Até
quando, filhos de Abraão?
Enviado pelo autor, Barra Bonita-SP
Por
Sérgio Ferraz, jornalista
9 julho, 2005
www.gentedanossaterra.com.br
www.familia.arantes.nom.br
E
o Deus Todo Poderoso fez a Terra e tudo que nela há.
E o Senhor criou o homem. E todas as águas, e todos
os animais terrestres e marinhos e todas aves e todas as
plantas, obedecem ao Criador. Somente o homem é mau |
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Publicado em "O Estado
de S.Paulo" |
E o homem fez entrar o pecado,
a dor e a morte, e a terra se tornou amaldiçoada por
causa do homem. E o Senhor destruiu a terra, mas preservou ao
justo Noé. E da descendência de Noé, nasceu
Abraão, e Abraão foi justo e temente diante do
Todo Poderoso, e Deus o abençoou e tornou sua descendência
como as estrelas do céu e como a areia das praias. E
Abraão é o pai de dois grandes povos: os israelitas
e os árabes.
E Abraão deixou a Terra e foi assentar-se ao lado do
Todo Poderoso. E Abraão por certo chorou ao ver seu filho
ser massacrado nas Cruzadas e depois ser dominado pelos ingleses.
E depois chorou Abraão novamente, ao ver seu outro filho
ser também massacrado pelo Nazismo.
Mas Deus deu forças aos dois filhos de Abraão,
e não deixou que eles desaparecessem de sobre a face
da Terra. E o árabe teve a sua honra de volta e espalhou-se
pelos desertos do Saara, por entre os cedros do Líbano
e pelas montanhas e vales de Sidom. E o israelita, que fôra
espalhado pela Terra, se agrupou pela profecia que o Senhor
deu a seus santos homens, e criou o Estado de Israel.
E Jerusalém, a cidade sagrada do Rei, abriu seus braços
para os dois filhos de Abraão. E o Todo Poderoso vos
deu campos petrolíferos e terras onde a brisa se diverte
entre os ramos das vides e das oliveiras. Mas a partir de então,
não mais por invasores, não mais por cruzados
e nem por nazistas, mas por eles mesmos. Sim, os filhos de Abraão
se matam entre si mesmo, justificando seu ódio pela posse
de uma terra que não é de ninguém, pois
tudo pertence ao Todo Poderoso.
O Senhor deu a Abraão a terra que mana leite e mel, terra
esta que pertenceria para sempre a seus filhos, mas estes, desobedecendo
ao Senhor e trazendo novamente lágrimas a Abraão,
fizeram dela uma terra de onde mana sangue. E sangue de irmãos,
como Caim fez a Abel. E a terra se tornou amaldiçoada
porque abriu sua goela para sorver o sangue do inocente Abel,
e a terra onde deveria manar leite e mel, e onde hoje mana sangue,
também está amaldiçoada por ter de continuar
a beber sangue de inocentes.
Até quando, ó filhos de Abraão, vos destruireis
uns aos outros? Até quando deixareis a maldade guiar
seus instintos e a loucura seus passos? Até onde se espalhará
vosso ódio? Até quando continuareis a fazer rolar
lágrimas pelas faces de Abraão, vosso pai?
O Todo Poderoso tudo vê. O Senhor derruba e levanta. O
Seu braço continua tão forte quanto antes. Quem
poderá lutar contra Ele? E se o Todo Poderoso pagará
a cada homem os atos feitos na Terra, quer sejam bons, quer
sejam maus, qual será a paga que receberá aquele
que sacrifica criancinhas no altar de seu ódio?
E Abraão, impotente, molhará de lágrimas
novamente sua barba branca e honrada, ao ver que não
há amor no coração de seus filhos. Somente
ódio. E o ódio está destruindo a terra
onde manava leite e mel e transformou o perfume dos cedros do
Líbano em cheiro de morte, e as vides e as oliveiras
são aguadas com lágrimas, e onde os pés
de Abraão pisaram a terra macia e a relva perfumada,
existe apenas a cor triste e avermelhada do sangue de seus filhos...
