Vida e espiritualidade
Enviado pelo jornal Caminhos
Por
Suzana Villaça, artista plástica e poeta
5 maio, 2006
Quando os seres humanos criaram
roteiros exóticos e cheios de fantasias, muitos acreditaram
serem resultados da imaginação. Assim se fez da
criatividade um meio para encarnar de forma sutil todas as formas
perversas da violência. Pincelaram a devastação
o planeta e até mesmo contatos inconseqüentes com
civilizações extraterrestres. Fortaleciam-se os
elos de uma ameaça simulada a sobrevivência humana.
Com extrema habilidade filmes com efeitos especiais gerando
códigos de destruição ou de profecias assustadoras.
Muitos meios de promover um fascínio
junto a multidão foram criando um círculo vicioso.
Com pavor e dor mergulhamos na insensibilidade. Abrimos a tendência
ao racionalismo quando valorizamos conceitos pouco espiritualizados
e despidos de esperança e otimismo. Mas diante do que
está sendo vivenciado no planeta neste início
de milênio percebe-se claramente que algo errado e devastador
paira sobre a humanidade.
As anormalidades climáticas,
enchentes, secas, terremotos, maremotos e nuvens de poluição
cobrindo cidades, trazem respostas ao desequilíbrio da
natureza. Nosso descaso com as leis naturais da vida apontam
um perigo eminente rondando o cidadão planetário.
Um desequilíbrio energético
começando nas mentes distantes de um caminho espiritual
coerente desencadeando um materialismo sem precedentes. As preces
estão impregnadas de pedidos e muito pouco ou quase nada
do espírito de gratidão.
Muito pouca motivação
em atitudes amorosas e generosas, com isso impregnamos a atmosfera
com uma fria camada de indiferença e desamor. Deixando
a cada dia mais forte a impressão de estarmos vivendo
uma versão viva e real dos filmes de ficção
aterrorizantes. Gradativamente formas substituindo o roteiro
do lirismo nas fórmulas de entretenimento por uma áspera
e amarga maneira de usar a criatividade.
Com raríssimas exceções
trilhamos o doce caminho do meio, entre a realidade de um tema
e a performance de nossa vontade de sonhar. Deixando com isso
uma pobreza de conceitos invadirem nossas vidas. Para muitos
intelectuais essa forma de expressão é da contra
cultura da atualidade. Para outros é um processo cabível
a todos os meios gerenciados por todos os avanços da
tecnologia.
Neste distanciamento do homem
da sua fonte de energia espiritual vai-se perdendo o dicernimento
de uma ética abrangente e profunda. Enquanto as leis
espirituais do universo estão ao alcance de todos, independente
de credo, raça ou condição social. Mas
se você renega a possibilidade de ser protagonista desta
sutil ameaça, seja honesto consigo e sua consciência:
abra-se a mudanças.
Certifique-se de que ser do bem
é muito simples e fácil, e concilia às
forças da natureza traduzidas em harmonia com o exercício
do amor incondicional. Quebrando as barreiras dos preconceitos,
injustiças sociais e as ilusões do poder, poderemos
fechar o ciclo vicioso da violência. Quando acontecer
essa sintonia, a liberdade da Paz irá semeando compaixão,
solidariedade e perdão nos corações.
Será possível estabelecer
um destino mais feliz para o planeta Terra e seus habitantes.
A linguagem do amor universal irá revelando a todo ser
esse amor, uma compreensão mais profunda de um círculo
perfeito. Onde todos os desafios serão enfrentados como
uma jornada abençoada. Unindo e reunindo os peregrinos
planetários na jornada cósmica da evolução.
Mas enquanto os ventos da bem
aventurança não sopram, estamos condenados a ficção
do apocalipse no horizonte da humanidade. Ao invés da
utopia de um áureo alvorecer, estaremos à mercê
da ficção do caos no final dos tempos.
A
nova idade escolar
Enviada pela autora, Alegre-RS
11 fevereiro, 2006
Estamos de volta ao passado.
A educação brasileira retoma seus velhos nove
anos de ensino, iniciando na primeira série, agora dividida
em A e B, e estendendo-se até a oitava série.
Verdadeiramente o aluno freqüentará nove anos de
ensino básico ou fundamental, como lá se queira
identificar. Acrescentou-se mais um ano subdividindo-se o primeiro
em dois.
Para quem tem idade terminando em "enta" esta alteração
é a lembrança do antigo curso Primário
somado ao Ginásio. O Primário era realizado em
cinco anos -do primeiro ao quinto ano- etapa em que se davam
os exames de admissão ao curso ginasial que se seguia
de quatro anos de estudo de muitas disciplinas, como a língua
inglesa, a francesa e o latim, somadas a química, a física
e a biologia, dentre os outros componentes curriculares do chamado
núcleo comum. O curso ginasial era tão importante
e de acesso relativamente restrito que permitia aos ginasianos
formados ministrarem aulas como se professores fossem. As formaturas
por conclusão do curso eram momentos solenes com direito
até a anel (pedra azul claro) em razão, certamente,
de sua importância na escala social.
Fala-se muito na necessidade de um ensino de qualidade. Comparando-se
a atualidade com os tempos de antanho há que se admitir
que houve defasagem em alguns setores, como o raciocínio
lógico, a leitura humanística e ética e
a língua pátria, mas com acréscimos em
outros em virtude da própria evolução do
conhecimento e das ferramentas de acesso a informações
mais rápidas e anteriormente não discutidas.
