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Imprensa livre em perigo
Editorial do site Fazendo Media
Quando quatro corporações (Viacom,
Disney, AOL Time-Warner e Rupert Murdoch) concentram 90% da produção
de jornais, rádios, televisão, teatro e cinema, fica descaracterizada
qualquer possibilidade de democracia nos meios de comunicação.
No Brasil, seis grupos controlam 667 estações de rádio
e televisão. A informação produzida por este oligopólio
é manipulada e envenenada de acordo com interesses outros que não
os da sociedade.
Os veículos de comunicação da grande mídia limitam-se a transmitir as informações de maneira a agradar a elite político-econômica que a controla. Para isso, distorce fatos, fabrica versões, descontextualiza acontecimentos e omite detalhes. Espalha o conformismo. Dessa forma, molda percepções e define estilos de vida. Constrói e sustenta os paradigmas que permitem a manutenção do status quo.
Assim, observa-se uma grave distorção
de valores. Em lugar da comunicação ética, voltada para
o desenvolvimento social, tem-se uma comunicação voltada única
e exclusivamente para o lucro, embora muitas vezes dissimulada por campanhas
superficiais, que estimulam o mais baixo tipo de caridade - aquela que meramente
consola, conforma e humilha, sem nunca questionar a crescente desigualdade
social.
Por isso, perdemos a confiança na grande mídia.
O papel dos meios de comunicação deveria ser democratizar o saber, educar, investigar e denunciar a corrupção. Entretanto, hoje em dia está cada vez mais difícil encontrar tais qualidades numa redação - entregue aos desmandos de empresas que insistem em colocar o lucro acima da vida. Por isso tudo, desenvolveremos nosso trabalho a partir de duas linhas de ação conjuntas:
Outras matérias importantes podem ser vistas no site Fazendo Media.
Erros ortográficos na Imprensa
Enviado pelo autor, Interlagos/SP
Por Pedro Cardoso
da Costa, bacharel em direito
6 outubro, 2006
Existe uma lenda de que a Língua Portuguesa é uma das mais difíceis de ser falada corretamente. É fato, entretanto, que o brasileiro lê e estuda pouco. Erros simples são repetidos no dia-a-dia e por todos os cantos do Brasil. Os anúncios em jornal, rádio e televisão completam o festival de erros de grafia. Todos cometem seus deslizes ortográficos. Mas há um exagero nestes veículos de comunicação. Como a televisão é o principal meio de entretenimento dos brasileiros, deveria haver uma preocupação maior com o que aparece escrito e se diz nela.
Já existem personagens que falam mesmo errado. Foi assim com o Percebe, na novela "Torre de Babel", de Magda, do programa "Sai de Baixo", ambos da Rede Globo. Existem outros, especialmente no papel de humorista caipira. Não haveria problema, pois muita gente fala errado mesmo, mas deveria haver uma correção à altura, para não passar a impressão do que o errado estaria correto.
Pode-se afirmar que esses erros simples são generalizados. Mas sobressai em horário de culto afixado em templos religiosos, de funcionamento de estabelecimentos comerciais e, principalmente, nas máquinas registradoras de lojas e nos impressos bancários.
Alguns equívocos são mais freqüentes em determinadas regiões ou serviços. Na área jurídica é comum se ler fôro, e o correto seria sem acento, qualquer que seja o sentido da palavra. Na Bahia existe muito aqui tem côco gelado. Cada localidade de ser erro predominante.
A abreviatura de horas e a data de primeiro do mês são os campeões em todo o país. Hora só tem uma forma correta, h (sem ponto), ressalta Luiz Antonio Sacconi, no seu livro "Não Erre Mais". Por exemplo: 10h, 12h. Quando se abrevia horas e minutos seriam 10h30min, 11h12min. Primeiro não é um. Assim, o correto seria 1º e não 01. O nome do mês deve ser escrito com letra minúscula, exceto quando se refere à data histórica: Sete de Setembro. A maioria das leis traz a data incorreta. As televisões teimam em escrever hs. Todas as lojas do país trazem a abreviatura de hora errada. Faixas de tudo e até as faculdades e escolas complementam o festival de erros que seriam evitados com um pouco de cuidado.
