"A moral na política é ao mesmo tempo absolutamente indispensável e totalmente impossível"
Jean-Paul Sartre, filósosofo e escritor

Investigue o passado político

Da editoria do Jornal dos Amigos

Se você quer saber como será o comportamento de seu futuro
candidato a cargo eletivo, procure investigar seu passado.

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  Apagando incêndio em Roraima

Lula ecológico -> demagogia
  Matando passarinho com estilingue

Lula não ecológico -> perverso

Mensalinho, mensalão, aldosalão
Enviado por Paulo Sérgio Loredo, São Paulo-Capital

Por Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga
E-mail:
mlucia@sercomtel.com.br

2 outubro, 2005

258 neopicaretas, para usar palavreado similar ao do presidente Luiz Inácio, elegeram o comunista Aldo Rebelo (PCdoB/SP) presidente da Câmara dos Deputados a poder de muito capital neles investido pelo governo. José Thomaz Nonô (PFL-AL), que empatou com Rebelo no primeiro turno, fez 243 votos, e os 15 votos a mais levaram ao delírio principalmente petistas temerosos de serem cassados. De novo houve negociação de votos, desta vez pela fabulosa quantia de R$ 1,515 bilhões, mais promessas de cargos.

Quanto ao presidente Luiz Inácio, que recentemente ao receber campeões de Judô disse que ia ficar em cima do tapume (o certo seria tatame) para lutar, deve estar ainda comemorando a vitória. Afinal, foi ele em pessoa que operou o Aldosalão, um recorde muito acima de mensalinhos e mensalões.

Sua Excelência, que em entrevista em Paris justificou o caixa 2 “porque todo mundo muito tem”; que é a favor de perdoar o deputado petista, Professor Luizinho, porque este só recebeu R$ 20 mil de Marcos Valério; que considerou R$ 40 mil troco quando uma empresária de Santo André se queixou que tinha que dar mensalmente essa quantia a Prefeitura para abastecer o caixa 2 do PT; deve realmente estar orgulhoso da compra dos 258 neopicaretas. Afinal, não foi por nenhuma “peteca” que eles, como diria o personagem do Coronel e o Lobisomem, “curvaram o espinhaço subalternista” diante do governo.

Ressalve-se, contudo, que o poder de ouro de sua excelência é originado dos pesados impostos pagos pelos contribuintes, entre os quais se incluem os quase 53 milhões de eleitores que depositaram sua confiança no humilde operário que vinha para mudar, para acabar com a corrupção, para mostrar como a esquerda detém o monopólio da ética.

Só tem um problema para os que venderam seu voto: o PT e seu presidente da República têm se notabilizado em vender mercadoria e não entregar. Fiquem atentos, portanto, os 258 neopicaretas movidos a mesalinhos, mensalões e agora a Aldosalão.

Aldo Rebelo, que como deputado se distinguiu com o relevante Projeto de Lei 2772/2003, que instituiu 31 de outubro como o “Dia Nacional do Saci Pererê”, tem perfil que se encaixa às mil maravilhas aos desígnios de domínio do Executivo. Direi até que ele é muito melhor do que quaisquer petistas já que esses, sendo autofágicos, acabam mais atrapalhando do que ajudando. Calado, feições inexpressivas, Rebelo é o típico comunista que se anula em nome do todo. Isso ele demonstrou de sobra quando foi usado pelo então todo-poderoso José Dirceu, que manobrava à sombra e mandava para frente de batalha o aparente coordenador político do governo. Quando as manobras fracassavam, e isso aconteceu várias vezes, a culpa era do Aldo. E durante a fritura de meses, o disciplinado camarada se submeteu sem queixas às labaredas da fogueira da humilhação.

Agora o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, testemunha de defesa de José Dirceu, apesar de ser tão sério se permitiu uma piada: disse ser independente do governo. Entretanto, ele está pronto para continuar a trajetória de serviços à causa. Na verdade, já trouxe esperanças a Dirceus e Janenes, a Luizinhos e João Paulos. Desse modo, não será surpresa se das longas CPIs restar como cassado somente Roberto Jefferson. Os demais seriam inocentados. Apenas no caso do deputado José Dirceu, que se diz o mais inocente de todos, permanece um mistério: se ele é tão puro quanto uma criancinha, por que será que saiu chispando quando Roberto Jefferson desferiu aquele “saí daí Zé, para não complicar o presidente?”

