A escalada dos "galácticos"
Enviado pelo autor, Jundiaí-SP

Por Faustino Vicente, consultor de empresas e de órgãos públicos
E-mail: faustino.vicente@uol.com.br
Tel.(11) 4586-7426

22 março, 2005

Um dos sonhos mais acalentados pelo ser humano é, sem dúvida alguma, construir uma carreira profissional bem-sucedida e duradoura. Para os mais ousados é chegar no topo do organograma da empresa ou ser o número um do ranking de uma profissão liberal. Por analogia podemos citar o desafio da escalada do Monte Everest –o ponto mais alto do planeta– com seus 8.848 metros de altitude, na fronteira do Nepal com o Tibet. O seu pico somente foi atingido pelo homem em 1953 pelo alpinista neozelandês Edmundo Hillary e seu guia, o nepalês Tenzing Norgay. Chegar no topo do “Everest profissional” é um desafio extremamente difícil, mas permanecer lá é um privilégio de poucos.

Um caso, de visibilidade pública, sobre as dificuldades para manter-se na liderança pode ser encontrado, atualmente, no campo esportivo. Dentre as melhores equipes mundiais uma delas é, sem dúvida alguma, o Real Madrid da Espanha. A sua diretoria formou, a peso de euros, um autêntico Dream Team –o time dos sonhos- com um elenco de craques da mais alta qualidade técnica objetivando, é lógico, a conquista das mais importantes competições futebolísticas. Acontece que, apesar das indiscutíveis habilidades técnicas dessas “estrelas” -carinhosamente chamadas de “galácticos”– a falta de brilho das  
mesmas tem frustrado as expectativas da sua fiel torcida. Mesmo com uma estrutura, física, técnica e administrativa, de excelente padrão e um apreciável faturamento anual, os resultados de campo têm sido incompatíveis com as metas do planejamento estratégico.

Salários de causar inveja à executivos de grandes empresas, excelentes condições de trabalho, qualidade de vida de alto padrão, aplausos da torcida e constante exposição na mídia, têm sido insuficientes para evitar os momentos de incertezas, que vivem os “galácticos”. Segundo o noticiário esportivo, entre as possíveis causas do baixo rendimento desses diferenciados atletas podem estar a queda das condições físicas de alguns jogadores, uma gorda conta bancária capaz de impedir que a motivação seja a mesma do início da carreira, o excesso de confiança no próprio potencial,a melhor performance de outras equipes, o empenho extra dos adversários em ter o prazer especial de derrotar a consagrada equipe madrileña, o desvio de foco face a vida privada e as atividades empresariais fora do futebol. Certamente, os dirigentes e jogadores do Real Madrid têm competência gerencial e habilidades individuais para reverter a incômoda situação, desde que superem o seu maior adversário – eles próprios.

Esse exemplo revela que, como no alpinismo um passo em falso pode ser fatal, também no mundo dos negócios não é diferente – o mercado pode até não reclamar, mas nunca esquece de se vingar. A alternância da liderança, ao longo da caminhada da humanidade, é encontrada na sucessão dos impérios ou no poderio de nações que no passado dominaram grande parte do planeta e hoje se restringem a pequenos territórios, algumas com economias expressivas, outras pouco representativas. No campo empresarial a história não é diferente, bastando um olhar através do túnel do tempo, e comparar as empresas líderes de hoje com as de décadas passadas. Algumas se mantiveram, outras perderam fôlego e muitas,simplesmente, desaparecem por que não souberam se reinventar.

Assim como no esporte de alto rendimento, as estrelas brilham em todas as atividades humanas, e dessa constelação destacamos: Moisés, Leonardo da Vinci, Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, Pelé e Bill Gates. Para reflexão, a cada um de nós, fica a lição de que a conquista da alta performance sustentada encontra-se na atitude do skatista, que usa a ousadia para suas manobras radicais e a humildade para transformar cada queda num degrau a mais na escalada do ranking mundial.


