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Mulheres querem ter voz ativa
no combate à mudança climática
Enviada por Janaina Melo, Belo Horizonte-MG
26 setembro, 2007
Por Haider Rizvi, da IPS
Nações Unidas, 21/09/2007. Os
chamados para uma participação maior das mulheres na tomada
de decisões políticas aumentam às vésperas de
uma importante reunião sobre mudança climática que acontecerá
na sede da Organização das Nações Unidas na próxima
semana. A maioria dos governos não considera os aspectos de gênero
na questão da mudança climática, disseram ontem em entrevista
coletiva mulheres que representam numerosos grupos da sociedade civil. "Isso
é inaceitável, porque as mulheres estão sofrendo mais
do que os homens todas as calamidades", afirmou Rebecca Pearl, da Organização
de Mulheres pelo Ambiente e o Desenvolvimento (Wedo - rede internacional de
mulheres).
Em uma tentativa de influenciar o resultado da reunião de Nova York
convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o grupo de Pearl
convocou um encontro semelhante que é considerado "a primeira
reunião global de organizações governamentais e da sociedade
civil de alto nível" sobre a mudança climática.
As conversações começam hoje presididas pela ex-presidente
irlandesa Mary Robinson e pela ex-primeira-ministro norueguesa Gro Harlem
Brundtland. Ambas são muito admiradas pela comunidade internacional
devido aos seus esforços na luta pelos direitos humanos e meio ambiente.
"A intenção desta mesa-redonda é garantir que o
impacto da mudança climática
sobre as mulheres e seu papel na luta contra este problema fiquem refletidos
na reunião convocada pelo secretário-geral das Nações
Unidas", explicou June Zeitlin, diretora-executiva da Wedo, uma rede
internacional de centenas de grupos de mulheres de todo o mundo que trabalha
estreitamente com a ONU. "É parte de nossa campanha garantir que
as respostas nacionais e globais à mudança climática
levem em conta a perspectiva e as preocupações das mulheres",
acrescentou Zeitlin em uma declaração.
Vários estudos demonstram que quando ocorrem desastres naturais e mudanças
no clima, isso afeta os homens e as mulheres de maneira diferente porque,
na maioria dos casos, seus papeis e responsabilidades são desiguais.
Segundo o Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança
Climática, da ONU, integrado por mais de mil cientistas, o impacto
do aquecimento global "cairá de maneira desproporcional sobre
as nações em desenvolvimento e as pessoas mais pobres de todos
os países. Mas, os quais são os mais pobres entre estas pessoas?
As mulheres", disse em entrevista coletiva Ulla Strom, representante
da Suécia na ONU.
Seria errado assumir que as mulheres nos países pobres são as
únicas desproporcionalmente afetadas pelas drásticas mudanças
do clima, afirmou Zeitlin. "Isto é verdade inclusive em nações
industrializadas. Nos Estados Unidos, o furacão Katrina afetou especialmente
mulheres negras pobres, o setor mais pobre do país, nos níveis
mais baixos da pobreza", acrescentou. Um estudo da Escola de Economia
de Londres, que no ano passado analisou desastres naturais em 141 países,
apresentou a evidencia de que as diferenças de gênero nas mortes
por estas catástrofes estão diretamente ligadas com os direitos
econômicos e sociais das mulheres. Em outras
palavras, as desigualdades de gênero são potencializadas por
esses desastres.
Para Zeitlin, as mulheres pobres que vivem em nações em desenvolvimento
enfrentam maiores obstáculos ainda. E, apesar de numerosos acordos
internacionais que chamam a uma participação eqüitativa
de gênero, elas continuam sendo excluídas da tomada de decisões
em muitos países. "A participação das mulheres está
praticamente ausente", disse Lorena Aguilar, da União Mundial
de Conservação e autora de vários livros sobre gênero
e meio ambiente. Citando um recente estudo da ONU sobre os ministérios
de Meio Ambiente em diferentes países, Pearl disse que apenas quatro
ou cinco nações com iniciativas contra a mudança climática
incorporam a perspectiva de gênero em suas projeções.