Ninguém, contudo, deve estar mais feliz do que o presidente da República. A nuvem negra do impeachment desapareceu. O camarada Aldo lá está como um escudo para sustar qualquer investida de algum atrevido.

A apertada vitória, que elevou Aldo Rebelo à condição de terceiro homem mais importante da República, pois na falta do presidente e do vice-presidente é ele que assume o comando da Nação, faz pensar em como nossa democracia está se esvaindo sob o governo petista. Nesse sentido, os 258 neopicaretas são emblemáticos na medida em que, com sua peculiar ganância e postura aética, não se importaram nem um pouco em entregar a chave da porta do Legislativo ao Executivo. Como no Judiciário um outro presidente segura as pontas do governo, a pergunta a se fazer é a seguinte: já estamos vivendo sob uma ditadura disfarçada, versão adaptada e mais branda do modelo de Hugo Chávez que “fez uma Constituição e um referendo a seu favor”, como bem afirmou em discurso o presidente Luiz Inácio ao elogiar de forma contraditória o companheiro como grande democrata? A resposta deve ser dada pela outra metade da Câmara.


A culpa é do povo
Enviado por Paulo Sérgio Loredo, São Paulo-Capital

O Congresso brasileiro sairá da lama
no dia que o povo aprender a tomar banho

   
  Por Ronald de Carvalho, jornalista e consultor político  

24 setembro, 2005

A cada nova legislatura, a ácida verrina da crônica política atribui desqualificações aos parlamentares. Não falta quem identifique um novo bicheiro, um obscuro iletrado, um estelionatário qualquer ou um espertalhão de alto jaez, dentro do Congresso eleito, para atestar a lenta desmoralização do Legislativo.

Efetivamente, o parlamento piora a cada quatro anos. Entretanto, mais grave, é o povo, que se desqualifica a cada dia.

O Congresso é o microcosmos da sociedade. Se lá dentro existem batedores de carteira, quadrilhas organizadas, facínoras de motoserra, radialistas bizarros, ilustres humanistas, folclóricos personagens, competentes estrategistas, brilhantes homens públicos ou larápios de subúrbio, aqui fora, na sociedade civil, na mesma proporção, habitam ladrões, quadrilheiros, traficantes, homens dignos, profissionais severos e cidadãos conseqüentes. O que se passa lá dentro, existe aqui fora.

A casa dos deputados e senadores não é uma invenção da estravagância eleitoral. O Congresso reflete, exatamente, o nível da população que o elegeu. No Brasil, o que não presta é o brasileiro. E é inquietante, porque não desiste nunca.   O povo brasileiro merece o Congresso que tem. Se deputados e senadores são a escumalha; a choldra que os elegeu é muito pior

Essa Terra dos Papagaios, abençoada por Deus, no imaginário sincrético das crendices populares, já foi muito melhor. Houve época em que a elite, verdadeiramente, era a nata de um bom leite. A concentração de renda e a herança pestilenta da escravidão eram mais presentes e cruéis.

Sem dúvida, o Brasil melhorou nas estatísticas sociológicas, mas apodreceu no dia-a-dia das ruas. A raiz dessa necrose social é a falta de educação do brasileiro.

  Uma elite burra e ambiciosa gera um povo estúpido e mal educado   O povo piorou porque está muito mais ignorante. Ninguém duvida, que culpa disso tudo está nas costas da elite, que junto com a população, se desqualifica a cada dia.

Perdemos o salto qualitativo da História, quando há 25 anos, na redemocratização, não investimos na educação. Depois das patetices fardadas do período militar, tínhamos a obrigação de ter levado a sério a educação do povo. Não como peça de uma ação pedagógica, mas como elemento fundador de uma visão estratégica.

O que falta ao povo é um bom ginásio. Há duas gerações, um jovem de 17 anos já havia lido os clássicos, dominava os códigos da gramática, se ilustrava com os exemplos da história e até se encantava com os devaneios da filosofia e a doçura da poética.

Hoje, a juventude chega às universidades por decurso de prazo. O fim das reprovações e a promoção automática dos alunos criaram um exército de incapazes.

