Política na América Latina

O DNA do caos

Por Guilherme Fiuza

Fonte: Época
12 setembro, 2008

A Bolívia de Evo Morales está um caos. E o governo brasileiro, que ajudou a plantar e a regar esse caos, agora diz que não vai tolerar rupturas na Bolívia.

O vírus do autoritarismo não tem cura. Essa política brasileira para a América do Sul, que tem as digitais de José Dirceu, Marco Aurélio Garcia, Celso Amorim e companhia neo-chavista do Itamaraty, está só começando a colher os frutos da sua brincadeira de ditadura democrática.

O cocaleiro Evo Morales era antiga aposta de Hugo Chávez para a Bolívia. Lula não só apoiou, como se meteu no processo eleitoral boliviano para favorecer o candidato chavista. Autoritarismo regado com autoritarismo.

Eleito, Morales invadiu a Petrobras e tomou o mercado do gás como refém. Lula passou a mão na cabeça do índio incendiário.

O governo brasileiro pode tudo, menos estranhar o caos e a iminência de ruptura institucional na Bolívia. Morales semeou conflitos em todas as frentes, e tem fermento de Brasília nesse bolo.

Agora o presidente cocaleiro expulsa o embaixador dos Estados Unidos, em medida claramente premeditada – tanto que repetida na Venezuela por seu padrinho, que exclama “Vão para o inferno, ianques de merda!” E o Brasil não só tolera isso, como chama essa turma para conversar sobre conciliação. Não pode ser sério.

Essa brincadeira revolucionária vai acabar mal, muito mal.

Marco Aurélio Garcia, o gênio da democracia com asterisco, brada que o Brasil não vai tolerar golpe no vizinho. Deve estar sendo aplaudido do céu pelo general Figueiredo, aquele que disse que quem for contra a abertura eu prendo e arrebento.

O grupo de Lula tem carteirinha desse imperialismo cucaracha que está na raiz da escalada violenta na Bolívia. É a mesma tática do apoio petista à revolução fajuta e criminosa das Farc.

Podem até conseguir mandar os ianques para o inferno. Mas provavelmente chegarão lá antes deles.

Nota do editor

Embora a matéria do articulista seja de setembro do ano passado, o texto está mais atual do que nunca. É só prestar a atenção no que ocorre hoje na Bolívia. São os trapalhões Kiko (Morales) seu Madruga (Lula) e Chávez brincando de socialismo na América Latina.


As FARC

Da editoria do Jornal dos Amigos

As FARC -ou Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia- é uma organização de inspiração comunista, autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista, que opera mediante uso de métodos terroristas e de táticas de guerrilha. Lutam pela implantação do comunismo na Colômbia.

As FARC foram criadas em 1964 como aparato militar do Partido Comunista Colombiano. Enquanto originaram-se como um puro movimento de guerrilha, a organização já na década de 80 envolveu-se no tráfico ilícito de entorpecentes, o que provocou a separação formal do Partido Comunista.

As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo governo da Colômbia, pelos governos dos Estados Unidos, Canadá e pela União Européia. As principais organizações internacionais como a ONU e os governos de outros países latino-americanos, como Equador, Bolívia, Brasil, Argentina e Chile não lhes aplicam esta classificação. O presidente Hugo Chávez rejeitou publicamente esta classificação em janeiro de 2008 e apelou à Colômbia como outros governos a um reconhecimento diplomático das guerrilhas enquanto “força beligerante”, argumentando que elas estariam assim obrigadas a renunciar ao sequestro e atos de terror, a fim de respeitar a Convenção de Genebra.

As FARC continuam a se definir como um movimento de guerrilha. Segundo estimativas do governo colombiano, as FARC possuem entre seis a oito mil membros, uma queda de mais da metade dos 16 mil em 2001 (aproximadamente 20 a 30% deles são recrutas com menos de 18 anos de idade).

As FARC estão presentes em 15-20% do território colombiano, principalmente nas selvas do sudeste e nas planícies localizadas na base da Cordilheira dos Andes. Segundo informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, as FARC controlam a maior parte do refino e distribuição de cocaína dentro da Colômbia, sendo responsável por boa parte do suprimento mundial de cocaína e pelo tráfico dessa droga para os Estados Unidos.

Sua atuação

Atuando como uma guerra de guerrilhas de linha militar e combate regular convencional, as FARC operam em 31 dos 32 departamentos colombianos (com exceção do arquipélago caribenho de San Andrés).

Como organização guerrilheira, as FARC centralizam suas atividades em assassinatos de civis, políticos e militares, e no seqüestro de policiais, membros do exército, cidadãos estrangeiros e personagens importantes da vida política colombiana. Seus dois únicos objetivos são extorquir o governo ou pedir resgate. Entre vários outros, esses foram os casos da recém-liberada Ingrid Betancourt, candidata à presidência da Colômbia nas eleições de 2002, e do suboficial da polícia colombiana, Jhon Frank Pinchao, protagonista da produção FUGA DAS FARC do Discovery Channel.

Após nove anos como refém num campo de prisioneiros das FARC, Pinchao resolveu literalmente arriscar sua vida para fugir dos guerrilheiros. Sua ousada decisão desencadeou uma surpreendente aventura de sobrevivência nas profundezas da selva amazônica.

Entre os objetivos das FARC também estão a destruição da infra-estrutura das cidades colombianas por meio de carros-bomba e outros explosivos.

Segundo várias fontes, as FARC têm um orçamento de 500 a 600 milhões de dólares anuais obtidos por meio de resgates, roubo de gado e narcotráfico. Até a década de 80, as FARC sempre negaram todo tipo de relação com os cartéis das drogas. No entanto, atualmente sabe-se que grande parte de seu financiamento provém do chamado "impuesto al gramaje", uma quantia que se paga por cada grama de cocaína cultivada por camponeses e grupos de traficantes.

Com a inserção no mundo das drogas, as FARC se distanciaram da ideologia marxista inicial. A partir deste momento, passaram a engrossar a lista de grupos qualificados como terroristas tanto pelos Estados Unidos como pela União Européia.

Deve-se destacar que as FARC não se limitam ao território colombiano, atuando também nas regiões fronteiriças da Venezuela, Equador, Panamá e Peru. Atualmente, o governo venezuelano de Chávez é acusado de dar refúgio aos guerrilheiros, esconderijo aos reféns e apoio tanto logístico quanto econômico para as FARC. A situação é semelhante no Equador. Graças às autoridades locais e militares envolvidas em redes de corrupção, acredita-se que o grupo armado tenha estabelecido vários acampamentos no norte do país, onde praticam tráfico de armas, transporte de drogas e doutrinação da população.

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Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Concerto em fá maior para piano", de
Bach
Nota para a seqüência MIDI: *****

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Belo Horizonte, 20 abril, 2009

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