (0,8%), cebola (2,2%), feijão em grão 1ª safra (14,6%), fumo em folha (2,5%), mandioca (0,3%) e soja em grão (0,4%). Com variação negativa, algodão herbáceo em caroço (13,6%), amendoim em casca 1ª safra (3,0%), batata-inglesa 1ª safra (6,9%), café em grão (2,6%) e o milho em grão 1ª safra (1,0%).

Espera-se altas na produção de arroz em casca (0,5%),cebola (3,9%), feijão em grão 1ª safra (13,9%) e mandioca (0,7%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (15,1%), amendoim em casca 1ª safra (7,0%), batata-inglesa 1ª safra (9,8%), café em grão (16,2%), fumo em folha (4,3%), milho em grão 1ª safra (11,9%) e soja em grão (1,9%).

O terceiro prognóstico da produção de algodão em caroço é de 3,4 milhões de toneladas, contra 4,0 milhões de toneladas obtidas em 2008 (-15,1%). Conforme observado em relatórios anteriores, a redução na produção ocorreu, principalmente, pela diminuição da área plantada, em face dos altos custos de produção, dificuldades de financiamentos e das baixas cotações da pluma. Todas as Unidades da Federação registram declínio no cultivo, sendo que o Mato Grosso, principal produtor (48,9% da produção nacional), reduziu em 20,9% a área a ser colhida e em 20,4% a produção esperada.

Para a safra 2009, a produção esperada de arroz é de 12,2 milhões de toneladas, superior em 0,5% à obtida em 2008. Este ganho se deve, especialmente, ao Rio Grande do Sul, principal produtor, que mostra um incremento de 2,7% na produção esperada e 2,6% na área. O Mato Grosso, principal estado produtor de arroz no Centro-Oeste, apresenta um incremento na área de 1,4%. Tal fato é decorrente das atuais boas cotações do produto e oportunidades de exportação recentemente verificadas. Além disso, o arroz tem custo de produção inferior ao da soja, conta com variedades produtivas adaptadas ao cultivo de sequeiro e as condições meteorológicas se apresentam favoráveis. Em Santa Catarina registram-se perdas de 1,7%, com as chuvas excessivas (com enchentes, alagamentos e desmoronamentos) nas microrregiões de Joinville, Blumenau, Itajaí e Jaraguá do Sul. Esses dados deverão ser revistos nos próximos levantamentos.

Para a produção nacional de feijão 1ª safra em 2009, os levantamentos realizados em dezembro apontam para uma produção de 1,8 milhão de toneladas, superando em 13,9% a alcançada em 2008 (1,6 milhão de toneladas). Comparativamente ao prognóstico anterior, a estimativa caiu 6,9% e novas informações dos três estados sulinos indicam que a estiagem na região oeste e as chuvas excessivas no litoral determinaram esta redução.

Com relação ao milho 1ª safra, espera-se uma produção de 35,2 milhões de toneladas, inferior em 11,9% à observada em 2008, devido à retração na área total plantada (3,2%), como também, a menor expectativa de rendimento (11,0%), passando de 4.244 kg/ha para 3.779 kg/ha. A exemplo do ocorrido com o feijão, a estiagem causou prejuízos nos principais pólos produtores. Os elevados custos de produção, a baixa cotação do produto e os estoques existentes também contribuíram para uma menor área cultivada.

O terceiro prognóstico de soja amplia a tendência de queda do produto. Para 2009, a produção esperada de 58,8 milhões de toneladas cairá 1,9% em relação a 2008. A área a ser colhida (21,4 milhões de hectares) crescerá 0,4%, enquanto o rendimento (2.753 kg/ha) cairá 2,3%. Frente ao prognóstico anterior, houve uma redução de 1,7% na produção, em face das perdas no Paraná (-7,5%), Santa Catarina (-3,0%) e Mato Grosso do Sul (-3,7%).

Para os grãos, de uma maneira geral, na Região Sul, as condições climáticas, com a falta de chuvas, provocaram a diminuição da produção esperada. Contribuiu para esta queda a menor utilização de fertilizantes.

O primeiro prognóstico do IBGE para a safra nacional de café é de 2.353.448 t ou 39,2 milhões de sacas de 60 Kg. A área total ocupada com a cultura será de 2.383.846 ha e a área a ser colhida, 2.164.643 ha.

Nesta estimativa, as duas espécies (arábica e canephora) estão consideradas em conjunto. O Espírito Santo, segundo maior produtor de café do País, tem cerca de 70% de café da espécie canephora e apenas 30% da espécie arábica. Em Minas Gerais, maior produtor, quase 100% do café é arábica.

Em 2008 o Brasil colheu 2.809.379 t ou 46,8 milhões de sacas de 60 kg. Para 2009, espera-se queda de 16,2% na produção, mas as atuais estimativas ainda podem mudar bastante nos próximos levantamentos. Em relação à safra colhida em 2008, a área total diminui 1,6%, a área a ser colhida está reduzida em 2,6% e o principal indicativo de "ano de baixa" (produtividade) encontra-se, inicialmente, reduzido em 14,0%. O café alterna anos de altas e baixas produtividades, uma característica da espécie Coffea arábica, a predominante no País. O café conilon, pertencente à espécie Coffea canephora, expressa com menor intensidade esta característica bianual devido à sua rusticidade. No mesmo grupo estão materiais genéticos como Robusta, Robustão, Vitória e outros.

