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Opinião
Qual o valor da vida humana?
Enviado pelo autor, São Paulo-Capital
Por Celso Afonso
Brum Sagastume, professor e escritor
Internet: www.1grau.com/celsoabs
E-mail: celsoabs@plugnet.psi.br
- celsoabs@bol.com.br
17 abril, 2007
Quanto vale a vida de um terrorista? E a de um homem-bomba? Quanto vale a vida de um soldado inimigo, no campo de batalha? Quanto vale a vida de um herói que morre tentando salvar a vida de outros? Quanto vale a vida de um doente terminal? E a de um doente em coma irreversível? Quanto vale a vida de um assassino? E a sua, nas mãos dele? Quanto vale a vida do seu filho? Vale mais que a sua?
Essas questões servem para mostrar que o valor da vida humana é muito relativo, e não absoluto como muitos acham que é. Muitos se baseiam no "valor da vida humana" -absoluto, sagrado, inquestionável, que está acima de tudo...- para defender leis absurdas, como as que condenam o aborto, a eutanásia etc.
O valor da vida humana é:
Quanto melhor uma pessoa for para o seu próximo, maior será o seu valor para ele; e quanto pior uma pessoa for para a sociedade, menor será seu valor para ela.
Quem quiser ter sua vida valorizada pelos outros, tem que fazer algo de valor por eles. Só a hipocrisia valoriza o que não tem valor...
Mas a vida humana também pode ter um valor financeiro: de quanto se gasta para mantê-la e de quanto ela pode produzir.
Se considerarmos que o gasto médio
para sustentar um filho seja de R$ 300,00 por mês, o gasto total
seria maior que R$ 150.000,00 em 18 anos (taxa de capitalização
de 0,7% ao mês). Se depois dos 18 anos este filho passar a produzir
(trabalhar) e ganhar R$ 400,00 por mês, em 40 anos de trabalho,
ganhando mesmo salário, sua produção seria de R$
192.000,00 (sem capitalização, pois estamos supondo que
tudo que ele ganha, ele gasta). Podemos dizer que uma vida de 80 anos
tem um custo de R$ 288.000,00 (sem capitalização). Com
taxa de capitalização de 0,7% ao mês, subiria para
quase 35 milhões de Reais - este seria o preço pago pela
sociedade por uma vida que não produz. Mas, se até os
deficientes físicos podem produzir, só numa
sociedade desorganizada alguém deixa de produzir...
Para cobrir os custos de uma vida de 80 anos, num período de tempo de 40 anos, seria necessário que a pessoa produza em média R$ 600,00 por mês. É por isso que as contas da Previdência não fecham, e uns têm que trabalhar mais para sustentar os outros... Isso sem considerar a corrupção...
Porém, muitas vidas têm um valor incalculável; pelos benefícios que suas ações trouxeram a tantas outras. Para estas, só a história poderá lhes dar o devido valor.
O poder tirânico
Enviada pela
autora, Alegrete-RS
Por Sandra Silva, socióloga
E-mail: sandrasilva33@yahoo.com.br
15 abril, 2007
Os brasileiros estão em estado letárgico. Parece que nada
mais importa além de conseguir sobreviver o dia. Suportam a violência
diária com mortes brutais desde bebês, passando por crianças,
adolescentes, jovens, adultos e idosos, limitando-se a assistir ao que
os circuitos de mídia apresentam. Esperam pelas ações
de seus governantes e de suas autoridades desde alhures. Aguardam horas,
dias e semanas por consultas em postos de atendimento médico,
hospitais e clínicas.
Estão sempre em longas e intermináveis filas para cumprir
com suas obrigações tributárias oferecendo suporte
financeiro aos poderes constituídos através de meses e
meses de trabalho que terminam em impostos escorchantes, quando não
bis in idem.
Os honestos e trabalhadores têm progresso tão lento quanto
o andar de uma velha e cansada tartaruga. Aqueles outros, não
sei se malfeitores ou nojentos, sobem a pirâmide rapidamente como
o vôo de uma mosca à custa dos babacas que fazem o caminho
inverso daqueles: ficam constrangidos em apontar os descaminhos como
se eles fossem seus infames autores.
E assim as daninhas ervas se alastram, tomando conta do poder e ocupando
os espaços que a decência deixa vago. Que triste sociedade
a nossa! A tudo aceita vergada pela indolência ou ignorância:
das CPI(s) que não chegam a lugar nenhum, ao sucateamento das
estradas, da saúde, dos salários, do sistema de controle
aéreo, de suas forças armadas, de seus laboratórios
de pesquisa, de suas matas e rios.
Na ilha paradisíaca (que não é a da revista Caras,
mas faz concorrência) tudo é belo e fácil. Chegar
até lá através dos tolos que se encantam pelos
discursos misericordiosos é o objetivo. Depois a busca é
pela permanência, a qualquer custo, mas preferencialmente pelo
dinheiro farto e vulgar. É um constante leilão de caráter,
idéias e ideologias fictícias. Se não é
assim, como explicar as expressivas alterações de siglas
partidárias?
