Poderia ser
no Brasil
Enviado pelo autor, São Paulo-Capital
"Ninguém
nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem
ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam
aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas
a amar"
Nelson Mandela
Por
Mário Mendes Jr.
19 maio, 2005
A participação
de países africanos nos fóruns internacionais
hoje é muito mais expressiva do que há uma década
atrás, mais ainda não os colocam em posição
favorável ao desenvolvimento macroeconômico. A
grande variedade de conflitos políticos e de etnias atrasaram
o processo de globalização. As variedades de matérias
primas de exploração são imensas e mesmo
assim consórcios internacionais são abertos para
exploração em solo nativo.
As políticas para o desenvolvimento
sustentável são pautas de constantes convenções
sobre a fomentação de negócios oriundos
da maioria dos países do continente africano. As imensas
reservas de petróleos e de diamantes são as portas
de abertura para o capital internacional. Digamos que uma política
não declarada de parcerias pública-privada, porém
sem um consenso da população.
Em muitas províncias a
renda per capita é altíssima, e ao mesmo tempo
contraditória, devido à má distribuição
desses recursos que ilusoriamente deveriam retornar aos seus
verdadeiros proprietários.
Com o início das repúblicas
sócio-democráticas na África, esse deveria
ser o ponto de partida para o desenvolvimento sustentável,
pois a independência provincial adquirida através
de diversos conflitos civis cerca a maioria dos países
do continente, mas com um grande problema a ser enfrentado:
o da educação básica de ensino, praticamente
inexistente em todo o continente, assim dificultando a escolha
coerente de um governante em sintonia para com o desenvolvimento
econômico e social. Exatamente como ocorre em nosso país,
que só conseguiu consolidar a sua real democracia há
um pouco mais de uma década. Como na África, em
algumas regiões do Brasil o assistencialismo político
ainda é o fator decisivo entre a escolha de qual o melhor
e mais preparado candidato a governar uma república social-democrática.
Obviamente que, em qualquer mudança
de regime político para um novo modelo democrático,
a necessidade de inclusão em uma economia de mercado
automaticamente surgirá, e com isso vem à onda
ininterrupta de consumo e produção industrial.
Como exemplo, podemos citar a revolução industrial
iniciada há nove décadas na Inglaterra. Naquele
período, poucos eram os países africanos que acompanharam
este rumo de alavancagem industrial. É notório,
e por incrível que pareça, hoje isso começa
a se tornar uma realidade para África, pois com o final
dos principais conflitos civis, e com independência provincial
de muitos países, vem trazendo à tona a necessidade
de cada vez mais se incluírem em um mundo globalizado
e nas economias de mercado, isto é, exportar seus produtos
a preços compatíveis ao do mercado global, com
prazo, preço e qualidade, e não mais ficarem só
a mercê das importações de produtos de base
com taxações abusivas pré-estabelecidas
devido ao "risco país" de suas economias.
A luta pelo "apartheid"
industrial nos paises Africanos parece que esta começando
a dar sinais de esperança.
Sistema de saúde de
Cuba é melhor que dos EUA
Enviado por Vitor Buaiz, Vitória-ES
Mortalidade
infantil é mais alta em Nova York
do que em Havana e Pequim
Por
Nicholas D. Kristof, colunista em Nova York do NYT
Tradução:
George El Khouri Andolfato
Fonte: The
New York Times
12 janeiro, 2005
Aqui está o fato doloroso:
se os EUA tivessem uma taxa de mortalidade infantil tão
boa quanto a de Cuba, nós salvaríamos 2.212 bebês
americanos a mais por ano.
Sim, a de Cuba.
Bebês têm menos chance de sobreviver nos Estados
Unidos, com sistema de saúde que achamos ser o melhor
do mundo, que na empobrecida e autocrática Cuba. Segundo
o mais recente Livro de Fatos Mundiais da CIA, Cuba é
um dos 41 países com melhor taxa de mortalidade infantil
que os EUA. Ainda mais perturbador, a taxa nos Estados Unidos
piorou recentemente.
Em cada ano desde 1958, a taxa de moralidade infantil nos Estados
Unidos diminuiu, ou ao menos permaneceu constante. Mas em 2002,
ela piorou: 7 bebês morreram em cada mil nascimentos vivos,
enquanto tal taxa era de 6,8 mortes no ano anterior.
