Lula não ganha a eleição
Enviada pela autora, Alegrete-RS

 
Por Sandra Silva, socióloga, professora
e acadêmica de direito

E-mail: sandra.silva@brturbo.com.br
 

Os resultados das pesquisas eleitorais promovidas por instituições e organizações interessadas em comunicar o pensamento dos brasileiros, continuam com percentuais aparentemente imbatíveis à reeleição do atual presidente da República do Brasil.
A matemática é uma ciência exata e dela, até prova em contrário, não se põe em dúvida a precisão do produto de um cálculo bem desenvolvido.

Em tempos de campeonato mundial de futebol as nações se aproximam através das informações veiculadas pela mídia e de toda sorte de publicações que circulam. Povos diferentes em língua, costumes, economia e religião são mostrados a todo o instante para todos. Mesmo que o interesse se concentre na figura geométrica do círculo, as pessoas vão armazenando em suas gavetinhas cerebrais toda a parafenárlia informativa que é lançada continuamente. O cérebro, mal comparando, se transforma em um programa tipo windows, com suas pastas amarelinhas guardando milhares de documentos.

Fala-se mal dos brasileiros. Diz-se que a massa populacional é miserável economicamente e de escolaridade duvidosa. Sabe ler, mas não discernir o que a leitura traz. E sem discernimento intelectual apenas as necessidades físicas são relevantes. Isto brutaliza as criaturas e provoca os índices das pesquisas.
A ideologia do governo brasileiro é de esquerda, ainda que esta terminologia tenha sido proscrita durante muito tempo no entendimento dos intelectuais que quiseram sepultar direita e esquerda.

O povo brasileiro, após décadas de república de direita, tomou-se da esperança de que o pensamento ideológico da esquerda resolveria seus problemas estruturais e, sob a chancela da ética, da probidade, da idoneidade, da lealdade, a jovem nação mudaria seu rumo. Sem armas, feridos ou mortos, a bastilha tombou.
O poder tem escaninhos. Filigranas. Mas não há códigos secretos. Sempre alguém vê ou ouve alguma coisa.

Tem-se assistido no cenário da administração brasileira a atos dignos de enredos cinematográficos. Falta autoridade, a Justiça ficou politizada, a corrupção se institucionalizou em todos os níveis governamentais. Sente-se promiscuidade entre representantes governamentais e bandidos. O esquema do Mensalão e do Caixa 2 trocando benesses individuais pelos interesses coletivos. A morte diária de dezenas de brasileiros, todos vítimas da violência que pouco é combatida em razão da ineficiência dos serviços de segurança pública. As depredações ao patrimônio público com indenizações que, sabe-se lá, acontecem ou não. A destruição de projetos de pesquisa por representantes de movimentos sociais. A inexplicabilidade do fato Celso Daniel. A farta distribuição de recursos públicos para o MST, MLST, UNE e UBES, entre outros. A questão do Foro de São Paulo. As Farcs. O acréscimo de 11.3% em cargos comissionados pela União. A tentativa de desarmar a população. O descaso com a saúde pública em contraposição ao esquema das ambulâncias. A agricultura deixada à própria sorte da climatologia.

Os brasileiros, embora lendo pouco e discernindo com dificuldade ante a luta diária pela sobrevivência, não perderam a noção do certo-errado, da mentira e da verdade. Portanto, Lula não ganha a eleição.


Porque seu voto não vale nada
Enviado pelo autor, São Paulo-Capital

Não adianta "votar certo", não adianta votar em branco, não adianta anular o voto... Não adianta mudar as moscas e a m... continuar a mesma. Qualquer um que chegar ao poder, neste sistema podre e corrupto, vai se tornar podre e corrupto...

Por Celso Afonso Brum Sagastume, professor

13 abril, 2006

Não se iluda pensando que o seu voto vale muito e que basta "votar certo" para que os problemas sociais se resolvam. Se você parar para pensar vai perceber que seu voto não vale NADA e que isso precisa mudar.

Em primeiro lugar, quase nenhuma eleição se decide por apenas 1 voto -nem por 10- e se uma eleição se decidir por uma quantidade tão pequena de votos, significa que os candidatos estão muito próximos da preferência do eleitor e tanto faz qual deles será eleito (menos para eles, é claro).

Em segundo lugar, quem realmente decide uma eleição é a maioria indecisa, desinformada e facilmente manipulada. Tanto é que os candidatos apostam na propaganda coerciva para obterem seus votos. Por isso é que os poderosos investem milhões neste sistema podre - para continuar no poder independente de quem ganhe.
E o pior é que para um eleitor ter condições de realmente escolher o melhor candidato, ele teria que conhecer detalhadamente a história de cada partido e cada político de forma imparcial - o que é uma tarefa quase impossível. A melhor coisa que um eleitor indeciso pode fazer é votar em branco, isso valorizaria o voto de quem tem mais convicção. Mas quantos são os eleitores realmente decididos, que não tenham interesses pessoais nas eleições (conseguir um emprego, por exemplo)?!

Em terceiro lugar, nada garante que a pessoa que foi eleita será, ou fará aquilo que prometeu. Aliás, ninguém sabe exatamente o que um político faz depois de eleito. Seria quase impossível ficar controlando o trabalho de vereadores, deputados, senadores... As pessoas têm muito mais o que fazer ou com o que se preocupar. O resultado é que as coisas vão de mal a pior. E a culpa é de quem???!!!

