Marido e mulher na atualidade
Enviada por Maria Auxiliadora Belém,
Belo Horizonte-MG
Homens
e mulheres definem apoio emocional de modo diferente. Para
eles, estar por perto já é suficiente demonstração
de afeto. Elas querem outro tipo de performance: conversar,
compartilhar sentimentos, analisar reações
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Por
Cibele Andrade Ruas,
psicóloga e socióloga |
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Participa
do programa "Nós" da TV Minas, às
quintas-feiras, às 22h00 |
Fonte: Jornal "Hoje em Dia"
12 junho, 2005
Tempos atrás, as instruções
para ser um bom marido pareciam simples: prover e proteger.
Agora, a mulher espera que ele também seja companheiro,
confidente, amigo - e que ajude nas tarefas domésticas.
As novas demandas são enigmáticas para os homens.
Se a mulher lutou muito pelas oportunidades no mercado de trabalho,
redefinindo seu papel social e dando expressão a suas
ambições, seu novo estilo de vida atingiu em cheio
o homem: a vida familiar do marido também se transformou
radical e confusamente - e ele nem clamou por mudanças...
Aquilo que é conquista para as mulheres é misterioso
desafio para os homens: como lidar com essa "nova mulher"?
Que é esperado dele como marido?
Os homens são criados com a idéia de que vencer
no mundo lá fora é sua grande meta - e muitas
mulheres mantêm esta expectativa a seu respeito. As mulheres,
mesmo as "novas mulheres", ainda esperam que os homens
tenham metas bem definidas e se preocupem com o dinheiro. Mas
também querem que ele seja sensível, próximo,
amigo.
A demanda é contraditória: os requisitos necessários
para o profissional bem-sucedido são incompatíveis
com a sensibilidade necessária para torná-lo afável
companheiro. Para vencer na selva lá fora é preciso
ser capaz de compartimentar, ser menos sensível, agir
com decisão e estar disposto a fazer sacrifícios.
Se ele está preparado para ser bem-sucedido, vai ser
difícil ter perfil que também permita atender
às demandas emocionais; se não estiver preparado
para o sucesso profissional, também estará em
posição de desvantagem. E agora, José?
Parece líquido e certo que, nos últimos anos,
a expectativa feminina de um parceiro emocionalmente próximo
tornou-se o mais importante requisito para um bom relacionamento
conjugal. O provedor presente e fiel, mas reservado, já
não preenche o critério de bom marido. É
preciso ser próximo - e a intimidade é questão
obscura para os homens de modo geral. Eles costumam ser menos
hábeis para verbalizar sentimentos e gerenciar relacionamentos
do que as mulheres. A "distância emocional"
vivida pela mulher é o pivô de grande parte das
separações.
Hoje, os homens estão grilados com as novas exigências
do casamento, preocupados com o que a relação
lhes reserva, sem saber direito o que realmente se espera deles.
Querem estar emocionalmente envolvidos, mas homens e mulheres
definem apoio emocional de modo diferente. Para os homens, estar
por perto já é suficiente demonstração
de afeto. Mulheres querem outro tipo de performance: conversar,
compartilhar sentimentos, analisar reações.
Quando as mulheres estão com amigas, conversam sobre
suas vidas; as reuniões de amigos são pautadas
por assuntos gerais - eles raramente conversam sobre seus problemas
existenciais. Geralmente se unem em torno de alguma atividade
(beber, jantar, jogar, visitar algum lugar). Se um deles está
com problemas, ninguém insiste em saber o que há;
respeitam seu silêncio e tentam fazê-lo "entrar
no clima" da ocasião. Nem por isso deixam de ser
amigos, ou se preocupar com o problema do outro. São
apenas modos diferentes de abordar a mesma situação.
Há grande diferença na forma de lidar com o estresse
entre os gêneros: a mulher encara os problemas e mergulha
neles, tentando analisar as minúcias, entender seu sentido;
os homens os detectam e tentam fazer o que acham necessário,
sem ficar ruminando os detalhes.
Se as mulheres sonham que no casamento terão com o parceiro
o mesmo tipo de relacionamento que mantêm com as amigas,
não estão sendo suficientemente sensíveis
para lidar com as inevitáveis diferenças. É
preciso reconhecer que, apesar de aparentemente divergentes,
os modos de envolvimento e demonstração de afeto
não são incompatíveis. No casamento, é
preciso que haja espaço para a singularidade de um e
outro.
Nota
do editor
Casar
é ser testemunha ocular da vida diária do cônjuge.