Voando com os gansos
Enviado por Maria Inês Alvares, Belo Horizonte-MG

Autoria desconhecida

17 março, 2005

Quando você vê gansos voando em formação "V", pode ficar curioso quantas razões pelas quais eles escolhem voar dessa forma, pelo que apresentamos a seguir algumas descobertas feitas pelos cientistas.

FATOS

  1. A medida em que cada ave bate suas asa, ela cria uma sustentação para a ave seguinte, voando em formação "V", o grupo inteiro consegue pelo menos 71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente

  2. Sempre que um ganso sai fora da formação, ele repentinamente sente a resistência e o arraso de tentar voar só, e de imediato, retorna à formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave à sua frente.

  3. Quando o ganso líder se cansa, ele reveza indo para a traseira do "V", enquanto um outro assume a ponta.

  4. Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente em manter o ritmo e a velocidade.

  5. Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o seguem, para ajudar e proteger. Eles o acompanham até a solução do problema e, então, reiniciam a jornada. Os três podem juntar-se a outra formação até encontrar seu grupo original.


VERDADES

  1. Pessoas que compartilham uma direção comum e um senso de equipe chegam ao seu destino mais depressa e facilmente, porque elas se apóiam na confiança uma das outras.

  2. Existe força, poder e segurança em grupo quando se viaja na mesma direção com pessoas que compartilham um objetivo comum.

  3. É vantajoso o revezamento quando se necessita fazer um trabalho árduo.

  4. Todos necessitam ser reforçados com apoio ativo e encorajamento dos companheiros.

  5. A solidariedade nas dificuldades é imprescindível em qualquer situação.

Para o bem do grupo, é fundamental ser um ganso voando em "V". E, vamos procurar nos lembrar mais freqüentemente de dar um "grasnado" de encorajamento e nos apoiar uns nos outros com amizade e amor.

Que o exemplo do vôo dos gansos possa ser aplicado em nosso dia a dia com nossos irmãos, colegas e amigos.


E preciso remontar o Estado brasileiro
Enviado por Paulo Sérgio Loredo, São Paulo-Capital

O servidor público não pode ficar a mercê de governos que se elegem periodicamente. É preciso que o serviço público tenha uma administração que proporcione estabilidade, plano de carreira e salários dígnos para não haver omissão perante a desonestidade

Fonte: Revista Interativa
2 abril, 2005

Há 35 anos o professor José Everaldo Ramalho ingressou na administração pública através de concurso. Agora, prestes a se aposentar, vive a angústia de não ter conseguido realizar o sonho de, como funcionário público, contribuir para o desenvolvimento, do país. Pior que isso, sofre ao ver o que chama de desmonte do Estado nacional e o fim do serviço público e do servidor. Autor do trabalho "A reforma do Estado que queremos", produzido pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Sindsep), ele abre o verbo nesta entrevista à Interativa. Munido de muitos dados, desmistifica o discurso do governo e das elites de que a administração pública é responsável pela falência do Estado.

Ele mostra, por exemplo, que em todos os países do mundo os servidores são estáveis, qualificados e respeitados. Os EUA, um dos que menos investem no serviço público, repassam 30% do seu PIB para investimentos no setor. Isso representa
US$ 2 trilhões. No Brasil, o investimento é de apenas 8%.

Interativa - Qual a sua avaliação sobre a máquina administrativa? Para muita gente o servidor público é aquele cara que sai e deixa o paletó na cadeira. Isso corresponde a realidade?

Everaldo - Isso é uma imagem muito antiquada, ainda do tempo da música Maria Candelária - "saltou de pára-quedas, caiu na letra o, o, o...". Na realidade o servidor público faz aquilo que os dirigentes estabelecerem em termos de proposta de governo, de diretrizes administrativas, de desempenho profissional. A máquina administrativa não funciona nos últimos tempos porque há uma intenção deliberada, proposital, incentivada, planejada, das elites brasileiras de desmontarem o Estado nacional.

