11 anos do Plano Real
Enviado por Hélio Ramos Aurélio

Evolução dos principais indicadores, de julho de 1994 a junho de 2005

   

Fatores econômicos que explicam o consumo
Enviado pelo autor, Juiz de Fora-MG

Por Fernando Agra, doutor em economia aplicada
E-mail: fernando.agra@ig.com.br

28 junho, 2005

Essa cartilha tem por objetivo informar aspectos relativos à elaboração e ao acompanhamento de orçamento familiar e decisão patrimonial, ou seja, auxiliar os indivíduos a administrar melhor a sua renda, bem como orientar àqueles que possuem patrimônio (imóveis, aplicações financeiras etc.) a tomar decisões com o intuito de ampliá-lo. Inicialmente, alguns fatores.

Caro leitor, quais os principais fatores que explicam o consumo?

Muitos de nós sabemos que é gostoso consumir, mas alguns não sabem quais os fatores que mais influenciam esse hábito tão prazeroso. Remotando ao século 18, os economistas clássicos afirmavam a taxa de juros era o principal determinante do consumo. Quanto maior a taxa, menor o consumo. Para eles, quanto maior a taxa de juros, maior o estímulo para poupar para que no futuro pudessem consumir mais. Atualmente a gente sabe que a taxa de juros influencia no consumo, pois além estimular a poupança, quanto maiores os juros, maior o custo do crédito e maiores as prestações que os indivíduos (que compram a prazo) terão que pagar. Isso quer dizer que a atual política monetária de juros altos inibe o consumo. Menos consumo, menos vendas, menos empregos, menos arrecadação tributária (aí o governo aumenta a carga de impostos e cria novos para saciar a sede dessa sangria desatada em ampliar a qualquer custo sua arrecadação) etc. Assim, os consumidores devem preferir comprar à vista. Caso não seja possível, tomar muito cuidado com a prestação e com os juros cobrados.

Já no século 20, a partir da década de 30, John Maynard Keynes (um dos mais brilhantes economistas daquele século) contestou algumas idéias clássicas. Keynes dizia que a taxa de juros influencia o consumo não somente numa relação inversa, mas também em relações neutra e direta. Neutra se o indivíduo guarda dinheiro por precaução, logo tanto faz os juros subirem quanto caírem, o consumo estará mantido, pois aquele dinheirinho guardado é para despesas imprevistas. De modo direto quando o indivíduo aplica algum dinheiro no banco e vive dessa remuneração. Assim, quanto maiores os juros, maior a remuneração da aplicação e maior o consumo.

Mas o que Keynes destaca como principal determinante do consumo é renda do consumidor. No caso brasileiro, de acordo com o IBGE, a renda da classe trabalhadora vem declinando sensivelmente nesta última década. Segundo Karl Marx (outro brilhante estudioso do século 19), o desenvolvimento tecnológico tem contribuído cada vez mais pela substituição do ser humano pelas máquinas no processo produtivo. Aliado ao crescimento da população, o número de desempregado aumenta (Marx chamava de "Exército Industrial de Reserva") e de acordo com a lei da oferta e da procura, se há um excesso de procura por emprego no mercado de trabalho, o preço do trabalho cai, ou seja, os salários diminuem.

Mais tarde, outro economista, Franco Modigliani acrescentou que, além da renda, a riqueza é outro fator que determina o consumo. Entenda-se aqui como riqueza o acúmulo de patrimônio. Independente da classe de renda, a riqueza do indivíduo é o que ele consegue acumular de patrimônio. Pode ser pouco ou muito. A riqueza pode
ser ampliada quando se recebe uma herança, uma premiação ou pelo hábito de gastar menos do que ganha e com isso formar uma poupança ao longo do tempo. Como afirmou Mara Luquet, jornalista do "Valor Econômico", o mais importante não é o quanto poupar, mas poupar sempre. Isso cria uma disciplina para se gastar menos do que ganha, e com isso acumular riqueza. Assim, poder-se-á manter o padrão de consumo em épocas que a renda sofra um declínio, como ocorre quando da aposentadoria, por exemplo.

Enfim, são vários os fatores que explicam o consumo. Logo, uma redução da taxa de juros, acompanhada de crescimento e desenvolvimento econômico que venham gerar mais emprego e renda para a população, poderá contribuir e muito para que o consumo, sobretudo das classes mais pobres, seja ampliado, bem como propiciar consumo a 23 milhões de brasileiros que sobrevivem abaixo da linha de pobreza e mal têm o que se alimentar.


