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A que ponto chegamos!!!
Enviada por Maria Ines, Juiz de Fora-MG
Brasil: uma nação órfã,
refém do seu próprio estado
Enviado pelo autor, Curitiba-PR
A tragédia brasileira não é de governo, mas sim de estado.
Constituinte já!
Por Ricardo Bergamini,
professor de economia
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
E-mail: ricoberga@terra.com.br
Enquanto Estado designa a organização de uma comunidade, a idéia de nação exprime esta comunidade em si mesma, cuja unidade é vivida, reconhecida pelas consciências, fora mesmo da ordem que o Estado aí faz reinar.
A pátria é, etimologicamente, a pátria terra, terra dos pais, esse lugar da terra onde nascemos. A pátria é um valor, certamente. Mas é preciso não sacrificar a esse valor outros valores também preciosos. Não nos fiemos no nacionalismo, caricatura do verdadeiro patriotismo. Não exijamos em nome do patriotismo, que nossa pátria oprima injustamente os mais frágeis, sejam internos ou externos. Existem valores de justiça, de verdade, que são valores universais e que transcendem a todas as pátrias.
Nenhuma das figuras supracitadas é suficiente para criar uma nação. A nação repousa, antes de tudo, sobre a vontade de seus membros, sobre sua consciência e seu desejo de formar uma nação. Foi o que disse Renan em uma página célebre:
Uma nação é uma alma, um princípio espiritual. Duas coisas que, verdadeiramente, não são mais que uma, constituem essa alma... Uma está no passado, a outra no presente. Uma é a posse comum de um rico legado de lembranças, a outra é o sentimento atual, o desejo de viver em conjunto, a vontade de continuar a fazer valer a herança que recebemos indivisas. Possuir glórias comuns no passado, uma vontade comum no presente, haver realizado grandes coisas em conjunto, querer realizar mais ainda, eis as condições essenciais que formam um povo.
Os árabes, por exemplo, possuem um sentimento muito intenso de sua comunidade e formavam, de qualquer modo, uma nação desde os tempos em que eram nômades.
Os Estados Unidos tomaram consciência de si mesmos e surgiram como nação na guerra de independência contra a Inglaterra.
Nação é imutável. Estado e governo são mutáveis.
Vamos aproveitar o momento de grave crise econômica, política, social e institucional que está vivendo o Brasil para iniciarmos um movimento para construção de uma nação brasileira. Para isso temos que abandonar definitivamente essa nossa visão míope de grupos, falanges, patotas, corporativismo e masturbação mental ideológica Além de ser fundamental abandonarmos também nossa visão mesquinha apenas do pecuniário e de vaidades pessoais (títulos, cargos e patentes). Vamos doar nosso saber e conhecimento para esse movimento, sem nada pedir em troca.
No estágio atual de putrefação do Brasil trocar de governo seria o mesmo que trocar de mosca e as fezes continuarem as mesmas. O Brasil necessita, urgentemente, de uma nova Assembléia Nacional Constituinte.
Pobres e ricos
Enviado por Marcelo Cerqueira
Por Rui Nogueira
8 maio, 2006
Fernando Henrique Cardoso, talvez se considerando homem rico, disse, em programa noturno de televisão, que os pobres quando chegam ao poder perdem o sentido do que são. Vale a pena transcrever a frase, tal como a divulgaram os jornais deste fim de semana: ''Você não pode mudar o seu jeitão quando chega ao poder. Pobre, quando chega lá em cima, pensa que é outra coisa''.
O que o presidente parece ter dito é que os pobres, ao chegarem ao poder, pensam que podem mandar, que são inteligentes e capazes. Mas -é o que se pode deduzir do que disse- os pobres são pobres, não são outra coisa. Devem ficar em seu lugar.
O ex-presidente da República, servidor do Estado, foi sempre remunerado pelo trabalho do povo brasileiro, e seu pai, respeitável oficial do Exército, também foi servidor público. Fernando Henrique se tornou bem jovem -e pelo próprio mérito- professor de sociologia da Universidade de São Paulo. O golpe militar o afastou da cátedra, mas não lhe atingiu a remuneração, porque o aposentaram prematuramente. No exterior, o professor Cardoso contou com a solidariedade internacional, dando aulas aqui e ali, e pelo que se sabe o magistério não confere mais do que uma vida digna, sem faustos, nem dificuldades maiores aos que a ele se dedicam. Podemos, portanto, aceitar que o ex-presidente não tenha falado em nome dos ricos. Ao ser entrevistado pelo irreverente Jô Soares, respondeu como um homem vindo da alta classe média, que se enriquece graças ao excepcional conhecimento que adquiriu na Presidência da República. Isso o autoriza a cobrar dezenas de milhares de dólares por conferência que profere, aqui e no exterior. Assim, por tudo isso, o professor Henrique Cardoso se autorizou a criticar Lula, não por ser Lula, mas por ser pobre. Aos pobres está vedado o poder, porque -é o que diz o sociólogo-, quando chegam lá, pensam que são outra coisa. Pensam que deixaram de ser pobres.