A partir da década de 80 começa-se a falar, nos EUA e em certos países europeus, na globalização da economia. Com a queda do muro de Berlim esse processo foi acelerado, porque não existia mais o referencial socialista, nem teórico, nem prático. Quem comanda a globalização da economia é os EUA e esses países ricos da Europa, o Grupo dos Sete. Pra eles, interessa ver o Estado nacional nas periferias dependentes totalmente desmontado. E aqui, como as elites adoram jogar a culpa sobre os miseráveis, jogam a culpa no servidor público.

As pessoas que trabalham no serviço público não entram por acaso, não. Elas não caem de pára-quedas como a Maria Candelária. Elas entram no serviço público porque os políticos, os senadores, no momento em que foram governadores de Estado, é que deixaram que essas máquinas públicas fossem inchadas. Eles é que colocaram os apadrinhados, os parentes, as amantes, os cabos eleitorais, os homens desonestos, como todos os outros que vieram trazer a proposta de modernização. Na realidade, a modernização deles era a modernização do próprio bolso.

A máquina administrativa brasileira não é diferente das demais máquinas públicas. Ela funciona, sim. A ideia que o funcionário deixa o paletó na cadeira e sai para rua é uma imagem forçada e, no momento, não se quer mesmo que eles trabalhem. Por quê? Porque se acredita na terceirização, quarteirização. O Bresser está aí para fazer isso. Ele terceiriza tanto que colocou o irmão dele como diretor econômico-financeiro e de relações com o mercado da Telebrás, que é o segmento mais promissor do mercado brasileiro.

Interativa - Mas de que forma a terceirização e a quarteirização contribuem para o desmonte do Estado?

Everaldo - De uma fornia muito simples. O sr. Bresser Pereira propõe organizações sociais em contrapartida às organizações públicas. É você pegar instituições públicas que foram feitas com dinheiro do povo ao longo de dezenas de anos e entregar para um grupo de particulares que vão ter -segundo a reforma administrativa que ele propõe, eu não me lembro agora qual é o artigo- que transformá-las em organização social e prestar conta apenas das dotações orçamentarias governamentais.

Aquele dinheiro, os recursos que ele gerar em função do que oferecerem ao público, isso aí ele não precisa prestar conta. É uma maneira safada, espúria, desonesta, canalha e o Congresso também não está querendo discutir o fato de se entregar o património público para aprendizes de administração. Não é nem de administração pública, é de administração. Porque eu poderei pegar, por exemplo, com um grupo de amigos, a Escola Nacional de Administração.

Isso se eu for amigo do rei, se eu for amigo do Fernando Henrique, do Bresser, de grupos políticos que me proporcionem essa "doação". Então eu pego essa escola, boto ela para funcionar, demito quem eu quero -porque acaba a estabilidade, é a proposta dele- recebo dotações do governo, presto contas do que o governo me deu e aqueles custos que eu gerar, aquilo que cobrir os custos da contrapartida oferecida, eu não preciso prestar contas para o governo.

Então é uma maneira maravilhosa, em nenhum lugar do mundo existe uma coisa dessa, de se pegar o patrimônio público e dar graciosamente para aprendizes de administração. A terceirização, e já existe até a quarteirização, é a falência total do Estado Nacional. É a vergonha, de quem é servidor, de ver o patrimônio que foi erguido com o dinheiro do povo entregue aos arrivistas que não têm nenhum compromisso com a administração pública.

Interativa - No trabalho para o Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos) o sr. trata também da questão do PIB. Quanto o governo brasileiro investe do seu PIB no serviço público e quanto investem os outros países?

Everaldo - Os países desenvolvidos, os países europeus de modo geral, aplicam entre 40% e 45% do seu Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, da riqueza produzida pelo país internamente e externamente, em investimento públicos: formação de servidores, pagamento de servidores, médicos, professores, magistrados, enfim. Um país como a Suécia aplica 60% do seu PIB em investimento público. Quem aplica menos é a Inglaterra, que aplica 38%. Os EUA, que não têm de forma muito correta essa noção do PIB aplicado como investimento público, aplicam 30%.