Oh, quão fortes seriam os filhos de Abraão unidos!
Seriam tão grandes em força e poder que nenhuma
nação subsistiria diante deles! Mas eles são
desunidos, e se odeiam, sem que ninguém atine com o motivo
desse ódio. E o que fabrica a espada gosta disso, pois
não fosse o ódio entre irmãos, ele não
teria a quem vender espadas...
Até quando, ó filhos de Abraão, vos destruireis
uns aos outros? Até quando deixareis a maldade guiar
seus instintos e a loucura seus passos? Até onde se espalhará
vosso ódio? Até quando continuareis a fazer rolar
lágrimas pelas faces de Abraão, vosso pai? Até
quando? Até quando a madeira do Líbano apodrecer
e as águas do Nilo se secarem? Até quando se esgotar
as riquezas de sob a terra e secarem-se as oliveiras e as vides?
Até quando toda essa terra, antes abençoada pelo
Todo Poderoso, se torne em deserto habitado apenas por serpentes,
lagartos e escorpiões? Até quando convertereis
a alegria em choro no rosto de Abraão, vosso pai? Até
quando?
A morte do cirurgião
ilustre
Enviado por Mag Guimarães,
Roterdã, Holanda
Naki
era talvez o segundo homem mais importante na equipe
que fez o primeiro transplante cardíaco da história.
Mas não
podia aparecer porque era negro no país do apartheid
Autoria desconhecida
3 julho, 2005
Hamilton
Naki, um sul-africano negro de 78 anos, morreu no final
de maio. A notícia não rendeu manchetes, mas
a história dele é uma das mais extraordinárias
do século 20. "The Economist" contou-a
em seu obituário dessa semana |
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O cirurgião clandestino
Naki era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do
corpo da
doadora o coração transplantado para o peito de
Louis Washkanky em dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África
do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco
humano bem-sucedida. É um trabalho delicadíssimo.
O coração doado tem de ser retirado e preservado
com o máximo cuidado. Naki era talvez o segundo homem
mais importante na equipe que fez o primeiro transplante cardíaco
da história. Mas não podia aparecer porque era
negro no país do apartheid.
O cirurgião-chefe do grupo, o branco Christian Barnard,
tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki
não podia nem sair nas fotografias da equipe. Quando
apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um
faxineiro. Naki usava jaleco e máscara, mas jamais estudara
medicina ou cirurgia. Tinha largado a escola aos 14 anos. Era
jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Mas aprendia
depressa e era curioso. Tornou-se o faz-tudo na clínica
cirúrgica da escola, onde os médicos brancos treinavam
as técnicas de transplante em cães e porcos.
Começou limpando os chiqueiros. Aprendeu cirurgia assistindo
experiências com animais. Tornou-se um cirurgião
excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe.
Era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não
podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o
hospital abriu uma exceção para ele. Virou um
cirurgião, mas clandestino. Era o melhor, dava aulas
aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico
de laboratório, o máximo que o hospital podia
pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica
nem água corrente, num gueto da periferia.
Hamilton Naki ensinou cirurgia durante 40 anos e aposentou-se
com uma pensão de jardineiro, de 275 dólares por
mês. Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração
e um diploma de médico honoris causa. Nunca reclamou
das injustiças que sofreu a vida toda.
Meio copo dágua,
porque nunca se sabe
Enviado pelo autor, Rio de Janeiro-Capital
Por
Gustavo Barreto, editor da revista eletrônica Consciência.Net
26 junho, 2005
Foi nessa sexta-feira, um dia
frio de junho de 2005. Geladeira de pobre, quando vê coisa
muito colorida, logo desconfia. Simplesmente apareceu. Não
sei como. Era um daqueles sucos coloridos de caixinha. "Néctar
de manga". A última vez que eu cruzei com um desses,
o Lula ainda acreditava no socialismo e não chamava banqueiro
de companheiro. Tempos em que o guarda-chuva materno proporcionava
alguns "privilégios" no final de semana.