Estaria o ex-presidente se referindo apenas a Lula, ou a outros pobres que chegaram à Presidência da República? O torneiro mecânico é o primeiro trabalhador manual a chegar ao mais elevado cargo executivo em nosso país, mas não é, como registra a História, o primeiro de origem pobre. Houve outros pobres, e a memória nacional registra pelo menos cinco deles, à direita e à esquerda: Nilo Peçanha, nascido em Campos, de família modesta; Arthur Bernardes, filho de simples funcionário público, que teve que trabalhar para custear seus estudos; Juscelino Kubitschek, órfão, filho de professora primária, telegrafista enquanto estudava medicina; Jânio Quadros, filho de controvertido advogado do Mato Grosso, professor de ginásio quando entrou para a política; e Itamar Franco, órfão de pai, que trabalhou desde a adolescência. Todos eles tiveram que enfrentar fortes dificuldades na juventude, e a biografia de Fernando Henrique não registra esse incômodo. Naquele tempo, em que o país era menos desenvolvido, o Estado cuidava mais dos seus servidores do que dos banqueiros, e o general Cardoso pôde proporcionar conforto e educação esmerada aos filhos com o honrado soldo que lhe cabia. Hoje, e com a ajuda de Fernando Henrique, as coisas mudaram.
Deslumbrar-se com o poder não é maldição dos pobres. Quem não se recorda do fascínio que as pompas e glórias do cargo exerceram sobre o príncipe sociólogo? Em seu caso, sempre houve o desdém sobre o resto dos brasileiros. O próprio Jô Soares, que o entrevistou na semana passada, abriu um de seus programas vestido jocosamente como roceiro e usando chapéu de palha, porque o presidente dissera, horas antes, que os brasileiros são todos caipiras.
O ex-presidente governou o país como se estivesse sentado no mais alto trono do mundo, e isso faz lembrar cáustica frase de Montaigne sobre a anatomia e a arrogância do poder. Estava ausente de nossas dificuldades, preocupado em brilhar nas cortes européias e nos jardins de Harvard e Oxford. Mas não deveria ter dito o que disse. Como escreveu, em uma de suas crônicas, o inexcedível Rubem Braga, os pobres são muito orgulhosos. Devem ter anotado a ofensa.
Assim sendo, vai ser difícil aos tucanos derrotar Lula.
Nota do editor
É por isso que nós, eleitores de bem, estamos encrencados. Não nos resta outra alternativa a não ser anular o voto para presidente!
Pobre cidadania
Enviado por Luiz Carlos de O. Arantes, São Paulo-Capital
Por Ives Gandra Martins, jurista
28 abril, 2006
Os cidadãos brasileiros vivem uma
pseudodemocracia. Os sem-terra violentam, diariamente, a Constituição,
com o beneplácito das autoridades, principalmente do ministro responsável
pela reforma agrária. Os deputados, que não declararam nem
à Receita Federal, nem à Justiça Eleitoral, fantásticas
somas que dizem ter recebido como "Caixa 2" de campanha, são
absolvidos por seus pares, tendo-se a impressão de que a absolvição
decorreu de serem peixes do mesmo aquário, conivente e convenientemente
agraciados, por terem seus julgadores pecados semelhantes, ainda não
descobertos.
O presidente da Câmara, pateticamente, informa que a absolvição
dos que não declararam fortunas recebidas, nem à Receita
nem à Justiça Eleitoral, é "uma tradição
da Casa". O presidente da República esclarece que o que a
imprensa denominou de "propinoduto", para seu partido e seus
aliados são pecadilhos a serem perdoados. A Comissão de
Ética do Congresso é desmoralizada, pelo simples fato de
defender que parlamentares tenham comportamento digno e opor-se à
"tradição" de aeticidade da Casa do Povo.
Os cidadãos-contribuintes, entretanto, estão proibidos de
ter Caixa 2 ou de não declarar à Receita o que recebem,
apesar de serem eles que sustentam os parlamentares, os burocratas e políticos
que, por "tradição", recebem recursos "não
contabilizados" e "não declarados". Que malfadada
tradição é esta! Quem está no poder jamais
é preso, nem sofre qualquer ação da Polícia
Federal ou da Receita Federal. Quem é cidadão é detido
antes mesmo de qualquer processo, por mera suspeita, e recebe, depois,
autos de infração ciclópicos.
Pesquisas científicas de mais de 20 anos são destruídas,
assim como 5 milhões de mudas de eucalipto, com a complacência
do governo federal. Este não toma qualquer atitude contra o troglodita
líder dos sem-terra, que dá bombásticas entrevistas,
dizendo que tais pesquisas "são semelhantes àquelas
que levaram à produção da bomba atômica",
durante a 2ª Guerra Mundial! Se não fosse pela estupidez da
declaração (deve haver alguma forma de punir a estupidez
festiva), o simples incitamento à violência à Constituição,
à guerra civil, ao caos, à desordem, à desobediência,
seria motivo mais do que suficiente para deter esse cidadão, pois
é um perigo monumental para a democracia.
