Por Roberto Bendia, editor do Jornal dos Amigos

Viva Ipanema

Long-Play R765.022L, Philips, lançado em 1967

A quem interessa o desarmamento da população?

Essa é a pergunta que tento responder para votar com sabedoria no sufrágio do dia 23 de outubro. Isso porque a ação do governo em querer fechar as lojas que vendem armas de fogo não resolve o problema da violência, ou melhor, do crime organizado. Bandido não compra arma em loja. Adquiri de outro bandido, que por sua vez consegue várias armas -e de grosso calibre, não vendidas em lojas- por troca com drogas. Dificilmente bandido entra em loja para comprar, mas para assaltar!!!

Segundo estatísticas, apenas 3% da população tem arma. Talvez a maioria nem saiba como usá-la adequadamente no caso de ameaça à vida. Então por que o governo quer fechar as lojas de armas de fogo? Para armar um golpe de Estado?

Quadro para sua reflexão:

Fontes: Movimento Viva Brasil, Movimento Viva Rio, Instituto Superior de Estudos Religião (Iser), Polícia Federal, CPI do Tráfico de Armas. Publicado pelo Jornal "O Estado de Minas" em 24.07.2005

Horário de verão

Lembro-lhe que o novo horário de verão vai da 0h de 16 de outubro até a meia-noite de 18 de fevereiro de 2006. Os relógios deverão ser adiantados em uma hora nos dez Estados das regiões Sul (RS, Santa Catarina e Paraná), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e no Distrito Federal.

Detalhamento de conta telefônica

A partir de 2006, todas as operadoras de telefone fixo terão que detalhar as chamadas locais, em decorrência das novas regras da Anatel, que determinam cobrança por minuto, ao invés de pulso. Hoje, a maior parte dos consumidores não consegue conferir ligações de telefones fixos realizadas para números da mesma cidade.

Impulsos acabam em 2006

A Anatel continua querendo que haja concorrência entre as empresas de telecomunicações. Para isso colocou em consulta pública no seu saite www.anatel.gov.br até o dia 10 de outubro, sobre as novas regras que passarão a vigorar a partir de 2006. A principal delas é mudança da medição em pulsos para minutos. A proposta da Anatel é transformar a franquia de 100 pulsos para 170 minutos. E nos horários de tarifas reduzidas, em que é computado apenas um pulso (de 0h às 6h, sábado a partir da 14 h e domingos e feriados nacionais) seriam contados dois minutos.

Bem, vamos analisar. Em Belo Horizonte o pulso custa R$ 0,14 (com imposto) a cada 4 minutos de conversação. Vamos supor que, uma vez implantado o novo sistema a medição por minuto passe para R$ 0,035 por minuto (os R$ 0,14 dividido por 4 minutos). Se for dessa forma, o consumidor ganha nos horário reduzidos, pois será taxado em R$ 0,07. Raciocínio análogo com a franquia de 100 pulsos, que vale R$ 3,50. 170 minutos equivale a R$ 5,95.

Democratas ou Republicanos?

Nos Estados Unidos? Tanto faz. Ambos -Partido Democrata e Partido Republicano- foram criados para alternância de poder. Ambos detém poder econômico. O povo vota em seu presidente por intermédio de um colégio eleitoral. Será o melhor regime, quem sabe? Tudo que podemos constatar é que o país da Coca-Cola sempre foi uma ilha de prosperidade -talvez a excessão seja o Estado de Louisiana- e manda no mundo. Seria melhor um regime equivalente para nós? Acho que não. E da mesma forma um regime bolchevista como quer o PT...

Globo.com estaria à venda?

A notícia foi dada no dia 16 de setembro pelo saite Bites. O preço inicial estaria na casa dos US$ 50 milhões. De acordo com a revista eletrônica, no pacote constaria da carteira de clientes –o portal possui hoje 170 mil assinantes– e os equipamentos do provedor, mas não o conteúdo. O que estaria acontecendo com o poderoso grupo Rede Globo? Mudanças nas estratégias no negócio comunicação ou problemas financeiros?

Lula detém controle político dos tribunais

É o que fala o artigo do desembargador Augusto Francisco Mota Ferraz de Arruda, do TJ-SP, no saite Espaço Vital. Ele afirma que o governo Lula conseguiu o que nem a ditadura militar havia ousado: o controle político sobre os tribunais do país.

