Por Roberto Bendia, diretor do Jornal dos Amigos

O panorama econômico
e seu investimento

As incertezas que o cenário internacional oferece, como a alta do petróleo e as políticas equivocadas do comandante Bush no Oriente Médio (ou Oriente Próximo), contribuem para as oscilações da economia brasileira que continua aos trancos e barrancos.  

O interessante é que enquanto os Estados Unidos elevam suas taxas de juros, as do Brasil continuam em declínio, o que ainda não é suficiente para animar o mercado. Uma das razões (talvez a principal) é a falta de horizonte para as eleições de outubro.

Mas uma coisa é certa: os bancos continuarão ganhando muito dinheiro, enquanto que empresários têm que "ralar" para obterem resultados. Em nosso caso, pobres assalariados, porventura tenhamos alguma sobra de dinheiro -coisa difícil nos dias atuais-, os bancos oferecem pelo seu vintém aplicações que vão desde renda fixa a fundos de investimentos, cujas taxas podem variar, ao ano, de 12,40% a 61%, dependendo da quantia disponível e da coragem do investidor. Existe ainda o mercado de ações que -em alguma época de minha vida levei um cacete baiano- não aconselho ninguém ao investimento, a não ser sob a batuta de alguém que entende.

Penso com os meus botões que, o mais interessante continua sendo o investimento em imóveis, para revenda ou aluguel. Isso porque o investimento ou o principal continua valorizando, independente do rendimento. Uma opção é a aquisição, para revenda, de imóveis em leilões judiciais, ou então um que precise de uma ligeira reforma para ganhar valor na praça. E quanto ao aluguel, muito antigamente a referência para sua cobrança era o percentual de 1% sobre o valor do imóvel. Hoje essa referência ficou distante, como algo em torno de 0,5%. Mas, curiosamente, esse percentual sobe quanto menor for o valor do imóvel e sua localização.

Em defesa dos bancos oficiais

Há um movimento nacional orquestrado para a privatização dos bancos oficiais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Essa decisão será desastrosa para a sociedade, visto que essas instituições são as únicas que podem ser direcionadas para conduzir políticas públicas em que normalmente os bancos privados estão distantes. O que precisa ser estudado são os mecanismos de defesa dessas instituições, para que não sejam utilizadas de forma espúria para atender interesses políticos não éticos.

Em defesa da Varig

Dizem que o Lula vai entrar para valer no salvamento da Varig: vai pagar sua dívida com cheque voador. Brincadeiras à parte, essa é uma discussão séria, em nível nacional, que não pode ser esperada uma solução de mercado, como disse o "comandante" Lula. É de se esperar uma solução patriótica para que a empresa, que tem uma marca de valor e tradição, continue voando. Solução há, e parte da vontade política de governo.

Nos bastidores fala-se de que, a semelhança da falência da Panair em benefício da Varig na década de 60, há interesses inconfessáveis de gente no governo na falência da Varig a favor da TAM. Esperamos que a sociedade faça pressão e a história não se repita.

Greve da ANVISA

A insensibilidade de autoridades e grevistas faz o sofrimento de milhões de pessoas. Medicamentos -que já faltam nos hospitais- estocados há mais de 2 meses nos portos e aeroportos correm o risco de deteriorização. Insulina, imunoglobina humana - usada para evitar rejeição de transplantes, apenas para citar exemplos da gravidade da situação. Se a greve acabasse hoje, levaria ainda mais de 60 dias para a regularização do abastecimento. Esse é o tipo de greve que todo mundo sai perdendo.

Fraudes na Internet

O Brasil tem cerca de 14 milhões de usuários plugados na Internet, com um tempo médio de utilização de 19 horas e 24 minutos, perdendo apenas para os franceses que usam 19 horas e 28 minutos. Isso quer dizer que existe um potencial imenso para fraudes, principalmente aplicados em usuários que fazem compras pela grande rede por cartão de crédito ou transações bancárias. O interessante é que os bancos, caladinhos, não informam os prejuízos que já tiveram com as defraudações. Mas a Imprensa fala em gastos da ordem de US$ 18 bilhões dos bancos em tecnologia de informação (TI) para coibir as fraudes. Então é aquele velho conselho: não abra arquivos anexos que venham de pessoas que você não conhece.

