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Um ditadorzinho de mierda
Enviado por Isolda Haris, Fortaleza-CE



Por Adriana Vandoni, economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ, professora do curso de pós-graduação em Gestão de Cidades

8 junho, 2007

Cansei de escrever mansinho. Fica parecendo que não adianta nada. Cansa! Mas, vou dizer uma coisa, deu vontade de chutar o pau da barraca.

Que a política externa deste governo Lula é um desastre, todos com um mínimo de consciência já sabem. Sujeitou-nos ao presidente boliviano, deixando-o rasgar contratos sem quaisquer retaliações na justiça internacional, e vendendo o patrimônio da Petrobras, que não é do governo ou do PT, mas do povo brasileiro.

Foi um desrespeito absurdo com nosso povo, que pagou preços mais altos por muitos anos para construir o patrimônio da empresa, e agora entregamos assim, fácil?! Faltou patriotismo, dignidade e coragem. Por essas e outras, e de tanto deixar que outros passem a mão no pandeiro brasileiro, que o Paraguai também resolveu “propor” renegociações nos contratos sobre Itaipu. Viramos um gigante fraco e covarde. Temos tamanho, mas falta-nos hombridade.

Mas o pior é o palhaço venezuelano, um típico ditador latino-americano, só que travestido do véu popularesco do socialismo. Desde o início do primeiro governo Lula, Chávez usava o Brasil como a sua casa da mãe Joana. Passava e entrava por nossas fronteiras sem a menor cerimônia, discursando para campesinos no Paraná, que logo após invadiam terras, ou ditando ideologias “bolivarianas” que não sabemos se nosso povo deseja ou ao menos que saiba o que é. Viramos um palanque para esse palhaço Chapolin subir e discursar seus recalques e teorias ideológicas para todo o continente. Viramos apenas um degrau para esse tiraninho de segunda subir e discursar.

Agora vemos sua crítica ao nosso congresso, que quer gostemos ou não, e mesmo que saibamos de todos seus erros absurdos, foi escolhido pelo povo brasileiro e só a este deve satisfação. Essa imitação barata e cafona de ditador não tem o direito de dizer que o Congresso Nacional do Brasil é cheio de “papagaios” que apenas repetem o que os EUA falam. Que esse vanguardista do atraso e defensor de causa perdida se recolha à sua insignificância mundial.

Um ditador de país, grande exportador de petróleo, que mesmo tendo enormes lucros decorrentes do alto valor desse produto, destrói a economia do seu país. Uma leitura rápida nos jornais de lá mostrará a quantas anda, por exemplo, a oferta de alimentos. A Venezuela importa dois terços dos alimentos que consome e, pasmem, boa parte disso do imperialista EUA. E o pior, mesmo com os lucros do petróleo, está faltando alimentos! Tem que comprar dos EUA. Dando dinheiro aos imperialistas, não é?, fanfarrão de mierda!

Uma coisa é um cidadão brasileiro falar da Venezuela, ou um cidadão venezuelano falar do Brasil, mas um chefe de Estado? Por isso escrevo mierda, e mierda repito, porque papagaios, Chapolin Colorado, diga aos seus congressistas daí!

Faça o seguinte: diga isso ao Congresso Nacional da Venezuela, em seus longos discursos, mas diga isso e complete que são um bando de calzonazos, que não tem autonomia alguma. Um bando de calzones-moles, em bom portunhol.

Raivas à parte, e recolhendo o pau da barraca chutado, esse é um problema diplomático que eu espero que seja tratado com toda a gravidade que merece. Chega de permitir que tripudiem sobre nosso país e instituições.


Ricos e pobres
Enviado por Laudizio Jorge Marquesi, São Paulo-Capital


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Por Marta Medeiros

7 junho, 2007

Anos atrás escrevi sobre um apresentador de televisão que ganhava um milhão por mês e que em entrevista vangloriava-se de nunca ter lido um livro na vida. Classifiquei-o imediatamente como um exemplo de pessoa pobre.

Agora leio uma declaração do publicitário Washington Olivetto em que ele fala sobre isso de forma exemplar. Ele diz que há no mundo os ricos-ricos (que têm dinheiro e têm cultura), os pobres-ricos (que não têm dinheiro mas são agitadores intelectuais, possuem antenas que captam boas e novas idéias) e os ricos-pobres, que são a pior espécie: têm dinheiro mas não gastam um único tostão da sua fortuna em livrarias, shows ou galerias de arte, apenas torram em futilidades e propagam a ignorância e a grosseria.