As chuvas ocorridas no último trimestre de 2008 certamente concorreram para propiciar três floradas na maioria das regiões cafeeiras do Sudeste e do Sul (Paraná). No entanto, com o grande atraso verificado na colheita de 2008 (devido a problemas de estiagem em 2007), um fato pouco comum ocorreu nos cafezais: no mesmo pé de café, a nova florada conviveu com frutos tardios de 2008. Ainda não se pode afirmar se este fato trouxe alguma injúria às plantas.

Em 2008, produção de cereais, leguminosas e oleaginosas atingiu 145,8 milhões de toneladas

A décima segunda estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, indica uma produção da ordem de 145,8 milhões de toneladas. Superior em 9,5% à obtida em 2007 (133,1 milhões de toneladas). Esse volume supera em apenas 144.012 t o previsto em novembro. O incremento verificado é devido, principalmente, a reavaliações das culturas de inverno, especialmente o trigo. A área a ser colhida (47,2 milhões de hectares) aumentou em 4,1% frente a 2007. As culturas investigadas que ocuparam as maiores áreas em 2008 foram a soja, com 21,3 milhões de hectares, o milho com 14,4 milhões de hectares e o arroz com 2,9 milhões de hectares. O somatório das safras destes três produtos representa 89,7% da produção nacional estimada de grãos.

Regionalmente, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída: Região Sul, 61,3 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 50,7 milhões de toneladas; Sudeste, 17,5 milhões de toneladas; Nordeste, 12,5 milhões de toneladas e Norte, 3,8 milhões de toneladas.

Dentre os 25 produtos selecionados, 19 apresentam alta na estimativa de produção, em relação a 2007: amendoim em casca 1ª safra (38,8%), arroz em casca (9,7%), aveia em grão (12,5%), batata-inglesa 1ª safra (0,2%), batata-inglesa 2ª safra (24,1%), batata-inglesa 3ª safra (5,6%), cacau em amêndoa (5,8%), café em grão (25,0%), cana-de-açúcar (19,2%), feijão em grão 2ª safra (29,6%), feijão em grão 3ª safra (5,1%), laranja (0,9 %), mamona em baga (34,5%), milho em grão 1ª safra (10,7%), milho em grão 2ª safra (19,3%), soja em grão (3,4%), sorgo em grão (40,0%), trigo em grão (47,1%) e triticale em grão (1,6%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (2,4%), amendoim em casca 2ª safra (5,2%), cebola (1,3%), cevada em grão (0,4%), feijão em grão 1ª safra (9,9%) e mandioca (1,3%).

Com relação aos produtos cultivados na safra de verão, vale destacar que o arroz, milho e soja, principais culturas que respondem por aproximadamente 90% da produção nacional de grãos, apresentaram desempenhos muito bons com incrementos de 9,7%, 13,3% e 3,4%, respectivamente. Salienta-se também, que as cotações registraram bom nível até a metade do ano, mas a partir do segundo semestre sofreram quedas, especialmente, devido à crise mundial.

Para o café, dezembro marcou o final da safra de 2008. Em relação a 2007, o destaque foi Minas Gerais, maior produtor nacional, com alta de 43,5% na produção. Os números do Espírito Santo, segundo maior produtor do país, mostraram pequeno acréscimo de 0,1%, apesar da estiagem verificada em 2007. A falta de chuvas só não causou resultados negativos por causa da prática da irrigação, normalmente empregada na região.

Para o arábica, cultivado no sul do Estado, não houve registros de prejuízos. Ao contrário, 2008 foi considerado, pelos próprios cafeicultores, um ano excepcional para esta espécie. Os demais estados, grandes produtores de café, terminaram a safra confirmando acréscimos de produção, como São Paulo (18,2%), Rondônia (27,0%), Bahia (12,6%) e Paraná (49,9%). Com relação à área colhida, as variações em relação a 2007 são: Minas Gerais (+0,3%), Espírito Santo (-4,1%), Bahia (+3,0%),

São Paulo (-9,3%), Rondônia (-1,3%) e Paraná (-0,5%). A produção total do País cresceu 25,0% em relação a 2007. O rendimento médio nacional subiu 27,2%, o que evidencia a bi anualidade do café em seu ciclo de alta. A área colhida chega ao final da safra com decréscimo de 1,8% em relação a 2007.

Com a reavaliação das estimativas, a produção brasileira de cana-de-açúcar em 2008 foi da ordem de 653.181.799 toneladas, o que representou um crescimento de 19,2% em relação a 2007, e 0,3% ao do mês anterior. A expansão da área plantada em 12,5%, reflexo dos novos projetos que estão sendo implantados no país para atender a demanda de álcool, foi a principal responsável pelo crescimento da produção. Também, a produtividade vem crescendo nos últimos anos com a introdução de novas variedades e novas tecnologias.

Neste último levantamento do ano, São Paulo, responsável por 59,3% da produção brasileira (387,5 milhões de toneladas), registrou um crescimento de 18,3% em relação a 2007, porém inalterada frente ao mês anterior. O Estado deve destinar uma grande quantidade de cana para produção de álcool, com o objetivo de suprir a demanda pelo combustível de outros países e abastecer o mercado interno.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Delibes Pizzicato"
Nota para a seqüência Midi: ***
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Belo Horizonte, 14 janeiro, 2009