Previdência Social - União e INSS
Enviado pelo autor, Curitiba-PR

Por Ricardo Bergamini
www.rberga.kit.net
E-mail: rberga@globo.com

14 julho, 2005

Fonte: Ministério da Fazenda
Base: De janeiro de 2005 até maio de 2005

Em R$ bilhões

 

Itens

1998

% PIB

2002

% PIB

2004

% PIB

2005*

% PIB

Déficit INSS

(8,4)

(0,92)

(13,5)

(1,02)

(21,1)

(1,20)

(16,1)

(0,87)

Contribuições

45,0

4,92

76,3

5,77

102,8

5,85

116,5

6,33

Benefícios

(53,4)

(5,84)

(89,8)

(6,79)

(123,9)

(7,05)

(132,6)

(7,20)

Déficit União

(20,0)

(2,19)

(28,1)

(2,13)

(33,7)

(1,92)

(39,0)

(2,12)

Contribuições

2,6

0,28

5,3

0,40

7,9

0,45

5,2

0,28

Benefícios

(22,6)

(2,47)

(33,4)

(2,53)

(41,6)

(2,37)

(44,2)

(2,40)

Déficit Total

(28,4)

(3,11)

(41,6)

(3,15)

(54,8)

(3,12)

(55,1)

(2,99)

Cofins (1)

17,7

1,94

50,8

3,84

77,3

4,40

81,4

4,42

 

Notas: 1) Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social,
desviada para atender o serviço da dívida; 2) 2005 Previsão.

Com base nos números conhecidos até maio de 2005, não considerando receita da Cofins prevista de R$ 81,4 bilhões (4,42% do PIB) para o ano de 2005, desviada para atender o serviço da dívida, o déficit previsto do setor privado (INSS) será de R$ 16,1 bilhões (0,87% do PIB) e o déficit previsto do setor público federal será R$ 39,0 bilhões (2,12% do PIB), totalizando no ano 2005 déficit previsto de R$ 55,1 bilhões (2,99% do PIB).

Com base nos números conhecidos até maio de 2005, podemos projetar arrecadação do sistema de previdência geral (INSS) no montante de R$ 116,5 bilhões (sendo R$ 7,7 bilhões via CPMF), em contribuições de patrões, empregados e autônomos ativos da iniciativa privada, contingente em torno de 36,8 milhões, pagando benefícios da ordem de R$ 132,6 bilhões para um contingente em torno de 23,2 milhões de aposentados e pensionistas, com salário médio mensal de R$ 451,85, gerando déficit previsto de R$ 16,1 bilhões (0,87% do PIB) para o ano de 2005.

Com base nos números conhecidos até maio de 2005, podemos projetar arrecadação do governo federal junto aos servidores no montante de R$ 5,2 bilhões (Militares - R$ 1,2 bilhões; Parte Patronal da União dos funcionários civis Ativos - R$ 1,3 bilhões e Parte dos Funcionários Civis Ativos e Inativos - R$ 2,7 bilhões) de um contingente de pessoal ativo da ordem de 1.093.938 servidores (746.540 civis e 347.398 militares), pagando benefícios de R$ 44,2 bilhões para um contingente de 1.023.519 servidores aposentados e pensionistas (708.544 civis e 314.975 militares), com salário médio mensal de R$ 3.744,25, gerando um déficit previsto de R$ 39,0 bilhões (2,12% do PIB) para o ano de 2005.

Arquivos oficiais do governo brasileiro estão disponíveis
aos leitores para consulta. Basta solicitar-me.


Brasileiro trabalha para pagar impostos
Enviado por Arno Hoffmann, Belo Horizonte-MG

O brasileiro trabalha até 20 de maio para pagar impostos
e contribuições federais, estaduais e municipais

Fonte: FolhaNews
18 maio, 2005

Estudo do Instituto Brasileiro do Planejamento Tributário (IBPT) mostra que houve um aumento de dois dias no prazo que o brasileiro trabalha apenas para cumprir suas obrigações com o fisco em relação a 2004. Já em 2003, eram quatro meses e 15 dias de trabalho só para os impostos.

Segundo o IBPT, esse período aumenta ano a ano, em linha com a trajetória da carga tributária brasileira sobre os rendimentos dos trabalhadores.

O cálculo foi feito com base no peso da carga tributária sobre o rendimento dos trabalhadores, que subiu de 36,98% em 2003 para 37,81% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2004. Para 2005, o IBPT estima que a parcela de impostos sobre salários subirá para 38,35%.

Além do período necessário para pagar impostos, o IBPT informa que o brasileiro terá mais 112 dias para pagar serviços que deveriam ser prestados pelo governo, como saúde, educação, segurança, manutenção de estradas e assim por diante.

O raciocínio é esse: até dia 20, o contribuinte trabalha para pagar os impostos; até 9 de setembro, trabalha para pagar o que o governo deveria oferecer como serviço público. Somente a partir daí seu salário é livremente usado para comprar alimentação, vestuário e lazer.