Gugu Liberato paga indenização no “caso PCC”

Lembra-se daquele vexame em que Gugu chegou a ser tirado do ar? Pois é, vai ter que pagar de R$ 750 mil para encerrar o caso da falsa entrevista ocorrida em setembro de 2003, quando dois homens encapuzados faziam, entre outras bravatas, ameaças de morte a apresentadores de outras emissoras. Veja detalhes da ação em Espaço Vital.

Lato sensu, stricto sensu

Você sabe o que significa essas expressões? Na pós-graduação, distinguem-se os cursos stricto sensu (mestrado e doutorado) dos cursos lato sensu (aperfeiçoamento, especialização ou qualquer outro curso complementar realizado após a graduação). É o que revela o prof. Cláudio Moreno, em sua página na Terra.

Empregada doméstica

Justiça garante direito a empregada que trabalhava apenas 2 dias na semana. Essa foi a decisão unânime, dos juízes que compõem a 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP), que reconheceram a existência de vínculo empregatício para uma doméstica que trabalhava na casa de sua patroa apenas duas vezes por semana. Com isso, a empregada deverá receber todos os direitos de um trabalhador com carteira assinada, mesmo sem ter uma jornada de trabalho semanal integral. A patroa recorreu, e a pendenga deve acabar no (Tribunal Superior do Trabalho).

Ablação do clitóris

Mulheres do Egito recorrerão a tribunais internacionais para combater a ablação (retirada) do clitóris, que a impedem do prazer. As meninas que vivem atualmente na aldeia de Benban, a mil quilômetros ao sul do Cairo, serão as primeiras a se livrarem de um destino pelo qual passam 90% das egípcias. Veja mais em Espaço Vital.

Especial

111 anos de Ipanema

Seu editor é carioca da gema. Tem saudades do Rio dos anos 60 e 70, época da explosão da música popular brasileira. Nessa ocasião, passeava-se pela praia tranquilamente, a qualquer hora do dia ou da noite...

Pesquisa de textos e imagens na Internet pelo Jornal dos Amigos

A história de Ipanema
Fonte: Globo Online - 22 abril, 2004

A data do aniversário é comemorada em
função da fundação da Villa Ipanema, 1894

Os primeiros moradores foram os índios tamoios. Por volta de 1575, os colonizadores portugueses dizimaram os índios e ali instalaram o Engenho Del Rei. Em 1609, as terras foram doadas a Sebastião Fagundes Varela, que trocou o nome do lugar para Engenho Nossa Senhora da Conceição. O engenho foi acumulando prejuízos até ser desapropriado e leiloado pelo rei dom João VI, em 1808. A área era conhecida como Praia de Fora e mudou de mãos várias vezes até ser comprada pelo comendador Francisco José Fialho, que a repassou ao filho, José Antônio Moreira Filho. Mais conhecido como Barão de Ipanema.

Ipanema século 19

Ipanema século 21, foto José Conde da Rocha

Quando o Barão de Ipanema herdou o terreno, em 1886, a área nada mais era que um desvalorizado areal da Fazenda Copacabana. Só era possível chegar de canoa, de barco ou a pé. Apesar dos obstáculos naturais, ele decidiu explorar a área comercialmente. A planta do futuro bairro já mostrava 19 ruas e duas praças. Em 1884 surgia a Villa Ipanema, com ruas e lotes colocados à venda.

Em 1892, entra em funcionamento uma linha de bonde puxada a burro sobre trilhos de madeira móveis entre Botafogo e a atual Praça Serzedêlo Correia, em Copacabana. Em 1894, a linha foi estendida até o Posto 6, na época conhecido como Praia da Igrejinha. No mesmo dia, o barão inaugurou uma linha de bonde não oficial, ampliando o trajeto até a Villa Ipanema. Foi aí		Foto Percy Thompson
que o negócio deslanchou e o barão começou a vender suas terras, principalmente a imigrantes alemães, franceses, judeus e italianos.

Ipanema século 20

	Foto Abram Kaczelnik Ipanema hoje		A origem do nome Ipanema é controvertida. Pode ter vindo do tupi-guarani, Y-panema, que significa água suja, ou então por causa do Barão de Ipanema, proprietário das terras e responsável pela sua divisão e venda de lotes, que transformou aquele local distante, espremido entre a lagoa e o mar em Villa Ipanema. Ipanema começou a se urbanizar a partir das obras do Barão de Ipanema e do Coronel Antonio José Silva,
no final do século 19. Porém, os lotes só começaram a interessar a população a partir de 1902, com a chegada dos bondes.