Tais números, enterrados em um recente relatório
dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças
dos Estados Unidos, não chamaram muita atenção.
Mas eles são parte de um padrão de estatísticas
recentes que estão sendo divulgados de forma pingada
pelo governo federal, e que sugerem que para aqueles nas camadas
mais baixas dos Estados Unidos, a vida em nossa nova Era Dourada
está ficando mais cruel.
"As crianças da América estão correndo
maior risco do que estiveram há pelo menos uma década",
disse o dr. Irwin Redlener, reitor associado da Escola Mailman
de Saúde Pública da Universidade de Colúmbia
e presidente do Fundo de Saúde Infantil. "O aumento
da taxa de mortalidade infantil é um primeiro sinal de
que estamos seguindo na direção errada, sem alívio
à vista".
É cedo demais para avaliar
o que realmente representa o aumento da mortalidade infantil
em 2002 para os bebês americanos. Dados confiáveis
para 2003 e 2004 ainda não estão disponíveis.
Sandy Smith, dos Centros para Controle de Doenças, diz
que os estatísticos estão certos de que não
ocorreu maior deterioração em 2003, mas ainda
é cedo demais para saber se ocorreu alguma melhoria ou
apenas uma estabilização em uma taxa mais elevada.
Cingapura apresenta a melhor
taxa de mortalidade infantil do mundo: 2,3 bebês morrem
antes da idade de 1 ano entre cada 1.000 nascimentos vivos.
Suécia, Japão e Islândia também apresentam
uma taxa menor que a metade da nossa. Se tivéssemos uma
taxa tão boa quanto a de Cingapura, nós salvaríamos
18.900 bebês a cada ano. Ou colocando de outra forma,
nossas políticas fracassadas no Iraque podem estar matando
americanos a uma taxa de cerca de 800 por ano, mas nossos fracassos
na saúde em casa estão resultando em um número
incomparavelmente maior de mortes - de bebês. E suas mães,
porque as mulheres apresentam uma probabilidade 70% maior de
morrer no parto nos Estados Unidos do que na Europa.
É claro, as mortes nas maternidades ocorrem uma de cada
vez, e não geram atenção nacional, pesar
e alarme quanto uma explosão em Fallujah ou um maremoto
no Sri Lanka. Mas são bem mais freqüentes: todo
dia, em média, 77 bebês morrem nos Estados Unidos
e uma mulher morre no parto. Melhorar a saúde pública
não é tão dramático quanto gastar
US$ 300 milhões em um único caça Raptor
F/A-22, mas pode ser uma forma bem mais eficiente de proteger
os americanos.
Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, o boom do emprego
representou para muitos americanos pobres o desfrute pela primeira
vez de atendimento de saúde regular. Assim, apesar de
405 mil americanos terem morrido na guerra, a expectativa de
vida nos Estados Unidos na verdade subiu entre 1940 e 1945,
aumentando em três anos para os brancos e cinco anos para
os negros. É verdade, a mortalidade infantil e muitos
outros problemas de saúde americanos estão altamente
interligados com a pobreza, e a experiência sugere que
nem a esquerda e nem a direita tem soluções fáceis
para a pobreza intratável.
Mas alguns dos passos que o governo está adotando agora
ou discutindo -como reduzir ainda mais os benefícios,
particularmente aqueles que dão às crianças
acesso a atendimento de saúde- agravariam a situação.
No ano passado, um estudo do Instituto de Medicina, uma divisão
da Academia Nacional de Ciências, estimou que a falta
de cobertura de saúde causa 18 mil mortes desnecessárias
por ano. Como os leitores sabem, eu me queixo regularmente sobre
a brutalidade do governo chinês na prisão de dissidentes,
cristãos e, mais recentemente, Zhao Yan, um colega do
New York Times em Pequim. Mas, apesar de toda a sua crueldade,
os ditadores da China conseguiram reduzir a taxa de mortalidade
infantil em Pequim para 4,6 em mil; em comparação,
a taxa de Nova York é de 6,5.