A priori, mantínhamos
uma relação de respeito. Eu e o suco, de longe,
para não dar problema. Cada um na sua, levando a vida.
Depois pensei: Que diabos! Eu moro sozinho!. Ou
seja, se ninguém o bebesse, ia ficar lá. Com todas
aquelas cores, ao lado dos bravos companheiros de luta
o leite e a água. Porque, até hoje, líquido
para mim era leite e água. Sem contar aquela gosma que
sai do queijo minas, que acompanha o pão de ontem e o
biscoito com sal. Mas acho que esse líquido não
conta.
Então tá. Alguém
esqueceu aí, deu mole, é meu. Mas como é
néctar, não custa nada colocar meio copo dágua,
pra durar mais. Até porque nunca sabe-se lá quando
que o Lula vai voltar a acreditar no socialismo e parar de chamar
banqueiro de companheiro.
Estágio,
uma fonte de recompensa
Enviado pelo autor, Americana SP
Por
Juliano Schiavo Sussi, 17 anos, estudante de jornalismo
E-mail:
jssjuliano@yahoo.com.br
3 março, 2005
Criado como forma de auxiliar
o estudante em sua carreira, o estágio tornou-se uma
ferramenta indispensável para o melhor aprendizado e
assimilação do conhecimento por parte do aluno.
Trabalhar na área de interesse demonstra claramente ao
aluno o que a profissão realmente almeja dele, e o estágio
tem a função de conciliar teoria (aprendida nas
instituições de ensino) com a prática (somente
adquirida no trabalho). Podendo ser apresentado como um vestibular
para o mercado de trabalho, ele supre, de certa forma, uma necessidade
individual: experiência.
Porém, não são
todos os cursos que permitem o estágio e, se permitem,
nem sempre é fácil de consegui-lo. Seria de fundamental
importância que as empresas andassem de mãos dadas
com as instituições de ensino, pois é na
faculdade ou num curso técnico que se garimpam profissionais,
que, por sua vez precisam ser lapidados por intermédio
da experiência.
Pegue-se como exemplo o jornalismo,
curso que escolhi (por motivos de vivenciar isso citei meu curso).
A categoria dos jornalistas não permite o estágio.
Então como tentar ser um profissional com uma extensa
bagagem, se, ao proibirem o estágio, estão tirando
o único modo de absorção de experiência?
Essa é uma questão interessante a ser discutida,
visto que não envolve somente o curso de jornalismo,
como outros também.
Os institutos de ensino dotam
os estudantes de uma imensa gama de teorias, informações,
métodos, mas a prática, coitada, essa fica relegada
ao obscurantismo.
Diante dos fatos, porque o estágio
é tão malfadado diante de certas empresas e sindicatos?
Está certo que, por não
contarem com experiência, muitos dos estagiários
dificultam um pouco o andamento do serviço. Mas esse
é um ponto a ser eliminado, pois experiência é
algo que se absorve dia a dia, e, também, ao se contratar
um jovem como estagiário, a empresa acaba dando perspectivas
positivas não só ao contratado, mas também
à sociedade, tudo porque ensina os caminhos profissionais
a alguém inexperiente.
Assim como certas pedras brutas
que são extraídas da natureza viram pedras preciosas,
os estagiários guardam uma jóia que deve ser lapidada.
Mas, para que essa jóia possa vir à tona, é
necessário que se a extraia de suas minas as pedras brutas,
para que elas possam ser lapidadas e, enfim, obterem valor.
É um caminho árduo, mas que recompensa.
Edição anterior
Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Look of love", de Burt Bakara
Nota para a seqüência Midi: *****
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