Embora coubesse à Administração Pública dar um ensino ao menos suficiente para que qualquer um escrevesse coco sem acento, as pessoas, por si mesmas, deveriam ter maior zelo pela escrita, em especial os estudantes universitários. Facilitaria para todos, pois de tanto ver erros, vez outra bate uma dúvida danada como se escrevem palavras simples. Deveria haver maior fiscalização. Em São Paulo há uma lei que puniria os erros. Não saiu do papel!
Em poucos jornais existem debates sobre a Educação. Quando existe, a discussão é elitizada demais, não alcançando o público de baixa escolaridade. Sobre o ensino só se fala em números: de escolas construídas, de falta de vagas. A qualidade não entra na discussão. Um raro exemplo seria o comentário do professor Pasquale Cipro Neto na Folha de São Paulo.
Quando entendo que um problema poderia ser
enfrentado, tento espalhar na sociedade, sempre por meio dos estudantes. Os
temas podem ser simples, mas o aprofundamento pode e deveria ser feito. E
não sou autoridade no assunto. Entendo que se houvesse uma preocupação
em se escrever correto facilitaria para todos.
A maioria dos sítios traz a data com letra maiúscula. Aqueles
que estiverem corretos, desconsiderar este comentário.
Nota do Jornal dos Amigos
O Jornal dos Amigos,
desde sua inauguração na Internet, segue os manuais de redação
dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Porém, por estilo
próprio, a data é grafada dia e mês sem as preposições,
sendo o ano separado por vírgula. Exemplo: 26 dezembro, 2006. Em relação
à hora, segue o manual da Folha: não utiliza as abreviações
m ou min para designar minutos: Exemplo: 12h47.
Publicar foto sem interesse
público gera indenização
Da editoria do Jornal dos Amigos
Por Fernando Porfírio
Fonte: Revista Consultor Jurídico
22 fevereiro, 2006
A publicação, em jornal, de fotografia, sem a autorização exigida pelas circunstâncias, constitui ofensa ao direito de imagem, não se confundindo com o direito de informação. Com esse entendimento, a 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o jornal Diário Popular (hoje Diário de São Paulo) a pagar indenização equivalente a 100 salários mínimos a Valdik Leite Trigueiro. Vítima de tentativa de assalto, Trigueiro teve sua foto, ao lado de um irmão, publicada no jornal. Em seguida à publicação da foto o irmão da vítima foi assassinado.
Condenado em primeira instância, o jornal ingressou com recurso no TJ alegando, em preliminar, cerceamento de defesa. Sustentou que o juiz não teria determinado a produção de provas. No mérito, pediu a improcedência da ação, pois a publicação da imagem do autor seria de interesse público.
O motivo da ação foi a publicação de uma fotografia de Trigueiro, junto com um irmão, logo depois de ter sofrido uma tentativa de assalto. Ele estava internado num hospital, recuperando-se dos disparos de arma de fogo, quando foi abordado pelo fotógrafo do jornal. Trigueiro pediu ao repórter fotográfico que não divulgasse a foto, temendo eventual represália do autor do homicídio. Não foi atendido, e em seguida o irmão, que aparecia a seu lado na foto, foi assassinado a tiros, no próprio hospital.
Embora de inteira pertinência a súplica, e de questionável o interesse público na divulgação, tendo a fotografia estampada no periódico da apelante, logo abaixo do noticiário da morte do seu irmão e da indignação que tomou conta da família, donde violado o seu direito de preservação da própria imagem, resultando o dano moral do fato ofensivo, apontou o relator Waldemar Nogueira Filho.