Como se não bastasse, a religiosa esquerdice dos comissários do PT, inventou essa bobagem de cotas raciais nas universidades. Os bolsões excluídos da sociedade, agora, continuam excluídos, mas terão nível universitário.

Ler jornal, que é bom, nem pensar. O Brasil é um país onde a circulação dos jornais e revistas cai a cada ano.O povo lê cada vez menos e escreve cada dia pior.

Temos um presidente ignorante e boçal, que sensibiliza o povo com a sincera banalidade de suas idéias. Os tropeços na gramática e o primarismo da lógica são cantados como virtude de um homem, que nasceu de mãe desdentada e analfabeta.

Glamurizou-se a estupidez. Festeja-se a estultice.

Os deputados e senadores serão melhores quando as pessoas forem mais educadas.


Corrupção não é para amadores
Enviado por Paulo Sérgio Loredo, São Paulo-Capital

Como dizia Bismarck, leis e lingüiças, para serem aceitas,
ninguém pode saber como são feitas...

Por João Mellão Neto

Fonte: Estado de S.Paulo
16 setembro, 2005

Jefferson já se foi. Após devastar em cem dias o Reich petista que deveria durar mil anos, despediu-se da vida parlamentar deixando uma grave advertência: tolo é quem acredita que tudo o que se passou se resume a uma agência bancária, 18 parlamentares e um punhado de dólares... Pois é apenas isso o que foi apurado até agora. E, temo, se o clamor popular não se manifestar com maior candência, disso também não passará. Fica no ar uma história mal explicada. Lembra o episódio da renúncia de Jânio Quadros. Como Jânio, em vida, não podia admitir publicamente que tentara passar uma rasteira no Congresso, e como os congressistas de então não podiam admitir que, sabendo da intenção de Jânio, trataram de lhe passar uma rasteira antes, fica registrado, oficialmente, que a renúncia foi um gesto louco de um presidente tresloucado.

O mundo da política é curioso. Há uma série de vilanias, concessões e mesquinharias que, embora quase todos pratiquem, não interessa a ninguém, no meio, que venham a ser do conhecimento público. A omertà - o pacto de silêncio dos mafiosos - vale também para a vida pública. Amigos ou inimigos, a ninguém interessa que o povo saiba dos abismos e mesquinharias da prática política. Como dizia Bismarck, leis e lingüiças, para serem aceitas, ninguém pode saber como são feitas.

Será que alguém com um mínimo discernimento pode acreditar que tudo não passou de um conluio entre um tesoureiro partidário e um publicitário ambicioso, com o objetivo de quitar o passivo eleitoral de menos de duas dezenas de parlamentares? Qual a face da Medusa, que ao ser olhada transformava o observador em pedra, todos evitam encarar a verdade. Se novas e bombásticas revelações não forem feitas, tudo terminará por aí. Dezoito homens e um segredo. Degolar-se-ão os homens, que cairão em silêncio, desde que o segredo permaneça intacto. Qual é ele? Talvez nunca venhamos a saber, ao menos oficialmente. Mas que envolve gente e interesses graúdos não há a menor dúvida. O volume de dinheiro em jogo não se resume aos míseros R$ 50 milhões que o imprudente publicitário teria tomado emprestados. O mais provável é que avulte à casa das dezenas de bilhões de reais, comprometendo sacrossantos fundos de pensão e alguns pesos pesados do empresariado nacional, mormente os ligados à área de telecomunicações.

Mas o pouco que já se sabe é de nausear estômago de abutre. O PT venderia facilidades, nos fundos de pensão, a um conhecido empresário, que, em troca, por intermédio do publicitário, irrigava os cofres do partido para financiar o esquema de aliciamento de votos. Quando, em função das circunstâncias, o tal empresário deixou de repassar dinheiro, o esquema esfriou, provocando no Congresso uma aguda crise de abstinência. Parlamentares revoltados começaram a se rebelar contra os ditames do governo e, a partir daí, a situação não venceu mais nenhuma votação na Câmara. A vinda à tona do esquema, então, era apenas questão de tempo. Coube a Jefferson - fortuitamente apanhado num caso de propina nos Correios - o papel de anjo exterminador. Desconfiado de que seria abandonado às feras pelo governo, ele optou por não cair no poço sozinho. Puxou todos os outros pela gravata. Mas Jefferson não sabia da missa a metade. E ninguém mais, ao menos oficialmente, ficará sabendo do resto.

