Elis Regina, a pimentinha
Bastidores
O início da carreira (continuação)
Boscoli e Miéli deram um passo importante na carreira como produtores artísticos: firmaram contrato com Abraão Medina para atuarem no Rio 1800 (hoje Barril 1800), em Ipanema (RJ). A condição era não trabalhar no Beco das Garrafas (o Beco, reduto da boemia, da Bossa Nova e dos artistas, ficava na travessa da Rua Duvivier, em Copacabana (RJ), junto as boates Bottle's Little Club e Baccarat). Certa noite Ronaldo assisitia a um show no Beco de Iris Lettieri (a voz do aeroporto) recitando poemas em que Elis estrava como coadjuvante cantando uma ou duas músicas. Ficou encantado pela voz, e Miéle também. Imediatamente, propuseram um show a ser estrelado por ela, que resisitiu. O pianista Luiz Carlos Vinhas acabou por convencê-la. |
A famosa dupla Miéle & Bôscoli junta no palco, no show Barrabela (Bôscoli à esquerda) |
O show aconteceu com as presenças de Gaguinho no pandeiro, a dançarina Marly Tavares, o trio formado pelo pianista Luiz Carlos Vinhas, Otavinho Bayle e Roni Mesquita e, é claro, Elis Regina.
A parceria não deu certo. Ronaldo jogava charme para Elis, que revidava. Depois de algum tempo Elis faltava aos shows sistematicamente às sextas e aos sábados, com a casa lotada. Ronaldo descobriu depois que o pai dela a obrigava a fazer shows no final de semana e faturava sozinho. Tirou satisfações e perdeu a cantora.
Nessa ocasião, veio ao Beco o empresário Marcos Lázaro, que farejava sucessos, e levou Elis para a TV Record, em São Paulo. Elis e Ronaldo ficaram brigados.
Enquanto isso Ronaldo e Miéle improvisaram
fazendo um show chamado "Uma noite perdida", com Miéle
no palco e a cantora Tuca, numa casa chamada Rui Barbosa, fora do Beco. Marcos
Lázaro, já empresário de Elis, viu e gostou.
- Vocês fazem tão bem essas coisas - admitiu para Ronaldo e Miéle.
Vou dar um jeito de fazer as pazes entre vocês e a Elis.
Luizinho Eça, cria do Ronaldo na época, era arranjador de Elis em São Paulo. Ficou de estabelecer uma ponte entre a dupla e Elis.
Somente Miéle viaja com Marcos para São Paulo para "amansar a fera". Miéle foi bem aceito, já Ronaldo foi "esculhambado".
Luizinho Eça não desisitiu e
traçou um plano. Elis viria ao Rio para ensaiar com ele. Foi combinado
que no ensaio Ronaldo apareceria com Miéle para fazer charme para ela.
Ronaldo chega meio barbado, himilde e diz:
- Elis, posso falar com você um pouquinho?
- Que é que você quer?
Foto arquivo Jair Rodrigues
O Fino da Bossa, em 1965 |
Ronaldo explica que não ganhava
bem no Beco e que, ainda por cima, arriscava seu emprego na Midas, do
Medina. Ela balançou: Ronaldo e Elis foram ver o show de Miéle
com a Tuca. Ela ficou apaixonada pelo trabalho. No final da noite pintou
um clima entre os dois. Ela balançando, com olhar "pidão": Foram todos para São Paulo. Elis e Ronaldo começaram a namorar. Deu tudo certo. Miéle e Bôscoli passaram a produzir a segunda parte do programa "O Fino da Bossa". |
Veja também: No tempo da Nossa Nova
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"O bebado e o equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc
Seqüência Midi: Marcos Borelli
Nota para a seqüencia Midi: ****
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