Convergência é independência
Da editoria do
Jornal dos Amigos
A TV digital como fator de desenvolvimento
Por Celso Augusto
Schröder, jornalista e professor universitário, coordenador-geral
do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
(FNDC), titular do Comitê Consultivo do SBTVD, suplente do Conselho
de Comunicação Social do Congresso Nacional e secretário-geral
da Federação Nacional dos Jornalistas
Fonte: SINPARC
15 fevereiro, 2006
Tele síntese
O gigante adormecido chamado Brasil parece estar despertando, ainda que de forma sonolenta, para a complexa tarefa de escolher como deverá se dar sua inserção econômica, política e cultural na sociedade da informação. E o despertador que sacudiu nossa sociedade para essa agenda atende pelo nome de TV Digital. As definições que estão em curso, e o debate travado no país desde o final dos anos 90, nos dão a convicção de que estamos diante de uma janela de oportunidade histórica cujo caráter estratégico só tem paralelo na luta dos brasileiros pela manutenção dos centros de decisão da produção de aço, do petróleo e da química fina no século passado.
Na visão do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), organização social que congrega 124 entidades da sociedade civil, as opções que fizermos como Nação, neste momento, podem estabelecer uma nova plataforma industrial, assentada na microeletrônica e na convergência dos setores de telecomunicações, radiodifusão e informática, bem como assegurar a inserção autônoma da cultura, da economia e da ciência do país no cenário internacional. Ou, de outro lado, condenar as próximas gerações de brasileiros à dependência nessas áreas.
O título deste artigo é o mote de uma campanha do FNDC a partir da qual queremos mostrar à sociedade como a convergência dos sistemas e mercados de comunicação em torno da digitalização vai além da atualização e integração de plataformas tecnológicas e atinge o cotidiano de cada brasileiro, a realidade da nossa balança comercial, o grau de competitividade de nossa indústria, o índice de nacionalização de nossa cultura e o nível de soberania de nosso país.
Pré-requisitos para definição
Ainda em 2001, quando o governo anterior também tentava impor à sociedade uma sensação de urgência em relação a esta definição fazendo coro a uma simples substituição da tecnologia analógica pelo padrão digital preferido pelos radiodifusores, o Fórum alertava que a opção, por uma determinada plataforma tecnológica, seria decorrência do modelo formulado para os negócios e serviços da área das comunicações como um todo e não o contrário. Entendíamos que os padrões técnicos destas plataformas não eram totalmente incompatíveis entre si e poderiam ser adotados com composições distintas das originais (isso foi sobejamente demonstrado pelo trabalho dos 20 consórcios de universidades e institutos de pesquisas contratados para buscar soluções inovadoras para os sistemas).
Também defendíamos que qualquer atualização tecnológica precisava garantir o aumento do número instituições atuantes nos sistemas de comunicação, ampliar a incidência do público sobre os sistemas privados e estatais de comunicação; e criar meios para que a incidência democrática do público sobre a mídia contribuísse para orientar o papel desta na construção da cultura nacional, como base da afirmação da soberania nacional.
Naquele momento, éramos voz solitária nesse discurso. Veio um novo governo e testemunhamos a instituição do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), que contemplou algumas de nossas preocupações. Antes dele, porém, chegava também a inexorável constatação de que os sistemas de comunicação social e suas redes e aparatos tecnológicos, desenvolvidos fundamentalmente para o transporte e a distribuição de conteúdo, aliados aos avanços no campo dos semicondutores e da computação, alargariam o conceito de civilização e, com ele, o de cidadania. Se, hoje em dia, o brasileiro incluído socialmente vive em um núcleo habitacional urbano, provido de serviços públicos e de segurança, a digitalização estabelece um patamar de exigência que vai além disso. Cria o conceito de cidadão digital para descrever o indivíduo socialmente incluído.
Ao mesmo tempo, a convergência nos dá a oportunidade de construir nações digitais, aquelas que mantêm sob seu controle:
Portanto, a universalização dos
serviços digitais e o domínio da produção de semicondutores
em uma ambiente de convergência passa a ser uma questão nacional
da qual dependem a democracia e a própria afirmação da
cidadania brasileira. Reduzir todo esse cenário a uma mera disputa
de torcidas sobre qual o melhor padrão tecnológico para a televisão
terrestre é jogar uma cortina de fumaça sobre o debate. E colocar
o gigante novamente para dormir. Talvez pelos próximos 40 anos.
Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"The gentle rain",
de Luiz Bonfá
Seqüencia midi: Hiram Araújo Filho
Nota para a seqüencia Midi: *****
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