A consciência de sua
missão
Enviada por América de Oliveira, Belo
Horizonte-MG
Quando
a pessoa chega no final do caminho percebe que o caixão
não tem gavetas, e que ela só vai poder levar
daqui o bem que fez às pessoas
Por
Roberto Shinyashiki
6 junho, 2005
Freqüentemente, eu me pergunto:
O que cada um de nós
está fazendo neste planeta?
Se a vida for somente tentar
aproveitar o máximo possível as horas e minutos,
esse filme é bobo. Tenho
certeza de que existe um sentido melhor em tudo o que vivemos.
Para mim, nossa vinda ao planeta Terra tem basicamente dois
motivos:
evoluir espiritualmente e aprender a amar melhor. Todos os nossos
bens na verdade não são nossos. Somos
apenas as nossas almas. E devemos aproveitar todas as oportunidades
que a vida nos dá para nos aprimorarmos como pessoas.
Portanto, lembre sempre que os
seus fracassos são sempre os melhores professores e é
nos momentos difíceis que as pessoas precisam encontrar
uma razão maior para continuar em frente. As nossas ações,
especialmente quando temos de nos superar,
fazem de nós pessoas melhores.
A nossa capacidade de resistir
às tentações, aos desânimos para
continuar o caminho é que nos torna pessoas especiais.
Ninguém veio a essa vida com a missão de juntar
dinheiro e comer do bom e do melhor. Ganhar dinheiro e alimentar-se
faz parte da vida, mas, não pode ser a razão da
vida.
Tenho certeza de que pessoas
como Martin Luther King, Mahatma Ghandi, Nelson Mandela, Madre
Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Betinho e tantas
outras anônimas,
que lutaram e lutam para melhorar a vida dos mais fracos e dos
mais pobres, não estavam motivadas pela idéia
de ganhar dinheiro. O que move essas pessoas generosas a trabalhar
diariamente, a não desistir nunca?
A resposta é uma só:
a consciência de sua missão nesta vida. Quando
você tem a consciência de que através do
seu trabalho você está realizando sua missão
você desenvolve uma força extra, capaz de levá-lo
ao cume da montanha mais alta do planeta.
Infelizmente, muita gente se
perde nesta viagem e distorce o sentido de sua existência
pensando que acumular bens materiais é o objetivo da
vida. E quando chega no final do caminho percebe que o caixão
não tem gavetas, e que ela só vai poder levar
daqui o bem que fez às pessoas.
Se você tem estado angustiado
sem motivo aparente está aí, um aviso para parar
e refletir sobre o seu estilo de vida. Escute a sua alma: ela
tem a orientação sobre qual caminho seguir.
Tudo na vida é um convite
para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e
na glória do bem.
Depois de Lula
Enviada pela autora, Santos-SP
O MST
não existia mais. A Febem fechara suas unidades infantis.
Os traficantes imigravam em busca de novos mercados consumidores.
A violência permanecia alta com o perfil de crimes diferenciado,
por não existirem mais aviõezinhos
nem trombadinhas
Por
Sonia Rodrigues
11 junho, 2006
Já se fora a tempo das
CPIs e das revoltas populares. Há dez anos ninguém
denunciava nada; ninguém reclamava de nada. A taxa de
mortalidade infantil beirava o zero. O
ministro da Saúde deveria mostrar-se satisfeito, porém,
na outra mão, o relatório da natalidade beirava
1%, pelo décimo ano consecutivo.
Há anos não se
reclamava da falta de vagas nas maternidades públicas
nem nas UTIs-berçário; nas policlínicas
acabara a fila de espera por pediatras e obstetras; desaparecera
a tal da demanda reprimida. O
ministro jantou aquela noite com um ex-presidente sociólogo,
seu amigo, com quem discutiu o estranho fenômeno. O
amigo, entendido em estatísticas, acrescentou-lhe novos
fatos: A evasão
escolar tendia a zero.
As escolas públicas de
primeiro grau estavam ociosas. Ninguém sentia falta do
extinto Bolsa-Escola. Não se falava quase de trabalho
infantil. A taxa de gravidez na adolescência despencara.
As delegacias não registravam quase queixas de trabalho
infantil, prostituição infantil ou pedofilia há
uma década. Os bandidos se regeneraram? É mais
simples que isso: não há crianças a explorar.
O ministro reexaminou cuidadosamente
seus relatórios. Como não percebera antes? Nos
últimos dez anos, só os ricos se reproduziram!
A classe média,
que vinha casando progressivamente mais tarde e tendo o primeiro
filho após os trinta anos, casava-se agora depois dos
quarenta e desistia do herdeiro.
Os pobres se agrupavam em dois
ou três casais para compartilhar um mesmo teto: pais com
filhos, noras e genros ou irmãos com cunhados. Casais
sem filhos. Provavelmente também sem cães ou gatos.