Quem declara que não pretende respeitar lei alguma, porque "ele é a lei" e continuará a invadir terras e destruir propriedades, porque "ele, somente ele, sabe o que é bom para 180 milhões de brasileiros", só por isto teria que ser preso, pois sua conduta é enquadrável no Código Penal. Continua, entretanto, assim como seu bando de estupradores da Constituição, soltos e a ameaçarem um governo acovardado de tomar as medidas necessárias para repor a ordem e o respeito à lei e à Constituição no país, como, de resto, o presidente prometeu, no juramento que fez à nação, no dia de sua posse.
O que mais impressiona é que tal grupo de violentadores, apesar de as pesquisas populares demonstrarem que não têm o apoio da população, nunca disputaram eleições para, pelo caminho correto na democracia, testar a aprovação de suas idéias. Na verdade, são uma elite ditatorial, tirânica, que pretende ver o Brasil dividido entre eles e, no momento, em que tiverem se apropriado da terra que desejam, não haverá mais terra para os futuros brasileiros e para ninguém.
A reforma agrária que desejam é apenas tirar a terra de quem produz e passá-la para suas mãos. São, pois, assaltantes da propriedade alheia. Esbulhadores, segundo a lei. Como a terra é um bem finito, no momento em que ficarem com toda ela, os "futuros sem-terra" que se danem. Pouco se fala, inclusive, de todo aparato que obtêm das autoridades governamentais, pago com os nossos tributos, ou seja, carros, tratores, celulares, armas, com o que, militarmente, podem organizar todas as invasões - leia-se todas as violações à lei, à Constituição e à ordem. E parcela ponderável dos que obtêm terras do governo, após esta pressão ilegal e injurídica, negociam-na em seguida, conforme os jornais já noticiaram.
É nesta pseudodemocracia, em que as autoridades não defendem a ética, que se autoperdoam das fortunas não-declaradas que transitam por suas contas e que não fazem respeitar os direitos dos cidadãos, nem a Lei, nem a ordem, que nós, os comuns mortais fora do poder, vivemos, pobres cidadãos sem direitos e sem proteção, assistindo a este melancólico desenrolar de acontecimentos em um país que vê seus sagrados sonhos de democracia naufragarem pela mediocridade e aeticidade de seus representantes e da violência de uma "nova classe social", que deseja a ruptura completa da ordem.
Pobres cidadãos!
Especial
O sonho dos ratos
Enviado por Joni Lopes, Rio de Janeiro-Capital
Por Rubens Alves
26 abril, 2006
Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa
velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos,
velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade. Mas ninguém
ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno
de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos
seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade...
Bem pertinho é modo de dizer. Na verdade, o queijo estava imensamente
longe, porque entre ele e os ratos estava um gato... O gato era malvado,
tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir.
Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco
para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho...
Os ratos odiavam o gato. Quanto mais o
odiavam mais irmãos se sentiam.O ódio a um inimigo comum
os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse
ou sonhavam com um cachorro...
Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos,
denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem),
e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica
dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos
e todos seriam iguais. "Quando se estabelecer a ditadura dos ratos",
diziam os camundongos, "então todos serão felizes"...
- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.
- Socializaremos o queijo, dizia outro.
Todos batiam palmas e cantavam as mesmas
canções. Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria
bonito quando o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo.
E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das
propriedades dos queijos sonhados: não diminuem, crescem sempre.
E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: "o queijo,
já!"...
Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era. O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum.
E foi então que a transformação
aconteceu. Bastou a primeira mordida.
Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes
dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem. Assim,
quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco
para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como
se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver
quanto do queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.
Arreganharam os dentes. Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios
inimigos.
A briga começou. Os mais fortes
expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram
a brigar entre si. Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que
só assim se restabeleceria a ordem. O projeto de socialização
do queijo foi aprovado nos seguintes termos: "Qualquer pedaço
de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para
ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado
pelo dono".
Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram
condenados a ficar esperando.. Os ratinhos magros, de dentro do buraco
escuro, não podiam
compreender o que havia acontecido. O mais inexplicável era a transformação
que se
operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo
o jeito do gato, o olhar malvado, os dentes à mostra. Os ratos
magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de
antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não
havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo
vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão
parecidos.
Nota do editor
Qualquer
semelhança com o PT de antes e depois de 2002 não é
mera coincidência...
Frase atribuída
a Joelmir Betting: "O PT é mesmo um partido interessante,
começou com presos políticos e vai terminar com políticos
presos".
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Triste", de Tom Jobim
Nota para a seqüência MIDI: ****
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