|
Comportamento do senhor José
Serra
Enviada por Sonia Regina Tannuri, Rio de Janeiro-Capital
Não sou e nunca fui petista. Sempre tive receio das reações histéricas dos radicais do PT. Votei no Ciro Gomes no primeiro turno e, no segundo turno, tive de votar no Lula só para não votar no Serra
Por Sérgio Rebelo
30 janeiro, 2006
Quando eu era o comandante da Base Aérea de São Paulo, testemunhei um fato sobre o comportamento do Serra que me deixou perplexo. Ele era o ministro do Planejamento do presidente Fernando Henrique Cardoso e, tanto quanto outras autoridades, costumava viajar para São Paulo, em aeronaves da FAB, em alguns finais de semana. A liturgia do cargo me obrigava a ir receber as autoridades da República que chegassem ou saíssem da unidade que eu comandava. De uma | ![]() Enviado por Fábio Espíndola Gomes, Mandaqui-SP |
|
maneira geral essa tarefa me dava prazer, pois podia conversar com os ministros e com o próprio presidente, e podia conhecer as idéias deles e estimar o caráter pela forma como agiam e pelo que diziam. |
De todos eles, incluindo o presidente,
só o Bresser Pereira e o Serra eram mal educados, grosseiros e
faziam questão de demonstrar que não tinham a mínima
simpatia pelas Forças Armadas e pelas pessoas que as integravam.
Numa sexta-feira à noite, por volta das 21h00, fui ao pátio
de estacionamento para receber o ministro Serra. Ele chegou e, como sempre
fazia, fez questão de agir como se eu não estivesse ali.
Passou por mim e entrou no carro que o esperava. Fui então até
o avião para dar boa noite aos pilotos. Eram dois capitães
que estavam, juntamente com o sargento mecânico, catando pedacinhos
de jornal picado que estavam espalhados no piso. Perguntei como aqueles
pedaços de jornal haviam ido parar no piso da aeronave. A resposta
do comandante foi a seguinte: "O ministro Serra veio lendo e rasgando
as folhas do jornal e, ao chegar, disse que ele tinha feito aquilo para
que tivéssemos alguma coisa para fazer".
Eu posso compreender que uma pessoa que foi perseguida por um regime político
tenha ódio dos que fizeram isso com ele. Mas não consigo
entender como um indivíduo pode querer 'descontar' seus traumas
e recalques numa geração de militares que nem sequer tinha
nascido quando ele sofreu a tal perseguição política.
Eu fico imaginando como uma mente doente como essa iria governar um Brasil
para todos os brasileiros.
Não sou e nunca fui petista. Sempre tive receio das reações
histéricas dos radicais do PT. Votei no Ciro Gomes no primeiro
turno e, no segundo turno, tive de votar no Lula só para não
votar no Serra.
Espero que desta vez eu possa ter uma melhor opção.
Precisa-se de matéria-prima
para construir um País
Enviado por Carlos Fernando
Priess, Florianópolis, SC
Por João Ubaldo Ribeiro
2 janeiro, 2006
A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a esperteza é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal e se tira um só jornal, deixando os demais onde estão.
Pertenço ao país onde as empresas privadas são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filho...e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não em outra parte...
Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados...igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar, um novo governador
com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está
muito claro... Somos nós os que temos que mudar. Sim, creio que
isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos
a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente
tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da
estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o
responsável, não para castigá-lo, senão para
exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não
se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável
e estou seguro que o encontrarei quando me olhar no espelho. Aí
está. Não preciso procurá-lo em outro lado.
A escola integral de
Alckmin
Envido pelo autor, Americana-SP
Juliano Schiavo
Sussi, estudante de jornalismo
E-mail: jssjuliano@yahoo.com.br
10 fevereiro, 2006
Na luta pela conquista presidencial vale de tudo. Geraldo Alckmin, governador
de São Paulo, anseia o poder e sabe jogar pesado. Quer mostrar
que investe na área educacional, uma área até então
esquecida pelo nobre tucano. Para demonstrar sua preocupação
com um dos pilares do desenvolvimento do país, a educação,
Geraldo implantará a escola de tempo integral. Uma conquista? Aparentemente
sim. Mas é necessário rever os problemas que norteiam a
famigerada educação estadual.
A começar pela Progressão Continuada, que foi implantada
em 1998 durante a gestão do governador Mário Covas (PSDB),
e que reorganizou o ensino público fundamental em dois ciclos:
o ciclo I, de primeira à quarta série, e o ciclo II, de
quinta à oitava. Em ambos, a reprovação dos alunos
foi impedida. Portanto, basta o aluno estar presente em sala de aula que
automaticamente ele passará de ano. Absorver conhecimentos, nesse
modelo de progressão continuada, não é importante.
O importante é a presença, nada mais.
Educação não é
questão prioritária para a cúpula tucana, é
questão que se discute em épocas de eleição.
Houve melhorias? Sim, mas foram poucas. As escolas foram deixadas à
míngua, e quem as sustenta é o dinheiro arrecadado pela
Associação de Pais e Mestres com o dinheiro proveniente
das Festinhas de São João.
Tratar de educação, para Alckmin, se restringe a números,
não a qualidade de ensino. Torna mais impacto para a mídia
dizer que tantos por cento de crianças estão nas escolas,
ao invés de mostrar o que realmente elas estão aprendendo
nas salas de aula. A baixa qualidade do ensino estadual reflete na sociedade.
Da escola não sai o alfabetizado, sai o analfabeto funcional, que
não entende frases mais complexas.
Os professores também foram esquecidos. Pelo trabalho que exercem,
são mal remunerados e têm que se desdobrarem para lidar com
uma classe de 50 alunos.
Alckmin tem uma visão empresarial distorcida do ensino. Pensa que
quanto mais tempo nas escolas, melhor a absorção de conhecimento.
Ledo engano. Sem qualidade, é melhor ficar em casa dormindo.
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Baião Malandro", de Egberto Gismonte
Seqüência Midi: Egberto
Gismonte
Nota para a seqüência MIDI: *****
Participe do Jornal dos Amigos,
cada vez mais um jornal cidadão
O Jornal dos Amigos agradece a seus colaboradores e incentiva os leitores a enviarem textos, fotos ou ilustrações com sugestões de idéias, artigos, poesias, crônicas, amenidades, anedotas, receitas culinárias, casos interessantes, qualquer coisa que possa interessar os seus amigos. Escreva para o e-mail:
Se o
conteúdo estiver de acordo com a linha editorial do jornal, será
publicado.
Não esqueça de citar o seu nome, a cidade de origem e a
fonte da informação.
Solicitamos
a nossos colaboradores que, ao enviarem seus textos, retirem as "flechas",
isto é, limpem os textos daquelas "sujeiras" de reenvio
do e-mail. Isso facilita bastante para nós na diagramação.
Política