Em dezembro, a ONU realizará uma cúpula sobre mudança
climática em Bali, na Indonésia.
Funcionários das Nações Unidas disseram que o motivo
de o secretário-geral ter convocado a cúpula da próxima
segunda-feira é seu desejo de antecipar um bom resultado da reunião
em Bali, com um acordo mais completo sobre reduções nas emissões
dos gases causadores do efeito estufa . responsáveis pela mudança
climática . para depois de 2012, quando expirar o Protocolo de Kyoto,
único instrumento internacional contra o aquecimento da Terra. Este
documento obriga as partes a reduzirem suas emissões desses gases,
em média, 5% até 2012, tendo por base os níveis de 1990.
No mês passado, a ONU realizou outro encontro internacional sobre mudança
climática em Viena, que terminou sem um acordo concreto, já
que muitos países mais industrializados evitaram compromissos sobre
reduções de emissões.
As organizações de mulheres consideram que as atuais negociações
sobre mudança climática estão muito concentradas nas
emissões dos gases que provocam o efeito estufa, dando pouca atenção
para as preocupações sociais do problema. "Ban Ki-moon
deveria enviar uma mensagem clara de que igualdade de gênero deve ser
integrada a Bali", disseram representantes da Wedo, do Conselho de Mulheres
Líderes Mundiais e da Fundação Henrich Boll em uma declaração
conjunta. "O conhecimento e a contribuição das mulheres
tem sido chave para a sobrevivência de comunidades inteiras em situações
de desastre", acrescentaram, exortando os governos a implementarem todos
os acordos internacionais relacionados com igualdade de gênero e mudança
climática.
Aquecimento global: sim, estamos em perigo
Enviado pelo autor, Jaraguá do Sul-SC
4 agosto, 2007
Este artigo é uma contribuição para ajudar a esclarecer as dúvidas sobre este tema tão relevante para a humanidade neste momento, que talvez seja o prazo final para decidirmos nosso destino, entre o colapso e a prosperidade
Por Germano Woehl
Jr, doutor em
física pelo programa RHAE-Energia do CNPq - Recursos Humanos em Áreas
Estratégicas - Fontes Alternativas de Energia, ambientalista e dirigente
do Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
www.ra-bugio.org.br
Link para Comunidade RÃ-BUGIO no Orkut:
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2078146
O fato é que não deveria haver dúvida alguma de que o homem arruinou o planeta e que é o único responsável pelo aquecimento global, pois há consenso sobre isso entre todos os cientistas mais notáveis do planeta, um fato raro na história da ciência. Esta unanimidade vem da análise de dados científicos bem consistentes, que foram medidos e coletados meticulosamente, usando equipamentos da mais avançada tecnologia. A conclusão é incontestável: o homem colocou a vida no planeta em grave perigo.
Alguns órgãos de imprensa têm sido os principais culpados por causar esta dúvida nas pessoas. Lamentavelmente, cometem um equívoco ao dar crédito a opiniões de pessoas sem respaldo na comunidade científica, que dão apenas palpites, sem comprovação científica alguma de seus argumentos, provocando a falsa impressão de que a comunidade científica está dividida e num acirrado debate se o homem é ou não responsável pelo aquecimento global.
A situação é mais ou menos a seguinte: para cada 100 cientistas sérios alertando que o homem está causando o aquecimento global, com argumentos científicos bem fundamentados, existe um indivíduo, sem prova científica alguma, dando nada mais do que um palpite negando o fato. Então, alguns jornais passaram a dividir democraticamente o espaço, dando a mesma importância para a conclusão deste grupo de 100 cientistas sérios e para o palpite deste indivíduo, que sem base científica afirma que as causas do aquecimento se devem a ciclos naturais do clima na Terra.