Tenta o Tribunal Superior Eleitoral estancar esse descalabro moral,
mas, repito, não sei se seu intento será observado sem
duras batalhas judiciais. Entendemos essas alterações
como transgressão plúmbea à vontade do eleitor
caso também ele tenha sido sério ao escolher o representante.
Porque se não o foi, iguala-se àquele.
Alguns que se dizem opositores ao Estado nefasto que assola grande parte
do país querem inquéritos. Mais reuniões, mas desperdício
financeiro. Os recentes registros mostram que esse expediente não
conduz a lugar nenhum. E mais uma vez se fala em traição.
Certamente de algum garoto maroto traindo uma boa intenção.
Aliás, de boas intenções o inferno está
abarrotado. E nós, singelos cidadãos estamos enojados
de tanta falsidade, tanta mentira, tanta corrupção, tanto
logro.
Esgotou o estoque de compreensão de quem tem mais de um neurônio:
chega de controladores, de administradores, de gestores, de legisladores.
E não me peçam para ter
piedade por quem deliberadamente dispara uma arma na cabeça de
uma criança de três anos ou estoura o cérebro de
uma mulher com uma marreta. Mas podem pedir prisão perpétua.
E, definitivamente, não argumentem que:
Há milhares de brasileiros paupérrimos e nem por isso cometem latrocínios.
Plebiscito sobre aborto
Enviado pelo autor, Recife-PE
Por Didymo Borges
A Folha de S.Paulo sugere em polêmico editorial que a questão
da descriminalização do aborto seja decidida num referendo,
a exemplo do que aconteceu em Portugal quando foi decidido descriminalizar
a prática do aborto até a 12ª semana de gestação.
Já temos o exemplo frustrante do referendo sobre o desarmamento
que acabou assumindo um caráter político e acabou com
o resultado distorcido, porque milhões de eleitores votaram movidos
mais pelo descontentamento com as políticas do governo federal,
do que respondendo ao questionamento posto em julgamento.
Creio que entre nós, com a obrigatoriedade de votar, um referendo sobre a descriminalização do aborto não deixaria de assumir um caráter político e poderia se constituir em mais outra oportunidade de manifestação de exaltados contra a orientação política do governo petista. Diz o editorial: "O problema das discussões principistas é que elas gravitam em torno de polêmicas insolúveis acerca de quando a vida tem início e deixam de levar em conta a realidade sanitária, que não é alterada por boas intenções ou palavras de ordem. Nem a ciência nem a religião podem dar uma resposta satisfatória e universal sobre quando começa a vida -se na concepção, ao longo do desenvolvimento fetal ou no nascimento". Ora, tratando-se de assunto que envolve questões de pricípios religiosos, filosóficos e éticos, é claro que se torna infértil uma discussão plebiscitária sobre o assunto. No caso, cabe apenas uma decisão que atenda aos superiores interesses da nação, e essa decisão bem que poderia ser tomada no Congresso Nacional.
Aborto com plebiscito
Folha de S.Paulo
15 abril, 2007
Consulta popular sobre a descriminalização é uma boa oportunidade para instalar um debate qualificado sobre o tema
A SUGESTÃO de
levar a plebiscito a proposta de descriminalizar o aborto no Brasil
ganhou evidência ao receber a adesão do ministro da Saúde,
José Gomes Temporão. Talvez não seja a via mais
eficaz para que a interrupção voluntária da gravidez,
dentro de certos limites, deixe de ser crime -como esta Folha defende-,
mas é o melhor meio de promover um debate qualificado da questão.
De acordo com pesquisa Datafolha publicada no domingo passado, 65% dos
brasileiros se opõem a mudanças no "statu quo";
16% sustentam que o aborto deve ser permitido em mais situações
do que as previstas pela lei atual (risco de vida para a mãe
e gravidez resultante de estupro); e apenas 10% advogam pela descriminalização
plena.
É possível que esses números mudem a partir do momento em que defensores e opositores do direito de aborto começarem a explicitar seus argumentos, a exemplo do que se deu no referendo sobre a proibição do comércio de armas. Mesmo que o eleitor decida que tudo deve ficar como está, o saldo do eventual plebiscito terá sido positivo: a população estará mais informada sobre um tema relevante e cada lado conhecerá melhor os argumentos do outro.
Em Portugal, que adotou a estratégia plebiscitária, foram necessárias duas consultas num prazo de nove anos para que a sociedade mudasse de posição e passasse a apoiar mudanças na restritiva legislação local. Elas foram finalmente sancionadas na semana passada.
Discussões sobre
o aborto são sempre difíceis, porque esse é um
tema que mobiliza profundas convicções religiosas e humanitárias.
Quem as tem -para um lado ou para o outro- raramente se deixa convencer
pelos argumentos da parte adversária.