O s pobres percebeu
o ministro pararam de procriar. A
qualidade de vida não melhorara em nada. O
desemprego continuava alto porque o grande mercado de trabalho
das classes menos favorecidas, a construção civil,
estava estagnada.
Os bancos e financeiras passavam
por tempos difíceis, pois muitos aposentados e pensionistas
haviam morrido inadimplentes e os novos aposentados e pensionistas
não requeriam mais empréstimos. A procura por
financiamento de imóveis, estudos, construções,
planos de saúde, compras de todo tipo - exceto cruzeiros
de luxo e pacotes internacionais de turismo - cessara por completo.
O MST não existia mais.
A Febem fechara suas unidades
infantis. Os traficantes
imigravam em busca de novos mercados consumidores. A
violência permanecia alta com o perfil de crimes diferenciado,
por não existirem mais aviõezinhos
nem trombadinhas. Não
havia mais meninos e meninas de rua, pois não havia mais
meninos e meninas pobres.
O sociólogo suspirou;
sua tristeza se dissiparia ao regressar a Paris e passear ao
longo do Sena. O ministro,
confuso, convocou uma equipe de pesquisa e saiu pessoalmente
em campo, a buscar a resposta.
Dona Francisquinha, uma velha
cega que morava em uma aldeia de pescadores, sábia pela
idade avançada e por enxergar mais do que muita gente
que nascera com dois olhos na cara, explicou:
- O povo desistiu.
Deixem entrar as borboletas
Enviado pelo autor, Volta Redonda-RJ
Por
Charlles Nunes, professor de inglês e autor do livro "O
Pulo do
Gato - Uma Experiência Autodidata em Línguas Estrangeiras"
E-mail: charllesnunes@hotmail.com
31 maio, 2005
Fim de semana passado, entre
uma atividade e outra, comecei distraidamente a
cantarolar uma antiga canção do Benito de Paula:
"Sou como a borboleta, tudo
o que eu penso é liberdade..." e silenciei-me, absorto
na tarefa que realizava. Meu filho de 6 anos, aproximando-se,
disse:
- Pai, canta esse pedacinho de novo?
- Que pedacinho?
- Esse, da música que você "tava" cantando.
Como nem me lembrasse da mesma, tentei uma outra qualquer. Ele
objetou: "Essa não, a outra, da borboleta".
Desta vez, acertei: "Não quero viver maltratado,
nem exportado desse meu chão...". Para minha surpresa,
ele continuou: "Minhas asas, minhas armas...", e já
não me lembro do restante.
Que descoberta agradável,
ouvi-lo dizer que a aprendeu na escola. Fiquei a imaginar que
escola boa deve ser esta, em que há menos vovôs
vendo aquelas eternas uvas, e onde se permite que as crianças
conheçam os versos do Benito. Que bom saber que lá
dentro tem gente que pensa, que sente, que ama tantos pequeninos
de lares diversificados, e que faz o melhor de si para proporcionar
crescimento aos filhos dos outros como se fossem deles mesmos.
Quando esta garotada crescer,
vão se lembrar de tantas "tias" queridas e
suas lições de vida. Quanto estiverem com os hormônios
em fúria, talvez acreditem, como nós o fizemos,
naquelas propagandas de creme para espinhas. Talvez se apaixonem
uma ou duas vezes por mês e, eufóricos, até
cometam alguns versinhos, pensando que "desta vez é
prá valer". Talvez encarem um subemprego, ou uma
seqüência deles. Quem sabe farão os mesmos
erros e acertos de todos nós, já "rodados"
nesta estrada da vida?
Consolador é saber que
há vida na sala de aula. Que poderemos um dia nos sentar
na grama com nossos alunos e compartir pensamentos, sentimentos
e recordações, contar uma boa piada ou até
torcer pelo Brasil - ainda que seja em época de copa
do mundo.
Davi, meu Amiguinho, que viveu
vendo aquelas inumeráveis uvas e a esta altura já
deve ser mais um pacato vovô, contemple feliz de sua cadeira
de balanço o desabrochar do século 21, pois agora
há borboletas nas salas de aula!!!
Continuemos a abrir nossas janelas
para o mundo e, ao fazê-lo, abramos as janelas da alma.
Deixemos entrar as borboletas e, com elas, o sentido real da
vida. Que haja menos cartilhas engessadas, cheias daquelas malditas
uvas, e mais "tempo prá gente ser mais, muito mais
do que grandes amigos", mas verdadeiros irmãos,
pais e filhos, talvez.
Edição
anterior
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Ainda lembro", de Marisa Monte
Seqüência Midi: Pedro A. Zaniolo e Andréia
Vianna
Nota para a seqüência MIDI: *****
Inspire-se.
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Segundo
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