Lagarta branca invade Belo Horizonte

Em princípio parece ser um caso típico de descontrole ecológico. Um tipo de lagarta branca (ainda não foi identificada), não peçonhenta, mas que pode causar alergias e febres, tomou conta do bairro de Venda Nova, em Belo Horizonte - Minas Gerais. Uma solução ecológica para matar a lagarta é colocá-la em uma mistura de cinco colheres de
sopa de sal e um litro de água. Coletá-las com luvas (são muitas) e colocá-las na solução. Em cerca de cinco minutos, tadinhas, estarão dizimadas.

O ideal para o combate a lagartas é a ação dos bioinceticidas. Veja aqui uma experiência desenvolvida por pesquisadores do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Embrapa de Sete Lagoas, Minas Gerais. Outras experiências com o controle de pragas podem ser vistas em http://inventabrasilnet.t5.com.br/ypragas.htm.

Nikon agora só digital

A fonte da notícia é o La Nacion.

Silenciosamente e lentamente a tecnologia digital dominou a forma antiga de revelação de películas envoltas em rolo. Agora a moda é máquina digital, simples, econômica e que rapidamente se tornou popular.

Na onda da tecnologia só digital a Kodak foi a primeira a abolir a fabricação de câmeras para filmes de 35 milímetros. Depois a Canon tomou a mesma decisão. Agora foi a vez da Nikon. Isso porque as vendas de máquinas analógicas andavam na casa dos 3% , enquanto as máquinas digitais batem recordes de vendas.

Mas por algum tempo ainda serão encontradas no mercado as antigas máquinas fotográficas analógicas.


›› Especial

Alô, mãos ao alto!!!
Enviado por Vitor Buaz, Vitória-ES

Por Argus

Você sabe mesmo o que estão aprontado para sua conta telefônica?
Vale a pena ler este texto para não ser pego de surpresa ou, quem sabe, protestar energicamente!!!

18 fevereiro, 2006

Surpreendentemente, o público não está dando importância ao novo sistema de cobrança da telefonia, e deveria, pois se trata do maior "assalto" oficializado nas últimas décadas. Entenda como será o golpe:

Como é hoje

Atualmente, as telefônicas cobram um pulso ao completarem cada ligação e outro a cada quatro minutos da continuação da conversa. No final do mês, somam-se os pulsos e obtem-se o valor das contas, ao qual são acrescidos 40% de impostos - ICMS, PIS e COFINS.

Como ficará

Pela nova fórmula, a cobrança será por frações de minuto e não "por minuto", como tem sido divulgado. Aqui começa a safadeza: as telefônicas e a Anatel estabeleceram o período de 30 segundos como tempo normal (?!) de conversa e, se a ligação ultrapassar esse piscar de olhos, o papo excedente será tarifado a cada seis segundos - tempo que você levou para ler as últimas palavras dessa frase (rapidinho, não?). Ah, e mais os 40% do governo, naturalmente.

Se o usuário for rápido como "The Flash" e conseguir desligar antes de concluído o minuto, parabéns, o governo promete que o preço da ligação será pouco mais barato que no sistema atual. Mas se for um cara normal e exceder os 60 segundos, não tem perdão: pagará mais que o dobro do que desembolsa hoje. Se o indivíduo for gago, imagina-se que irá à falência.

As mudanças determinadas pela Anatel só aliviarão o raro consumidor que faz ligações-relâmpago e vão onerar absurdamente quem falar por mais de um minutinho. Na prática, isso fará as empresas e o governo dobrarem seu faturamento, em contas e impostos, da noite para o dia. É o negócio do século, deixará o mensalão no chinelo e - que coincidência! - num ano eleitoral.