A respeito das conseqüências devastadoras do aquecimento global sobre a vida na Terra, que obviamente também atingirá a nossa vida, só nos resta saber quando vão ocorrer. E neste ponto os cientistas têm errado nas previsões: estão acontecendo bem antes do esperado e com intensidade maior do que o previsto em simulações por computador. Um exemplo foi o que ocorreu na Antártica com a plataforma de gelo Larsen-B, que tinha 240 km de comprimento e 50 km de largura, prevista para derreter em 100 anos. Ela se desprendeu e derreteu em apenas 35 dias, no início de 2002. Isso comprova que os efeitos podem não ser graduais como a nossa geração gostaria (para deixar a conta para a próxima geração, quando não estivéssemos mais por aqui). A conta a ser paga pode surgir subitamente e nos surpreender.
Sempre me interessei pela preservação da natureza e desde a época de estudante de física, há 28 anos, tenho acompanhado atentamente este assunto, lendo muitos dos artigos científicos publicados nas mais respeitáveis revistas científicas especializadas e não dava para duvidar da qualidade dos resultados apresentados. Então, associando estes estudos que vinham sendo divulgados, fui ficando cada vez mais angustiado ao perceber que a devastação intensa da Mata Atlântica em Santa Catarina, mais especificamente das Matas de Araucárias no planalto norte, além de ceifar instantaneamente a vida de milhares de bichos que habitavam a área desmatada, estava contribuindo também para aniquilar a nossa própria espécie um pouco mais adiante.
Já que não dispomos de outro planeta para viver e achamos que não é ético negarmos a perpetuação da vida para milhares de organismos, incluindo a nossa própria espécie, minha esposa e eu decidimos criar uma ONG, o Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade (www.ra-bugio.org.br), para defender continuidade da vida por aqui. Nossa atuação é através da educação ambiental nas escolas para mostrar para a garotada a importância da preservação das últimas áreas de Mata Atlântica.
A sociedade precisa ser informada para não
ser iludida com as propostas mirabolantes e demagógicas, como o plantio
de árvores para salvar o planeta diante de um quadro alarmante de desmatamento
legal e ilegal, tanto na Mata Atlântica, já quase extinta, como
na Floresta Amazônica. Há estudos mostrando que se continuarem
a desmatar, a concentração de gás carbônico na
atmosfera vai aumentar significativamente a curto prazo, agravando, e muito,
o aquecimento global, de modo que por muitas décadas os níveis
permanecerão num patamar muito mais elevado do que é hoje -
que já é suficiente para nos conduzir ao colapso -, e de nada
vai adiantar cobrir o planeta com mudas de árvores, pois levarão
muito tempo para crescerem e mesmo após este tempo não conseguirão
retirar da atmosfera todo o gás carbônico emitido pela
destruição das matas nativas. Lembrando que o desmatamento acaba
com a vida
dos animais que vivem ali, e o simples plantio de árvores não
devolve a biodiversidade de uma floresta.
O que podemos fazer? Se quisermos resolver
com seriedade o problema do aquecimento global, e da nossa sustentabilidade
neste planeta, todo o esforço da sociedade deve ser empreendido no
sentido de parar o desmatamento imediatamente, já! Se obtivermos êxito
neste primeiro desafio, aí sim poderemos partir para os próximos:
fontes alternativas de energia, projetos de seqüestro do carbono para
reduzir os índices aos níveis da era pré-industrial permitindo
a regeneração de florestas nativas, plantando árvores
etc. Se não conseguirmos vencer nem este primeiro desafio, que não
depende de avanços tecnológicos e tampouco gera desenvolvimento
- só dependem do simples cumprimento das leis - podemos nos preparar
para o pior, que nos espera num futuro bem próximo. Preservar o que
resta de nossas florestas é a maneira mais racional e óbvia
de prolongar nossa vida na
Terra.
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Coisa mais linda", de Carlinhos Lira e Vinicius de Morais
Nota para a seqüência Midi: ****
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