Nós deveríamos
celebrar esta liberdade que desfrutamos nos Estados Unidos -
reclamando a respeito e buscando resolver os redutos de pobreza
e os fracassos em nosso sistema de atendimento de saúde.
É simplesmente inaceitável que um bebê comum
tenham menos chance de sobreviver nos Estados Unidos do que
em Pequim ou em Havana.
A saga da mulher
contemporânea
Enviado pelo autor,
Jundiaí (terra da uva)-SP
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Por
Faustino Vicente,
consultor de empresas e de órgãos públicos
E-mail: faustino.vicente@uol.com.br
Tel (11) 4586-7426 |
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27 fevereiro, 2005
O século passado notabilizou-se
por grandes transformações científicas,tecnológicas,
econômicas e sociais, tendo os historiadores destinado
um capitulo especial para o despertar da mulher, na busca de
seus direitos e resgate de valores subjacentes. Consciente,
e inconscientemente, a mulher deu a luz a maior revolução
mercadológica das últimas décadas, levando
as lideranças empresariais a descobrirem o riquíssimo
potencial do produto que mais agrega valor para
a mulher contemporânea a praticidade.
Fruto desse valor percebido surgiram
os alimentos semi-preparados e prontos, as roupas feitas para
todos os gostos e bolsos, os eletrodomésticos de grande
utilidade no lar e uma gama enorme de serviços domiciliares.
A concentração de produtos e serviços oferecidos
pelos shopping centers, os transportadores de escolares, o delivery
e tantas outras ofertas que tiveram como alvo principal poupar
tempo única matéria-prima que
não tem reposição- daquelas que cumprem,
no mínimo, duas jornadas de trabalho. Ah! Não
podemos nos esquecer das facilidades da sedutora Internet e
do irresistível celular, que revolucionaram o sistema
de comunicação.
A instituição do
Dia Internacional da Mulher nos permite crer que elas têm,
sim, o que comemorar, porém entendemos que a data deva
se constituir num fórum de debates sobre a não
observância de determinados direitos, que continuam privilegiando
os homens. Um dos exemplos mais gritantes é o da não
aplicação do princípio da isonomia salarial.
Ciente dos desafios que a esperam, a mulher tem investido em
sua formação acadêmica, competência
técnica e habilidades ecléticas, fatores que a
faz referência como formadora de opinião e, conseqüentemente,
agente de mudanças. Essa realidade despertou a percepção
dos especialistas em marketing, que se convenceram do poder
de decisão da mulher na hora de escolher a marca de um
determinado produto.
Entre as diversas causas do avanço
da participação da mulher no mundo dos negócios
destacamos o seu mérito pessoal, a escalada de desemprego,
o sonho da independência financeira e econômica
e a ajuda no orçamento familiar. Colaboraram, também,
a perda do poder aquisitivo, o desejo natural de assegurar melhor
padrão de qualidade de vida aos filhos, e a certeza de
que poderia desempenhar, com a mesma eficácia e dignidade,
tantas outras tarefas como a de dona de casa que aliás,
ela nunca abandonou. Suprir essas necessidades e acreditar no
sonho de dias melhores motivam as mulheres a trabalhar
fora, apesar da injustiça salarial caracterizar
grande parte do universo feminino.
Servidoras públicas, profissionais
liberais e funcionárias de empresas que, realmente, praticam
os princípios da responsabilidade social são alguns
exemplos de isonomia salarial. É justo reconhecer que
a mulher é alma do Terceiro Setor, cujo desenvolvimento
tem resgatado a cidadania de um sem número de pessoas.
A sua sensibilidade e a sua capacidade de se indignar diante
das injustiças sociais mostram que ela é mais
generosa em compartilhar, com o próximo, o mais precioso
tesouro do planeta o conhecimento. Ela prova que a parte
mais importante do corpo humano não é o cérebro
e nem o coração - é o ombro...o ombro amigo.
Já não são
as mulheres que seguem as tendências mundiais, mas as
tendências é que buscam inspiração
no novo estilo de vida redesenhado pela mulher. O essencial,
para mulheres e homens, é a consciência de que
somos da mesma natureza, e que nossas diferenças nada
mais são do que características complementares,
à construção de uma sociedade sem preconceito,
sem discriminação e sem violência à
mulher chagas sociais, ainda, vivas no mundo todo.