Por que não deu certo? Simples. Contrariaram-se, aqui, as regras básicas da corrupção bem feita. Até onde eu conheço a vida, a corrupção tem também as suas regras básicas. Corrupção perfeita é aquela em que só o corruptor e o corrupto ficam sabendo do esquema, ambos saem satisfeitos da operação e o Estado fica com o prejuízo.

Traduzindo em miúdos: se uma das partes tem prejuízo, ela botará a boca no mundo; se mais pessoas ficam sabendo, elas quererão também participar do esquema; se isso lhes for negado, elas denunciarão tudo. Tendo em vista essas premissas, é óbvio que o esquema presente tinha tudo para dar errado. Não havia apenas duas partes, e sim dezenas, o que gera o inevitável diz-que-diz. Ambos os lados estavam levando vantagem até o momento em que a fonte secou. Os prejudicados acabariam por manifestar o seu descontentamento. Havia também muita gente de fora - secretárias, assessores, motoristas - sabendo do esquema sem dele participar. Essa gente acabaria por chantagear os beneficiários primeiros por uma participação nos "lucros", o que levaria os corruptos a tentar aumentar o valor de sua "mesada". Um esquema inviável, enfim. Um exemplo cabal de corrupção mal feita, que fatalmente, mais cedo ou mais tarde, acabaria por vir a público.

Quando assisti aos depoimentos, pela TV, do tesoureiro e do secretário-geral do PT, logo entendi tudo. Eles mal dominam o idioma português. São primários e primitivos em tudo. Corrupção bem feita não é coisa para amadores. Como tudo na vida, ela também requer praticantes com refinamento e competência. O sr. Delúbio mal consegue conjugar verbos. Como esperar dele que conduza, com maestria, um esquema de corrupção milionário como este?

Esta Nação já foi saqueada inúmeras vezes e de todos os modos através da História. Alguns casos vieram a público, muitos outros ficaram no desconhecimento, servindo para alimentar inúmeras fortunas que existem por aí.

Essa conversa de que crime perfeito não existe é balela. Existe, sim. É que, justamente por ser perfeito, ninguém fica sabendo que ele existiu...


Qual a diferença entre o
parlamento inglês e o brasileiro?

Enviado por João Luiz Marinho, Brasília-DF

O deputado inglês não têm:

  • Lugar certo e reservado para assento na Câmara dos Comuns
  • Escritórios
  • Secretários
  • Automóveis
  • Residência (pagam pela sua, em Londres ou nas províncias)
  • Passagem de avião gratuita, salvo quando a serviço do próprio parlamento.
  • Verba de representação. Pagam despesas de seu bolso.

E seus salários equiparam-se ao de um Chefe de Seção de qualquer repartição.
Em resumo, são SERVIDORES DO POVO e não PARASITAS DO POVO!

O deputado brasileiro tem:

  • Salário de R$ 12 mil reais
  • Auxílio-moradia de R$ 3 mil
  • Transporte: 4 passagens aéreas de ida e volta a Brasília por mês
  • 13º e 14º salários (no fim e no inicio de cada ano legislativo)
  • Verba para despesas comprovadas: R$7 mil
  • Verba para assessores: R$ 3,8 mil
  • Férias de 90 dias ao ano e folga remunerada de 30 dias
  • Mais R$ 35 mil por mês, como verba de gabinete
  • Direito a contratar 20 servidores para seu gabinete
  • Engraxate, barbeiro e cabeleireiro grátis...
  • E, ainda recebem R$ 25,4 mil para trabalhar durante o recesso parlamentar.

O dinheiro sai dos cofres públicos, ou seja, do seu bolso, porque você paga impostos.

O presidente Lula já falou para você tirar seu traseiro da cadeira. A hora é esta.
Comunique-se com seus amigos pessoalmente ou por e-mail sobre esse assunto. Vamos moralisar o Congresso, não só diminuindo as mordomias, mas fazendo com que os parlamentares trabalhem.

E vamos renovar em 2006 o Congresso e os cargos do Executivo...

Ver edição anterior


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Delibes pizzicato"
Nota para a seqüência MIDI: ****
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Belo Horizonte, 10 outubro, 2005

Política