Se existem grandes diferenças entre os candidatos, ou partidos, e se realmente uns querem o bem público enquanto outros querem apenas tirar vantagem do poder, por que as decisões das urnas não são majoritárias? Por que os maus candidatos, ou partidos, não são banidos pela sociedade? Por que nenhum eleito (de qualquer partido) conseguiu resolver os principais problemas sociais? Será que não seria mais importante mudar o sistema eletivo e administrativo do que ficar querendo "votar certo"?

Acredito que é muito mais importante ter poder de exigir uma boa administração durante o mandato, do que ter apenas o poder de votar. Mas, enquanto isso não acontece, o atual sistema pelo menos exclui do poder quem quer apenas tirar proveito dele (será?).

O objetivo deste texto não é fazer com que as pessoas deixem de votar ou votem em branco, mas de alertar a sociedade para que busque novas alternativas ao atual sistema eletivo.


Triste fim da república
Enviada pela autora, Alegrete-RS

Por Sandra Silva

12 junho, 2006

Estamos estupefatos. Ou não? Afinal, as pesquisas eleitorais promovidas por idôneos institutos a pedido de igualmente sérias organizações, trazem resultados que desmentem os argumentos de que a sociedade brasileira condena os escândalos governamentais que vêm se registrando desde o mês de maio de 2005.

Alguns cientistas políticos afirmam que o fenômeno se dá em razão de que não se podem vincular as ações levianas e indecentes que envolveram inúmeros políticos, com a pessoa do presidente da república. Entende-se esse pensamento como temerário, lamentável. Todo o líder, todo o chefe, direta ou indiretamente, é responsável pelos atos de seus dirigidos. O escudo de que não sabia, não via e não ouvia, é frágil demais ou se traduz por incompetência e leviandade absoluta. Ainda mais em se tratando de administração pública.

Tristemente observa-se que a sociedade brasileira não percebe para onde está sendo levada. A ignorância das camadas populares, as quais, por contingência de vida, não conseguem decodificar a tela que está sendo veiculada pela força do poder econômico, indica que se está abastardado quando se deveria reagir à tirania da corrupção que tomou de assalto as instituições nacionais.

Maquiavel dizia que "governar é fazer acreditar". Inclusive no inexistente. O pensador está repleto de seguidores neste país Brasil.

As instituições nacionais começam a ser vítimas de ataques físicos violentos, porque as privadas há muito já sofrem invasões e, invariavelmente, o desmando e a inércia das autoridades.

Eles estão se aproximando e não estamos fazendo nada. Já nem se escondem, pisoteiam nosso patrimônio, impõem tributos cada vez mais pesados, e continuamos calados. Estamos com medo. E o medo emudece. E quando a voz é arrancada, já não se pode fazer mais nada.

Jorge Amado disse, em certa oportunidade, "que as ditaduras de esquerda são piores, pois contra as de direita pode-se lutar de peito aberto. Quem o fizer contra as das esquerdas acaba acusado de reacionário, vendido, traidor".

O voto nulo que tem sido apregoado será silêncio sem resultado, mas a continuarem as cretinices que tomaram conta do cenário político-administrativo do país, serão milhares dentro das urnas de outubro.

Caminhando em outro viés, vemos os aposentados com seus minguados salários reajustados apenas em cinco por cento. Percentual mais significativo apenas para os que percebem um único salário mínimo. A continuar assim, em breve vão receber apenas um salário ao final do mês. Esses brasileiros contribuíram durante trinta e cinco anos sobre uma quantidade "x" de salários para, na idade madura, continuarem mantendo o mesmo nível e até suportar as agruras que a idade avançada traz. Agora estão sendo surrupiados, a despeito de a Constituição Federal ser taxativa que "a lei não prejudicará o direito adquirido...".

Enquanto isso, os ditos movimentos sociais saqueiam, destroem, incendeiam, e não pagam a conta, mal respondendo a algum inquérito policial. Aliás, as despesas provocadas pelas safadezas de tantos têm sido cobradas apenas dos cidadãos justos, honestos, trabalhadores, cumpridores dos deveres tributários. O ressarcimento, quando existe, sempre é aquém ao que foi subtraído.

Sustenta-se, também, o fel da bandidagem que nos desapossa de bens móveis e imóveis, mas pior do que nos tirar patrimônio é nos arrancar os afetos, violentamente, legando a tortura da dor da perda até o momento da morte. Enquanto isso, em nome do respeito à lei que o Estado deve manter, os delinqüentes se banqueteiam às nossas custas e ainda exigem que sejam respeitados em sua integridade. O Estado não pode, certamente, agir como o bandido, mas também não pode ficar à mercê das exigências de quem só criou o conflito e a desordem.

O país Brasil gosta de olhar para Cuba e fazer observações de como a pequena ilha é socializada. Poderia adotar os métodos de tratamento impostos aos infratores daquele país. Afinal, se Fidel pode...

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Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Corsário, em variaçoes"
, de João Bosco
Nota para a seqüência MIDI: ****

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Belo Horizonte, 30 junho, 2006

Política