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Opinião
Enviado pela autor, Americana-SP
4 junho, 2008
Reflexão sobre
o senso crítico
Por Juliano Schiavo, estudante de
jornalismo
Abrir as páginas de um jornal, livro ou simplesmente assistir
TV não significa, propriamente, despertar o senso crítico.
Os meios que existem para se consultar informações e se
municiar de dados, muitas vezes, compactuam com o senso comum e colaboram
para que, o ato de questionar, fique relegado ao segundo plano. E é
aí que o senso comum nasce.
Nesse jogo de gato e rato, há sempre os interessados em estimular
a aceitação de um fato - seja por motivos religiosos,
partidários, econômicos ou afins. O poder que emana das
grandes corporações, agrupamentos políticos, religiosos
e todo tipo de força constituído pode, de forma geral,
compactuar para que a reflexão sobre um fato seja banida. Questionar
é uma ferramenta que enche o saco de quem não quer que
o outro saiba a resposta. Por isso, o senso crítico joga luz
sobre as pedras do caminho.
E como estimular esse senso crítico? Como entender o mundo por
meio de questionamentos? A tarefa não é fácil,
principalmente quando há quem esteja interessado em manter tudo
do jeito que está. A fome de uns é fortuna de outros.
A falta de educação é sinônimo de poder para
quem tem coragem de utilizá-la como massa de manobra - e isso
não é difícil de ser visto atualmente.
Falta, infelizmente, senso crítico na própria formação
escolar. Só se aprende regras e fórmulas decoradas, que
são um dia jogadas no ralo do esquecimento. Para que guardar
algo que não possui serventia? O cérebro apenas as utiliza
pelo período necessário, depois disso, adeus...
As escolas deveriam ensinar a questionar, a entender o que é
ser cidadão e também a pesquisar informações
por esse mundo afora, seja na forma de troca de conversas, ou até
mesmo pela leitura de um bom livro. Não ter vergonha de perguntar
- mesmo que a pergunta seja a mais estúpida possível do
ponto de vista pessoal - deveria ser algo trabalhado diariamente. Mas
falta um senso crítico sobre o próprio senso crítico
- as velhas fórmulas são mais cômodas e não
mexem na zona de conforto que as pessoas geralmente se colocam. O questionar,
por si só, mexe em várias feridas. E isso não é
bom, quando essas feridas pertencem a quem não quer ser incomodado.
Se a tela da TV encanta, se o mundo virtual se abre num emaranhado de
hiperlinks que permitem a interatividade, se o rádio traz as
notícias pela manhã, o que cabe a cada pessoa dentro da
sociedade? Ingerir essas informações? Não. É
necessário ver que, por detrás de cada linha escrita,
cada palavra proferida, cada foto exibida, há um olhar humano.
Esse olhar, que é passado diariamente, deve ser questionado e
rebatido por cada um. A tarefa deve ser constante, pois o espírito
crítico só existe quando as questões povoam a mente.
Resignar-se diante dos fatos é morrer aos poucos. E morrer aos
poucos é não questionar a vida.
Enviado pela autor, Interlagos-SP
20 dezembro, 2008
Tsunami de vereadores
Pedro Cardoso da Costa, advogado
Tornou-se perigoso o fim de ano para a população brasileira. Época de festas, a sociedade se desliga um pouco mais do que já é, e aí o pessoal de Brasília se torna mais perniciosa à nação. Foi assim há dois anos quando quiseram se presentear com um aumento salarial abusivo. Ao contrário da comum passividade, a população reagiu e não permitiu.
São as reiteradas decisões absurdas que têm feito o já desmoralizado Congresso Nacional chafurdar na descrença da população. Parecem vadios que, ao primeiro descuido, causam estragos. Agora querem presentear o povo brasileiro com um tsunami de vereadores.
Com a maior cara-de-pau, típica de malandros, alguns argumentam que não haverá aumento de despesas. Não há Matemática no mundo que possa efetuar operação que zere o valor de despesa com o aumento de oito mil cargos de vereadores. Ainda mais quando se sabe que não existe uma só Câmara que não pague valores salariais muito acima da realidade aos seus "edis". Além disso, cada vereador tem carro, gasolina, assessores, funcionários comissionados e muito mais verbas para torrar o dinheiro público ao bel prazer, sem nenhum controle e somente para suas futilidades.
Incompreensível como pode um colegiado que tem por princípio básico representar o povo tornar-se seu principal algoz. Nem a tão decantada democracia tem auxiliado a mudar mentalidade tão tacanha de administrar um país para pequenos grupelhos, que perdura e destrói este país há séculos. O Congresso Nacional tem usado e abusado da democracia para justificar suas decisões indecentes que envergonhariam quaisquer ditaduras. Depois, a reação vem, a aí começam a dizer que não é assim que se resolve e passam a dar aula de comportamento. Por causa de abusos, em algumas cidades a população tem quebrado delegacias, fóruns e órgãos públicos.
Ao contrário de aumentar, se houvesse a extinção do cargo de vereador, sem substituição por outro similar, a sociedade brasileira só ganharia. Tudo que o vereador legisla já existe em leis estaduais ou federais. Além disso, a maioria das câmaras só serve para se vender à corrupção desenfreada dos prefeitos municipais.
Como disse Caetano Veloso: "o Brasil
vai melhorar porque eu quero". Além de não aumentar
o número de vereadores em nenhuma hipótese, é preciso
diminuir o número excessivo de parlamentares. Trocá-los
por qualidade. As despesas com câmaras municipais é o dinheiro
mais desperdiçado da Administração Pública.
Não dá para entender tanta passividade de todos diante
de reiterados abusos do Congresso nacional.
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Hoje",
de Taiguara
Nota para a seqüência Midi: *****
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