Mas só nas décadas de 60 e 70 Ipanema viveria seus anos de glória. Com areia clara e águas limpas, a praia foi ponto de encontro de artistas e intelectuais da época (Fernando Gabeira era um desses). As ruas internas, especialmente próximo à praça General Osório, se convertiam em ponto de encontro para atividades artísticas e literárias. Bares foram transformados em centros de reunião da turma da "Bossa Nova". Num deles, Tom Jobim e Vinicius de Moraes eternizaram o bairro com a música "Garota de Ipanema". Enquanto letra e música eram admiradas, o bairro ganhava repercussão no país. A praia tornou-se famosa no mundo.

Arpoador 1969, foto Fernando "Fedoca" Lima

Mas a primeira versão para a letra de "Garota de Ipanema" chamava-se "Menina que passa". Dizia:

Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com mêdo da vida
Com mêdo de amar

Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheio de balanço
Caminho do mar

Nem Tom nem Vinicius gostaram da letra. Mais tarde, Vinicius fez a versão definitiva, inspirado pela graça de uma moça que sempre passava em frente ao Bar Veloso (hoje bar "Garota de Ipanema"), na esquina das ruas Prudente de Morais e Montenegro (atualmente rua Vinicius de Moraes). Tom e Vinicius eram presenças freqüentes no bar, que tinha mesinhas na calçada e um ótimo chope. Nesse ambiente finalmente saiu a inspiração da letra "Garota de Ipanema", que ficou assim:

Olha que coisa mais linda mais cheia de graça
É ela a menina que vem e que passa
No doce balanço caminho do mar

Moça do corpo dourado do sol de Ipanema
O teu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor

A garota, que também ficou famosa, hoje a senhora Helô Pinheiro, ganhou essa homenagem que correu mundo afora. Ela morava na rua Montenegro 22, entre a Prudente de Morais e a praia, mas só dois anos e meio depois soube que suas caminhadas pela Montenegro haviam feito dela a musa dessa canção.

Bar Veloso, atual Bar Garota de Ipanema,
esquina das ruas Prudente de Moraes e Vinicius de Moraes

Em 1945, o comerciante Raul Veloso abriu uma mercearia na esquina das ruas Montenegro (atual Vinícius de Moraes) e Prudente de Morais. O nome era "O Botineiro". Na mercearia também continha um balcão em que se vendiam bebidas, sendo que a cerveja vendia mais que os outros produtos. Por isso, mesas foram colocadas e a mercearia virou bar. Os freqüentadores nunca o chamaram de Botineiro, mas de Veloso.

Dois fatos fizeram a fama do bar. O primeiro -e mais conhecido- foi dali que em 1962 Tom e Vinicius contemplaram a moça que os inspiraria a compor "Garota de Ipanema". A revelação atraiu uma nova clientela. O segundo fato é que certa vez, Tom estava tomando um chope no Veloso quando o garçom Arlindo veio dizer-lhe que um gringo o chamava ao telefone. Esse gringo era simplesmente Frank Sinatra...

Castelinho, av. Vieira Souto, 100

Um dia qualquer de 1959...

... e 10 anos depois era "point"

Esse castelinho mourisco da primeira foto, com torre e tudo, na esquina da av. Vieira Souto com a rua Joaquim Nabuco, na chamada praia do Arpoador (mas considera-se Ipanema), foi uma das dez primeiras casas de Ipanema. Construído pelo cônsul sueco Johan Edward Jansson em 1904 e depois vendido à família Catão. Nos anos 60 o trecho de praia entre as ruas Rainha Elizabeth e Francisco Otaviano passou a ser chamado de Castelinho. No local constitui-se o botequim "Mau-Cheiro" e, em 1964, o bar-restaurante Castelinho, criado pelo advogado Fortunato Azulay e o pianista Sacha Rubin. Dois anos depois foi vendido para uma dupla de espanhóis que resolveram vender o chope mais caro do Rio e nunca mais recuperou o espírito inicial. Em 1980 os espanhóis foram despejados. Foi demolido e em 1998 foi inaugurado um horrendo apart-hotel.

Segundo o cronista Ruy Castro, o Castelinho (a praia e o bar) nunca teve para Ipanema a importância que os de fora lhe davam. Desde 1965, o novo ponto já era a praia defronte à rua Montenegro e, à saída dessa no fim da tarde, seu indispensável botequim adjacente: o Veloso.