É importante, entretanto, que se tragam para o debate novos elementos
que transcendam à questão dos princípios. É
aí que devem entrar as considerações de saúde
pública.
Segundo a metodologia desenvolvida pelo Instituto Alan Guttmacher, centro de pesquisa de saúde reprodutiva e políticas públicas dos EUA, realizaram-se no Brasil 1,1 milhão de abortos clandestinos em 2005, número menor que o de 1992 (1,5 milhão).
Seria descabido cogitar de levar esse exército de mulheres -e seus médicos e parteiras- para trás das grades, como preconiza a legislação. Uma parte dessas brasileiras morre ou fica com seqüelas resultantes de abortos (naturais ou induzidos) que se complicam. Eles já são a quarta causa de mortalidade materna.
A única alternativa
é deixar que o direito estabeleça o ponto, que será
necessariamente arbitrário. O conjunto dos cidadãos e
cidadãs tem toda a legitimidade para fazê-lo
Filhos da ditadura
Enviado por Joni Lopes, Rio de Janeiro-Capital
Por João Henrique Rieder
25 março, 2007
Como bem mencionou Clovis Rossi em "Um perigo e uma covardia", Folha de 3 de março deste ano, tudo que de mau acontece neste governo é culpa de governos anteriores, principalmente de FHC e da ditadura militar. Particularmente gostei de ambos, por terem privilegiado a competência. Na revolução de 1964, que de revolução só teve o nome, já que os militares não precisaram dar um tiro sequer, pois os valentes esquerdistas já tinham, voluntariamente, abandonado o país. Lula só é o que é, graças aos militares, que permitiram seus megacomícios, por verem nele um autêntico líder popular, muito diferente dos radicais de esquerda da época, verdadeiros clones de Guevara, porém sem sua bravura, nem inteligência. Eles queriam para o Brasil, o comunismo da Rússia, China, Cuba, onde não havia oposição, quem discordasse do regime era sumariamente julgado e fuzilado. Eu só conheci dois radicais valentes: Capitão Lamarca e Marighela. Morreram lutando em cidades, não em guerrilhas no meio do sertão. Estranhamente, nenhum deles é reverenciado, sequer citado.
Dirceu foi um medíocre líder estudantil. Vivia no saco de Vladimir Palmeira, sendo por isso preso. Foi deportado, voltou incógnito, escondido no interior do Paraná, período em que foi torturado pelo próprio medo de ser descoberto, mesmo após diversas operações plásticas. Depois puxou saco de Lula, hoje é um sem-saco, que da consultoria no assunto.
Nas décadas de sessenta e setenta, o Brasil experimentou seus maiores índices de desenvolvimento, com obras como Hidrelétrica de Itaipu, Usina Nuclear de Angra dos Reis, Ponte Rio Niterói, Metrô de São Paulo, Transamazônica, indústria automobilística, farmacêutica, pólos industriais de Duque de Caxias, Cubatão, ABC, Capuava, Paulínia, Camaçari, Belo Horizonte, Triunfo, de centros de excelência como Embrapa (pesquisa agrícola), Cenpes Petrobrás (plataformas marinhas e tecnologia de águas profundas). Era o Milagre Econômico. Quase não havia desemprego, todos trabalhadores com carteira assinada, eram poucas as favelas.
Se fizessem uma pesquisa com o povo brasileiro, sobre quando e por quanto tempo foi fechado o Congresso, talvez menos de 1% de nossa população lembraria e certamente ninguém sentiu falta dos nossos congressistas, que por sinal eram infinitamente superiores aos severinos, luisinhos, babás, neves, costas, genros e netos de hoje. Nosso Congresso decide tudo através do voto de lideranças, em caráter de urgência urgentíssima. Para essa ditadura dissimulada, certamente não necessitamos de 594 representantes.
Atualmente também construímos gasodutos, refinarias, usinas de alcool, para Venezuela, Bolívia, Uruguai. Paraguai já ensaia querer maior participação no faturamento de Itaipu. A grande responsável por essa situação é a ditadura militar, por ter criado a Lei da Anistia, que não só proporcionou o retorno de nossos fugitivos, mas continua distribuindo, às nossas custas, polpudas indenizações e aposentadorias vitalícias, inclusive para fetos. São os verdadeiros filhos da ditadura, hoje os torturados somos nós, com tiroteios, assaltos, mortes de crianças por balas perdidas, altos índices de desemprego, degradação do ensino, aparelhamento do serviço público por companheiros e camaradas, falsos vestibulares através de cotas de incompetência e preconceito racial. Sem dúvida, a prosperidade de muitos de nossos governantes e parlamentares, é uma eloqüente demonstração de sua incansável luta pelo crescimento de nosso subdesenvolvimento.
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Caso sério", de Rita
Lee e Roberto de Carvalho
Seqüência Midi: Pedro Zaniolo e Andréia Vianna
Nota para a seqüência Midi: ****
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