Os ricos-ricos movimentam a economia gastando em cultura, educação e viagens, e com isso propagam o que conhecem e divulgam bons hábitos. Os pobres-ricos não têm saldo invejável no banco, mas são criativos, efervescentes, abertos. A riqueza destes dois grupos está na qualidade da informação que possuem, na sua curiosidade, na inteligência que cultivam e passam adiante. São estes dois grupos que fazem com que uma nação se desenvolva. Infelizmente, são os dois grupos menos representativos da sociedade brasileira.

O que temos aqui, em maior número, é um grupo que Olivetto nem mencionou, os pobres-pobres, que devido ao baixíssimo poder aquisitivo e quase inexistente acesso à cultura, infelizmente não ganham, não gastam, não aprendem e não ensinam: ficam à margem, feito zumbis.

E temos os ricos-pobres, que têm o bolso cheio e poderiam ajudar a fazer deste país um lugar que mereça ser chamado de civilizado, mas que nada: eles só propagam atraso, só propagam arrogância, só propagam sua pobreza de espírito.

Exemplos? Vou começar por uma cena que testemunhei semana passada. Estava dirigindo quando o sinal fechou. Parei atrás de um Audi preto do ano. Carrão. Dentro, um sujeito de terno e gravata que, cheio de si, não teve dúvida: abriu o vidro automático, amassou uma embalagem de cigarro vazia e a jogou pela janela no meio da rua, como se o asfalto fosse uma lixeira pública. O Audi é só um disfarce que ele pôde comprar, no fundo é um pobretão que só tem a oferecer sua miséria existencial.

Os ricos-pobres não têm verniz, não têm sensibilidade, não têm alcance para ir além do óbvio. Só têm dinheiro. Os ricos-pobres pedem no restaurante o vinho mais caro e tratam o garçom com desdém, vestem-se de Prada e sentam com as pernas abertas, viajam para Paris e não sabem quem foi Degas ou Monet, possuem TVs de plasma em todos os aposentos da casa e só assistem programas de auditório, mandam o filho pra Disney e nunca foram a uma reunião da escola. E, claro, dirigem um Audi e jogam lixo pela janela. Uma esmolinha para eles, pelo amor de Deus.

O Brasil tem saída se deixar de ser preconceituoso com os ricos-ricos (que ganham dinheiro honestamente e sabem que ele serve não só para proporcionar conforto, mas também para promover o conhecimento) e se valorizar os pobres-ricos, que são aqueles inúmeros indivíduos que fazem malabarismo para sobreviver mas, por outro lado, são interessados em teatro, música, cinema, literatura, moda, esportes, gastronomia, tecnologia e, principalmente, interessados nos outros seres humanos, fazendo da sua cidade um lugar desafiante e empolgante. É este o luxo de que precisamos, porque luxo é ter recursos para melhorar o mundo que nos coube. E recurso não é só money: é atitude e informação.


Destino, o inesperado!
Enviada pela autora, São Paulo-Capital


Por Priscila de Loureiro Coelho

9 junho, 2006

Ontem fui visitar um ex-aluno, que há tempos não via. Menino muito querido e que adentrou meu coração desde a infância. Ao chegar, sentia-me um pouco desconfortável, pela emoção incontida que me pesava a alma. Dia nove do mês passado, ele sofreu um acidente de moto e há dois dias apenas havia chegado em casa.

De início, havia a possibilidade de ficar tetraplégico, mas a cirurgia reconstruindo as duas vértebras moídas, através da ajuda de uma prótese, alterou o quadro amenizando, em muito, a tensão que pairava a sua volta. Era hora do almoço e aproveitava essa pausa de atividades para fazer tal visita. Fui recebida pela mãe, amiga de longa data, parceira na juventude, de bailes e brincadeiras no clube. Uma época em que não precisávamos de motivos para rir, já que tudo era engraçado, simples e bom.

Abraçamo-nos retomando a custo um fiapo daquela lembrança que nos amparou neste instante. E logo me vi frente ao garoto. Estava agora com 29 anos. Lembro-me tanto dele aos oito ou nove, quando chegou à escola pela primeira vez. Loiro, cabelos lisos, e um olho azul celeste que lembravam duas contas preciosas. Não era tão encorpado nem tão alto, mas o conjunto era harmonioso e atraente.