Assinatura básica

O valor da assinatura mensal continuará o mesmo, mas a franquia será a metade, embora pareça ser o dobro. Mágica? Não, é simples: hoje, a franquia é de 100 PULSOS, o que representa, grosso modo, até 400 minutos de conversação. Na nova regra, a franquia passa para o dobro, 200 MINUTOS, que dá para falar por 200 minutos mesmo.

Traduzindo: dobraram a franquia numérica de 100 para 200, mas ao trocarem a medida de pulso para minuto, o tempo real foi reduzido pela metade. Estão roubando 50% de nossa franquia ou, indiretamente, aumentando o preço da assinatura em 50%.

Horário da tarifa reduzida

Mas o assalto ainda não acabou: no famoso horário reduzido (de meia-noite a seis da matina), hoje paga-se um pulso por ligação, independentemente do tempo utilizado. Na nova modalidade, se pagará o equivalente a dois minutos por ligação. Feitas as contas, fica claro que estaremos pagando oito vezes mais pelo telefonema efetuado nos períodos de tarifa mínima.

E se você considerar estas ligações dentro da nova "franquia", o aumento real é de 16 vezes o valor atual do telefonema. Nem ao horário da madrugada o público poderá recorrer para aliviar a conta. É um roubo escandaloso, disfarçado por regras obscuras e cálculos confusos demais para o cidadão comum. Para ele, sobra, literalmente, pagar a conta. E que conta!

Internet? Isso não lhe pertence mais...

Uma conseqüência do preço exorbitante das ligações telefônicas será a exclusão digital, na contramão da tendência mundial de popularização da informática. Mais de 4,5 milhões de brasileiros (dados do IBOPE) acessam a web por meio de conexão discada, principalmente os usuários iniciantes e os que residem fora dos grandes centros.

Como é inviável navegar conectando-se por menos de um minuto, o acesso discado estará em desvantagem, para alegria dos provedores de conexão por banda larga. Por isso, algumas empresas de telefonia criaram um plano especial que permite a conexão por tempo ilimitado (ocupando o telefone e em baixa velocidade) pelo preço fixo de R$29,90 por mês, tabela válida até abril. Para depois, o preço é um mistério.

Mas não comece a comemorar: esse plano é válido somente para a meia dúzia de provedores conveniados com as telefônicas ou pertencentes a elas, formando um monopólio. Os milhares de outros provedores independentes, geralmente médios e pequenos, que têm proporcionado o acesso à Internet, principalmente nas regiões rurais e de baixa densidade populacional, estão fora da jogada e a tendência é de que fechem as portas e aumentem o desemprego.

Como ficarão os milhares de usuários que vivem longe das metrópoles, não têm linhas que suportem ADSL, não são alcançados pelo acesso via rádio e nem atendidos por algum provedor conveniado com as telefônicas? Simples, a maioria não terá mais como entrar na Internet, exceto quem tenha bala para pagar cerca de R$ 40,00 por hora de navegação via interurbano de longa distância (sim, porque a Telemar, por exemplo, não permite a ligação para provedores gratuitos de cidades próximas ou de "curta distância", que seria muito mais barato - obrigatoriamente, tem que ser usado um provedor da capital, mesmo que exista uma filial numa cidade vizinha à sua). É o acesso mais caro do mundo, fora a conexão por satélite.

Enquanto a maioria dos países incentiva e populariza o acesso aos meios de comunicação, o governo "popular" do Lula torna algo tão comum quanto um telefone num objeto de consumo restrito às altas classes, verdadeiro artigo de luxo. E o público, deslumbrado com o Carnaval e depois, certamente, com a Copa do Mundo e as eleições, novamente não está prestando atenção na armadilha logo adiante. O bolso vai doer.

Nota: Alguns índices e números estão aproximados para facilitar a compreensão.

Ver edição anterior


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Sinfonia n° 40 em Sol Menor, K. 550", de Wolfgang Amadeus Mozart
Nota para a seqüência Midi:*****

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Belo Horizonte, 25 abril, 2006

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