Finalizamos com uma sonora e
prazerosa comprovação: as belas estão se
tornando cada vez mais feras.
O achamento de Portugal
Enviado pelo autor, Belo Horizonte-MG
Por
José Aloise Bahia, jornalista e escritor,
autor do livro "Pavios Curtos", editora Anomelivros,
2004
E-mail: josealoise@aol.com
6 junho, 2005
Quarenta
é o número de poetas mineiros e portugueses
contemporâneos que participaram da antologia "O
achamento de Portugal". O lançamento mundial
foi no dia oito de junho de 2005, realizado nos jardins
internos do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.
O livro, fruto de uma parceria inédita da editora
Anomelivros e o Consulado-Geral de Portugal em Minas Gerais,
contou com os patrocínios da Fundação
Calouste Gulbenkian, entidade de direito privado e utilidade
pública, e o Instituto Camões, ligado ao Ministério
de Negócios Estrangeiros do governo português,
ambos com sede em Lisboa. Apóiaram o evento a SOGRAFE
e o Palácio das Artes/Fundação Clóvis
Salgado. |
|
Filó Marçal,
Belo Horizonte- MG
 |
|
Torre
do Castelo de Belém, Lisboa-Portugal |
Um projeto detalhado, inspirativo
e instigante que começou há três anos, durante
a realização do Salão do Livro de Minas
Gerais. Ressurgiu em 2004, num seminário de literatura,
em Ouro Preto, com as presenças do editor da anomelivros,
o ator e poeta mineiro Wilmar Silva, Valter Hugo Mãe
(nascido em Angola) e José Luís Peixoto, três
nomes importantes da poesia contemporânea em língua
portuguesa. Durante o encontro, um colóquio multidisciplinar,
que reuniu vários escritores, o poeta mineiro começou
alinhavar a idéia surgida no passado: reunir numa publicação
escritores dos dois lados do Atlântico. Um trabalho de
pesquisa, memória, congraçamento e intercâmbio,
marcado pela multiplicidade de estilos. Criativo e revelador.
Fértil e imaginativo nas mãos de um conjunto de
pessoas, que sempre souberam valorizar a História, seu
legado e a infinita ponte cultural, fecunda; elos e ligações
de Minas e as terras lusitanas.
Para toda a comunidade lusófona
olivro foi relançado em Lisboa no segundo semestre de
2005. Constam na antologia poemas inéditos de escritores
consagrados e novos. Destacam-se, entre outros, nomes como José
Luís Peixoto, jornalista Fabrício Marques, Edimilson
de Almeida Pereira, Maria Esther Maciel, Ronald Polito, Wilmar
Silva, Ana Elisa Ribeiro, Ricardo Aleixo, jornalista José
Aloise Bahia, Alécio Cunha, Mônica de Aquino, Helton
Gonçalves de Souza, Guiomar de Grammont, Luiz Edmundo
Alves, Mário Alex Rosa, Milton César Pontes e
Donizeti Rosa (falecido em 2004, após ter o estado de
saúde agravado, quando morava num acampamento do Movimento
dos Sem-Terra na cidade de Bambuí, Minas Gerais).
A coletânea foi distribuída,
via Instituto Camões, para toda a comunidade lusófona:
Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau,
São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor
Leste.
Outra iniciativa que merece destaque
é a recente fundação da ALIPOL (Associação
Internacional de Literaturas de Língua Portuguesa e Outras
Linguagens). Uma entidade intercontinental, que até o
momento conta com mais de 150 escritores e artistas filiados
do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau
e Cabo Verde.
A seguir trecho de "A Criança
em Ruínas" (Edições Quasi, Lisboa,
4ª edição), primeiro livro de poesias do
cineasta, dramaturgo e escritor português José
Luís Peixoto.
|
Na
hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. Depois, a minha irmã mais velha
casou-se. Depois, a minha irmã mais nova
casou-se. Depois, meu pai morreu. Hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. Cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. Mas irão estar sempre aqui.
Na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco. |
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edição anterior
Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Alô, alô marciano"
Nota para a seqüência Midi: ****
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