E 30% do PIB dos EUA significam US$ 2 trilhões. E US$ 2 trilhões foi o que as multinacionais aplicaram para dominar o mundo com a globalização da economia, nos últimos cinco anos. É dinheiro que não acaba mais que se aplica dentro dos EUA para manter a máquina administrativa. Quanto as autoridades brasileiras -José Serra, Pedro Malan, Fernando Henrique, Bresser Pereira- dizem constantemente que nós temos apenas 8% do PEB para apl icar em investimentos. Aí jogam tudo para a folha de pagamento dos servidores sem explicar o que é isso.

Eles não explicam, por exemplo, que gastam mais para manter o Palácio do Planalto, em termos de orçamento da União, do que se gasta para manter o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União. Isso são dados orçamentários.

Interativa - Afinal, há mesmo, como diz o governo, um número excessivo de servidores? Quantos servidores por habitantes existem no Brasil?

Everaldo - Essa é uma outra grande mentira, uma grande mistificação. Nós não temos servidores em excesso neste país. Os servidores públicos, entre administração direta e indireta, não chegam a 2 milhões. Nós temos 550 mil aposentados, 300 mil pensionistas. E nós temos 570 mil servidores na administração pública direta, o restante em autarquias, fundações e empresas de economia mista. A relação servidor público por habitante no Brasil é a metade do que existe na Europa.

Na Europa, para cada 100 habitantes há uma média de 10 servidores. Na América Latina são 4,8 servidores para 100 habitantes. No Brasil, a média é de 5 para 100. Só para se ter uma idéia de números, o Brasil inteiro tem 7 mil magistrados (juizes, promotores, procuradores), entre federais e estaduais. Agora só a cidade de Washington, capital dos EUA, tem 400 procuradores. A Alemanha, com um território 16 vezes menor que o Brasil e uma população de 82 milhões de habitantes, somando aí os 17 milhões incorporados da Alemanha comunista, tem 120 mil magistrados.

Interativa - A propósito, no trabalho para o Sindsep o sr. destaca, por exemplo, que o número de fiscais de tributos federais e da previdência no Brasil caiu em mais de 60% de 70 pra cá, enquanto o número de empresas quadruplicou. O que isso significa em prejuízo para o Estado?

Everaldo - Na década de 70 tínhamos 12 mil auditores fiscais. Este número está reduzido a cerca de 5 mil, dos quais 2.500 estão permanentemente trabalhando em portos e aeroportos, ou seja, nós temos um universo de apenas 2.500 fiscais e mais de 4 milhões de empresas. Na década de 70, nós tínhamos 500 mil empresas e 7 mil fiscais da previdência, que estão reduzidos agora a 3 mil ou 4 mil fiscais. Nós temos um Estado totalmente despreparado para a cobrança dos seus tributos, das suas taxas, para a fiscalização necessária.

O Japão é um país com 120 milhões de habitantes, tem 120 mil auditores fiscais. O Canadá tem 47 mil auditores, a Espanha 28 mil, os EUA mais de 100 mil, a Inglaterra mais de 90 mil. A França, nas ruas, tem um exército de auditores fiscais, porque o empresário quer é sonegar em qualquer país do mundo. Na Croácia, na Eslovênia, na Finlândia ou em Calcária, no interior do Ceará, o empresário vai querer sonegar. Se não houver fiscalização, ele não se apresentará para pagar o imposto. E a nossa legislação, que é feita por senadores, a maioria empresário, é feita para permitir a sonegação.

Por isso eles não querem levar a fiscalização a sério e não querem, tampouco, exércitos de auditores fiscais. Só isso já resolveria o problema do déficit público neste país. Se fossem cobrados da Previdência, as taxas, enfim, os impostos que os empresários não pagam, esta 11a economia do mundo estaria nadando em dinheiro. O Estado poderia fazer educação, saúde, segurança, estradas, tudo aquilo que os empresários só querem fazer pago a taxas altíssimas de juros pelo usuário. Lá fora é o contrário. A economia em escala ensina que o indivíduo ganhando pouco, mas ganhando milhões em milhões de vezes, tem um lucro adequado ao tamanho do seu investimento.