De imediato busquei seu olhar. Estava sentado na cadeira de rodas, na cabeceira da mesa, almoçando. Quando nossos olhos se encontraram, algo quase mágico aconteceu. De pronto me senti acalmar, e mergulhei nas profundezas daquele azul, tão celestial estava naquele momento. Não havia medo, nem susto, nem raiva, nem vazio! Encontrei nele a mesma expressão que me lembrava do passado, quando nos falávamos discutindo trivialidades amenas ou não.

Ele nunca foi líder, mas era um conciliador nato. Brotava dele, desde tenra idade, uma harmonia espontânea, que provocava acordos naturalmente. E nestes momentos ele era o centro das atenções, para logo depois voltar à posição de retaguarda, como se fosse apenas um guardião e jamais esperasse ser reconhecido por tais feitos.
O olhar era o mesmo, e causou-me a mesma sensação de paz que em outros tempos reconhecia. Aproximei-me, sorriso nos lábios e, desconfio, com meus próprios olhos brilhando muito.

Em questão de minutos a conversa fluiu fácil, leve e comedidamente alegre. Meu desajeito costumeiro, que me leva a dar invariavelmente alguns "foras", manifestou-se sem pudor pelo tempo que havia passado, não se importando de ser reconhecido como marca registrada de alguém estabanado.

Mas, uma coisa me tocou fundo, a serenidade com que em dado momento ele se expressou, contando como conversava diariamente com sua medula e todo seu corpo e como estava conseguindo algum progresso por conta disso; sentindo que este respondia favoravelmente a atenção especial que prestava e aos pedidos que acompanhavam este colóquio.

Confesso que me surpreendi. Encantei-me sobremaneira com esta atitude de não resistência, de uma ingênua simplicidade ao lidar com algo tão delicado e, tão grave.
Fiquei mais um tempo conversando, e rimos de algumas lembranças e atrapalhadas minhas, e então, me despedi, prometendo voltar logo fosse possível. Ele vai para a AACD, fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento para recuperação. Contou-me isso com a tranqüilidade de quem tem a certeza de ser o caminho que o levará à solução de seu problema.

Ao sair e ficar só, parei por um tempo refletindo sobre tudo que havia experimentado nos últimos quarenta e cinco minutos.

Que fantástica é a vida, e que lições vamos colhendo das situações mais inesperadas! Não pude deixar de refletir que tantas pessoas que conheço se desesperam por tão pouco; blasfemam e apontam culpados por seus infortúnios e se colocam em posição de vitimas, aguardando que o mundo resolva cultuá-las como merecedoras de benesses sem fim... Na verdade comportam-se como se o mundo todo tivesse a obrigação de resolver seus problemas e garantir que possam ter suas necessidades satisfeitas.

Quantas vezes nos vemos em situações difíceis e temos a tendência a reclamar, sem nos dar ao trabalho de parar, respirar fundo e analisar com sossego o que se passa, tentando encontrar uma saída; não permitindo que a auto piedade, o egoísmo e a vaidade falem primeiro.

Fiz esta visita pensando que iria agradar alguém, talvez imaginando que seria útil de alguma forma. Ledo engano, ao contrário do que imaginei fui eu a beneficiada, recebendo uma lição sem precedentes. Um jovem, lindo, inteligente, iniciando a vida, se vê na iminência de ter o rumo dela totalmente alterado, limitado em muito, talvez o levando para lugares e experiências que nunca idealizou; e encarando tudo com calma, esperança, fé e firmeza.

Fiz uma breve prece agradecendo a oportunidade que tive e pedindo que abraçasse com carinho adicional esta criatura tão especial!

Fui para casa lentamente, dirigindo sem pressa e pensativa, buscando acalmar meu coração que se agitava mergulhado num misto de emoções difusas.

Em minha atividade profissional, estou sempre envolvida com o comportamento humano, e jamais deixarei de me surpreender com a magia da vida, com a força surpreendente do ser humano, quando o mesmo está conectado com a autêntica fonte da vida.

Quem tem fé, que compreenda; quem tem esperança que siga as pegadas desse jovem maravilhoso que tive a felicidade de conhecer.

Edição anterior


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Tarde em Itapoã", de Toquinho e Vinicius
Nota para a seqüência MIDI: ****

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Belo Horizonte, 11 junho, 2007