Um salário de R$ 7 mil para todos
Enviado pelo autor, São Paulo-Capital

Por Romeu São Marcos Escanhoela, Assessor de Comunicação do
ILANUD - Instituto Latino-Americano das Nações Unidas

5 maio, 2005

Você já pensou em receber R$ 7.631,00 por mês de salário?

Vamos pensar qual é o motivo que leva algumas pessoas a ganharem muito, e muitas pessoas ganharem tão pouco.

Se reduzíssemos a nossa sociedade em 10 pessoas, com uma circulação de moeda de R$ 1 mil, as 10 pessoas teriam que dividir os R$ 1 mil, porém, se uma pessoa recebesse R$ 500, as outras nove teriam que dividir os outros R$ 500. É isso que acontece no sistema capitalista, é isso que acontece em nosso país.

Segundo a última pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o tema, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita do brasileiro é de R$ 7.631. Este seria o valor que todos os brasileiros receberiam, se não houvesse a desigualdade salarial, se todos recebessem igualmente. Como isso dificilmente ocorrerá, sem contar que não seria justo todos ganharem igualmente, pois, alguns merecem mais ou menos dependendo do esforço, nos resta lutar para que a diferença salarial não continue tão abrupta como atualmente.

É totalmente desumano uma pessoa ganhar dois, um salário mínimo, ou até menos que isso, e outras ganharem R$ 30, 50, 100 mil por mês. Por mais que uma pessoa lutou, trabalhou, se esforçou, jamais será justo!

Portanto, não vejo uma forma mais rápida de se mudar a situação do país do que mudar a cabeça de quem ganha por mês mais que a média do PIB brasileiro (R$ 7.631).
Se você ganha mais que R$ 7.631 por mês, deve saber que está contribuindo para aumentar a desigualdade social no Brasil, a não ser que Deus ilumine sua cabeça e você decida utilizar o valor excedente dos R$ 7.631 do seu salário para ajudar os mais necessitados e gerar emprego.


Coragem de fazer ou, a arapuca
Enviado pelo autor, Belo Horizonte-MG

Por Marcos Garcia Jansen, administrador de empresas e professor

8 dezembro, 2004

Precisamos crescer. Precisamos crescer muito para compensar os últimos vinte anos de mediocridade econômica e vitórias pífias. O crescimento merecido necessita de infra-estrutura pública e investimentos privados na produção. Mais que isso, deve ocorrer com o aumento da produção em harmonia com o crescimento da demanda e dos gastos com investimentos. O "timing" necessário, a sintonia fina entre aumento de produção e procura agregada é difícil e, não ocorrendo, pode provocar inflação. O combate ortodoxo à inflação, via controle de moedas, inibe o crescimento. Síndrome de ioiô.

A FBCF (formação bruta de capital fixo), necessária para aumentar a produção e atender ao crescimento da demanda, precisa de mais incentivos. Recentemente o Governo ensaiou, através da política fiscal, algumas medidas nesse sentido que precisam se tornar usuais para fomentar, com arrojo, os investimentos privados. Investir hoje é correr risco dobrado, pois além dos custos altos, com juros campeões, os investimentos poderão ser inúteis se houver queda na demanda.

Veja que são fatores incontroláveis por quem investe. Mas são os investimentos que aumentarão o PIB gerando empregos e permitindo a festa da produção. De quebra estaremos resolvendo outro problema, o mais complicado: o equilíbrio das contas públicas. O PIB maior aumentará a receita do governo. O expediente utilizado hoje para maior arrecadação, preguiçoso e burro, é através do aumento de impostos. Isto tem limite. É possível que já o tenhamos ultrapassado, isto é, já morremos e esquecemos de cair... Algo parecido com um reduzido número de doadores de sangue e um aumento de necessidades de sangue para cuidar das pessoas. Até quando os doadores suportarão o aumento na quantidade de sangue retirado? Imagem triste como triste é o problema.

Crescendo o PIB a arrecadação pode crescer sem aumento de alíquota, aumentando a receita do governo. O, então, possível aumento nos gastos deverá ser direcionado para atenuar o gargalo logístico, inibidor do crescimento sustentável. O governo deve ter a coragem de evitar os favores casuísticos a parceiros pouco confiáveis e sem espírito público, demandadores de enormes recursos improdutivos. Parar o crescimento em soluços.

É difícil? Não é fácil. As soluções preguiçosas e sem imaginação têm sustentado a vergonha nacional que, atualmente, necessita trabalho publicitário para promover o orgulho de ser brasileiro. Penso nas gerações futuras estudando sobre esta época...
O que pensarão de nós?

A brasilidade virá naturalmente se os brasileiros responsáveis tiverem a coragem de fazer o que tem de ser feito, aí incluso a defenestração dos medíocres.

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Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Styles"
Nota para a seqüência Midi: ***
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Economia


Belo Horizonte, 30 julho, 2005