No Brasil não, o indivíduo quer investir pouco e ganhar muito. O empresário brasileiro é o mais desonesto do mundo.

Interativa - Quantos servidores M nos EUA, na França, no Canadá, por exemplo?

Everaldo - Eu posso dizer que os EUA têm cerca de 14 milhões de servidores. A média mundial é de 20% da mão-de-obra ativa constituída de servidores públicos. O Brasil tem uma população economicamente ativa de cerca de 75 milhões de habitantes, metade da população. 20% disso seriam 16 milhões de servidores e na realidade nós não chegamos a 7 milhões. Segundo o Bresser, nós temos 6 milhões de servidores entre federais, estaduais e municipais, incluindo aposentados e militares, pessoal interno, no exterior.

O número de servidores públicos é muito pequeno em relação ao tamanho desse país, à miséria social, à dívida social, a uma população completamente desassistida em matéria de saúde, segurança, transporte, meio de comunicação. E isso o empresário jamais fará, ele nunca fez em nenhum lugar do mundo. E nós vamos pagar muito caro por isso, porque a miséria só vai aumentar. Essa história de qualidade total é uma falácia, quem sobreviver chorará.

Interativa - O sr. não acha que há necessidade de uma reforma administrativa no Estado?

Everaldo - É claro que há. A reforma administrativa do Estado que nós precisamos deve ser aquela que aceite os tempos modernos. E o que significa os tempos modernos nos outros países? Significa exatamente você apontar um discurso em direção ao servidor público dizendo-lhe que precisa da colaboração dele para resgatar a dignidade do servidor e da administração pública. Nós precisamos de um governo que tenha um projeto de Brasil, formulando uma lei orgânica do serviço público, aí sim, para ser discutida pelo legislativo com representantes da sociedade civil e dos servidores públicos. Um governo que diga para o servidor que realmente o Estado está desmontado, mas que é preciso remontá-lo. Não sendo ele, com toda certeza, o Estado leviatã, o Estado gigantesco que foi no tempo dos militares.

Mas o Estado que responsabilizado por setores como educação, saúde, segurança pública, justiça, projetos agrícolas, reforma agrária, disponha de servidores treinados e qualificados, desde o servente até essas categorias profissionais que são as meninas dos olhos dos governantes. E quais são essas carreiras públicas? São as que o Bresser está apontando como sendo uma criação dele, quando na realidade são uma criação do mundo capitalista moderno, a partir de 1300. Ou seja, você precisa treinar não apenas diplomatas, magistrados, auditores fiscais e os defensores do poder da violência, policiais. Você precisa treinar médicos, professores, garis.

Interativa - A reforma proposta pelo governo FHC prioriza o fim da estabilidade. O governo chega a dizer que todos os demais itens são negociáveis, menos a estabilidade. O que o sr. acha disso? Os servidores são estáveis nos demais países?

Everaldo - No resto do mundo os servidores são estáveis. A estabilidade foi criada nos EUA, por exemplo, por volta de 1870 e considerada uma necessidade nos países da Europa em 1907. O I Congresso Internacional de Administração Pública, realizado em Bruxelas, concluiu que era preciso distinguir entre o trabalhador urbano/rural e o trabalhador do serviço público. Por quê? Porque o trabalhador do serviço público não poderia ficar a mercê de governos que se elegiam de quatro em quatro anos e de cinco em cinco anos. Era preciso montar um serviço público com uma administração que tivesse estabilidade para não se omitir perante a desonestidade.

Pois bem, essa estabilidade chegou ao Brasil para ser discutida no Congresso Nacional entre 1917 e 1927, mais ou menos. Ou seja, isso é uma tradição que não é nem nossa, nós já copiamos dos países mais avançados. E agora queremos retroagir não a 1907, mas a 1850, quando havia escravagismo neste país. Eu acho que a reforma administrativa do sr. Bresser Pereira é uma falácia, é uma coisa vergonhosa para um presidente tão lido, que escreveu tanto.


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Arabesque"
Nota para a seqüência Midi: *****

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Belo Horizonte, 9 abril, 2005

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