Elis Regina, a pimentinha
Da editoria do Jornal dos Amigos
Referências:
Páginas Internet de Geraldo Freire e Maria Luiza Kfouri; livros "Eles
e Eu,
memórias de Ronaldo Bôscoli", de Luiz Carlos Maciel e Ângela
Chaves e "Ela é carioca",
de Ruy Castro
Elis Regina de Carvalho Costa, a Elis Regina, nasceu em 17 de março de 1945, no Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre (RS). Filha da descendente de portugueses Ercy Carvalho Costa e de Romeu Carvalho Costa, Elis teve apenas um irmão, Rogério (Guéio), que nasceu quando ela tinha 4 anos. Casou-se em dezembro de 1967 com Ronaldo Bôscoli (Ronaldo Fernando Esquerdo Boscoli, produtor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 28/10/1928 e faleceu em 18/11/1994), com quem teve um filho: João Marcelo Bôscoli (músico). Separou-se e em 1973 casou-se com César Camargo Mariano (pianista, arranjador, produtor e compositor, nasceu em 19/9/1943), com quem teve dois filhos: Pedro Camargo Mariano (músico) e Maria Rita Camargo Mariano (cantora e herdeira do talento e da voz da mãe). |
Elis se destacou muito cedo. A "Pequena Notável" fez sua estréia como cantora aos 7 anos, num programa de rádio chamado "Clube do Guri", animado por Ary Rego na Rádio Farroupilha, em Porto Alegre. Mais tarde passa a integrar o elenco fixo do programa, ganhando um pequeno cachê e presentes dos patrocinadores. Tempos depois torna-se secretária do programa: além de cantar, lê recados, nomes de aniversariantes e apresenta os candidatos.
Sua fama só foi crescendo. Aos 14 anos
ela assina contrato com a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, para
apresentar-se no Programa Maurício Sobrinho, de Maurício Sirotsky
Sobrinho.
Em 1960, aos 15 anos, foi para o Rio
de Janeiro gravar seu primeiro compacto, pela Continental, com as músicas
"Dá sorte" e "Sonhando". Em 1961, pela mesma gravadora,
lança seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos
e rocks. Em seguida, volta para Porto Alegre.
Em 1964, aos 19 anos, regressa definitivamente para o Rio. Canta no Beco das Garrafas, reduto da Bossa Nova, onde teria aprendido com o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que lhe valeu o apelido de "Hélice Regina". Nesse mesmo ano é contratada pela TV Rio, passa a trabalhar ao lado de Jorge Ben, Wilson Simonal e outros.
Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965,
ao sagrar-se vencedora do
" I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior",
defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius
de Moraes.
Elis interpreta "arrastão" |
Em seguida gravou "Dois na Bossa" ao lado de Jair Rodrigues, com tal êxito que nos anos seguintes foram lançados os volumes 2 e 3. Foi ao lado de Jair que apresentou um dos programas musicais mais importantes da música brasileira, "O Fino da Bossa", estreado em 1965 na TV Record, São Paulo. O programa foi o responsável pelo lançamento de diversos artistas e sucessos, como "Canto de Ossanha" de Baden Powell e Vinicius de Moraes), "Louvação", de Gilberto Gil e Torquato Neto) e "Lunik 9", de Gilberto Gil. A partir daí a carreira solo de Elis decola. Seu disco "Elis", de 1966, traz "Canção do Sal", de Milton Nascimento, gravado pela primeira vez. Elis foi a primeira intérprete a gravar músicas de alguns compositores que se tornariam consagrados, como Milton, Ivan Lins ("Madalena"), Tavito e Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior ("Como Nossos Pais"). |
Participou de festivais e de movimentos político-musicais, como a "passeata contra as guitarras", que visava à preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira.
Intensificou sua carreira no exterior em 1969, ano em que fez show nas principais capitais européias e latino-americanas. Um de seus discos mais marcantes, "Elis e Tom" (com Tom Jobim), foi gravado em 1974 nos Estados Unidos, onde também tornou-se popular.
No ano de 1979 participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e gravou um de seus maiores sucessos, "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, dupla que lhe forneceria inúmeros sucessos, como "Caçador de Esmeraldas", "Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá". Outras interpretações que entraram para a história foram "Upa, Neguinho" (Edu Lobo e G. Guarnieri), "Águas de Março" (Tom Jobim), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento e Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira).
Depois de sua morte, em 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos, foram lançados discos com gravações inéditas e coletâneas. Foi homenageada em 1995 com o prêmio Sharp de música.
Biografia detalhada nas páginas de Maria Luiza Kfouri
Discografia na página Sombras
Bastidores
O início da carreira
No livro de Luiz Carlos Maciel e Ângela Chaves, "Eles e Eu, memórias de Ronaldo Boscoli", Ronaldo conta como conheceu Elis Regina, as desavenças, até chegar ao casamento.
Um belo dia Umberto Cataldi (na ocasião do depoimento, diretor de uma fábrica de CD) contou-lhe uma novidade. Disse para Ronaldo que veio do Sul uma garota para gravar um disco que cantava à beça. Seu nome: Elis Regina.
Um dia Ronaldo e Miéli
(Luiz Carlos Miéli, humorista, showman e animador cultural,
apelido "Barba"), ouviram a voz de Elis saindo de uma loja de discos
em Copacabana. Uma música brega, uma voz linda. Na mesma hora disse
ao Barba:
- Se a cantora não é um bagulho, nasceu uma estrela. Ver
mais
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Alô, Alô marciano", de Rita Lee e Roberto de Carvalho
Nota para a seqüencia Midi: ****
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