Barril 1800 - Av. Vieira Souto, 110

Por volta de 1960, o Mau Cheiro, um bar tipo "pé sujo" na esquina de Vieira Souto com Rainha Elizabethe, passou por uma reforma. Ganhou toldo, mesas na calçada e uma nova clientela que incluia gente de cinema, teatro, da Bossa Nova, jornalistas, escritores e boêmios de diversas qualidades. Em 1963 nova reforma, dessa vez seus donos estavam embriagados pelo sucesso e destruíram o antigo charme do bar: o local foi desinfetado, redecorado, mudou o nome para "Bar Rio 1800" e foi criado shows noturnos para turistas. Resultado: a clientela antiga foi embora. Mais tarde trocou novamente nome para Barril 1800, que permanece até os dias de hoje fazendo a ponte praia-bar.

O Barril 1800, sucessor do Bar 1800, sobreviveu como um botequim simpático, mas sem o carisma de seu histórico antecessor: o Mau Cheiro.

Jangadeiros - Rua Visconde de Pirajá 80, ao lado do Cine Pirajá.

Em 1935, o alemão Müller inaugurou o Bar Rhenania. Em 1938, vendeu o bar para Victor Fleischer, que mudou o nome para Jangadeiro, pela proximidade com a rua que quase lhe fazia esquina, a Jangadeiros. Era um restaurante simples, com cadeiras de palha e piso de ladrilhos. Em 1950 Fleischer passou o bar para a sua filha Christina e ao genro, e uma nova geração de boêmios começou a se formar na década de 50. Estes boêmios -Ferdy Carneiro, Albino Pinheiro, Jaguar, Hugo Bidet- ali fundaram, em 1965, a Banda de Ipanema, e fizeram do Jangadeiro sua sede, tesouraria e concentração, mas tudo informal.

Em 1971, a cobiça arredou o jangadeiro de onde estava havia 33 anos e o levou para a rua Teixeira de Melo, 29 fora da praça General Osório. Em 1985, foi despejado e mudou-se para para o número 53 da mes Teixeira de Melo, vontando à praça. mas dessa vez veio para morrer. Colocaram música ao vivo e em 1993 s mudou de nome e virou cantina. Fracassou e voltou a chamr-se Jangadeiro. Não resisitiu e fechou definitivamente em 1995.

Bar Zeppelin - Rua Viconde de Pirajá, 499

O dono Oskar Geidel, austríaco que chegou ao Brasil em 1930 como trapezista, abriu o Zeppelin em 1937 . O nome do bar foi uma homenagem ao dirigível alemão Graf Zeppelin, que fazia a linha Frankfurt - Rio. As mesas eram de madeira, forrada com toalhas brancas, as cadeiras, de palha e as paredes, pintadas de verdes.
Nos anos 50 o Zeppelin foi freqüentado por Millôr Fernandes, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, entre outros. E nos anos 60 Vinicius de Moraes, Bette Faria, Nelson Mota e toda a turma da música popular aumentou a clientela do bar.

Em 1968, o seu proprietário Oskar, cansado de penduras e confusões, vendeu o Zeppelin para Ricardo Amaral. Os antigos freqüentadores debandaram e em 1972 o espaço foi cedido para o Oba-Oba do Oswaldo Sargentelli, encerrando definitivamente como Bar Zeppelin.

Bar Vinte

O largo conhecido por Bar Vinte ainda existe. Fica na divisa entre Ipanema e Leblon. É assim chamado porque antigamente a rua Visconde de Pirajá chamava-se rua Vinte de Novembro. No local havia um bar chamado "Bar Vinte de Novembro". Nesse largo o bonde Ipanema fazia o retorno.

Veja "No tempo da Bossa Nova"

Ver edição anterior

Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Aguado minueto, opus 12"
Nota para a seqüência Midi:*****

Minueto - Antiga dança francesa originária de Poitou, caracterizada pela nobreza e equilíbrio dos movimentos.

Participe do Jornal dos Amigos,
cada vez mais um jornal cidadão

O Jornal dos Amigos agradece a seus colaboradores e incentiva os leitores a enviarem textos, fotos ou ilustrações com sugestões de idéias, artigos, poesias, crônicas, amenidades, anedotas, receitas culinárias, casos interessantes, qualquer coisa que possa interessar a seus amigos. Escreva para o e-mail:

Se o conteúdo estiver de acordo com a linha editorial do jornal, será publicado.

Não esqueça de citar seu nome, a cidade de origem e a fonte da informação.

Solicitamos a nossos colaboradores que, ao enviarem seus textos, retirem as "flechas", isto é, limpem os textos daquelas "sujeiras" de reenvio do e-mail. Isso facilita bastante para nós na diagramação.

Início da página

www.jornaldosamigos.com.br

Papo com o editor