A questão do ingresso na primeira série aos seis
anos tem recebido manifestações contrárias
e favoráveis. Os que são contra ao ingresso da
criança em tão tenra idade para ser iniciada nos
raciocínios lógicos e intelectuais entendem que
seria apressar demais a aprendizagem de nossos meninos e meninas.
Há de se admitir que há crianças de seis
anos que precisam continuar com as atividades mais lúdicas
e de menor esforço intelectual, mas não se pode
preterir a existência de outras já totalmente preparadas
para a educação formal e exaustas das ações
lúdicas que pouco lhes exige do pensamento lógico.
Nesse viés, inclusive, é de relevância a
origem do meio social do infante.
Um menino de seis anos cuja família
pode propiciar computador com sofisticados softwares, escola
de línguas, esportes, viagens e conhecimento de espaços
culturais, estará mais bem capacitado para a educação
formal do que o garoto da periferia cujo pai, na maior parte
do tempo, não consegue emprego, habita no espaço
de um só cômodo e tem dificuldades em obter alimentação
compatível com seu desenvolvimento físico. Condições
desfavoráveis, incluindo doenças mal tratadas,
poderão -não é regra- causar certa lentidão
no aprendizado. Não significa isso, entretanto, que com
sete anos estará imune aos dissabores de sua pobreza,
mas terá maior maturidade psicológica e, portanto,
melhor condição de superar os desafios da aprendizagem.
Por outro lado, levar a criança
de seis anos para a escola é salutar em vários
aspectos, beneficiando a população da periferia
e das classes economicamente menos aquinhoadas. A escola sempre
é um centro de bem estar especialmente para quem fica
solitário e ocioso enquanto os pais buscam a sobrevivência.
Abrigados com atividades úteis, de lazer, de esporte
e alimentação, os pequenos estarão distantes
da degradação moral cultivada pelos adultos já
iniciados nesta lide.
Com referência a responsabilidade
advinda da escolaridade prematura é de se observar que
elas devem estar em acordo com a possibilidade de uma criança
de seis anos, ressalvado o perfil individual de cada uma. Talvez
essa tenha sido a intenção do legislador ao fazer
com que a primeira série se dê em dois anos. Isso
poderá, inclusive, evitar a reprovação
e a deficiência na leitura, esta carregada como pesado
fardo por muitas crianças que avançam às
séries seguintes sem o completo domínio das letras.
A nova modalidade tem período para implantação.
Até lá a regra legal é a dos sete anos,
ainda que nos dias de hoje grande parte da clientela escolar
esteja ingressando com idade menor.
Educação libertadora
Enviado pelo autor, Vitória-ES
Por
João Baptista Herkenhoff, livre-docente
da Universidade Federal do Espírito Santo, escritor autor,
do livro Ética, Educação e Cidadania
(Livraria do Advogado, Porto Alegre)
www.joaobaptista.com
E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
8 fevereiro,
2006
Quando se inicia o ano letivo
nas mais diversas escolas, parece-me oportuno refletir sobre
a Educação libertadora, relembrando o legado de
Paulo Freire.
A Educação pode
jogar um papel decisivo no crescimento da cidadania, na formação
da consciência da dignidade inerente a todo ser nascido
de mulher e mesmo, num estágio mais avançado,
na consciência da grandeza de todos os seres, como expressão
cósmica da Criação.
Um projeto de Educação
Popular deve orientar-se numa linha de educação
libertadora.
A propósito, cremos que
permanece absolutamente válida a reflexão de Paulo
Freire. A proposta desse educador brasileiro, internacionalmente
respeitado, foi depois enriquecida por muitos pensadores e pela
prática militante de educadores populares.
A educação não
é uma doação dos que julgam saber aos que
se supõe nada saibam.
Deve ser recusada, como acanhada,
a concepção que vê o educando como arquivista
de dados fornecidos pelo educador.
Rejeite-se, por imprestável,
a passividade do educando, na dinâmica do processo educacional.
Diga-se "não"
à educação paternalista, ao programa imposto,
ao rítmo pré-estabelecido, à auto-suficiência
do educador.
Tenha-se presente, como absolutamente
atual, o anátema de Paulo Freire à visão
da palavra como amuleto, independente do ser que a pronuncia.
Esteja-se atento ao seu libelo contra a sonoridade das frases,
quando se esquece que a força da palavra está
na sua capacidade transformadora.
A educação libertadora
vê o educando como sujeito da História. Vê
na comunicação "educador-educando-educador
uma relação horizontal. O diálogo é
um traço essencial da educação libertadora.
Todo esforço de conscientização baseia-se
no diálogo, na troca, nas discussões.
A humildade é um pré-requisito
ético do educador que se propõe a ajudar no processo
de libertação pela educação.
A educação libertadora
busca desenvolver a consciência crítica de que
já são portadores os educandos. Parte da convicção
de que há uma riqueza de idéias, de dons e de
carismas na alma e no cotidiano dos interlocutores.
O projeto final da educação
libertadora é contribuir para que as pessoas sejam agentes
de transformação do mundo, inserindo-se na História.
Para isto é preciso que as pessoas decifrem os aparentes
enigmas da sociedade. Os marginalizados devem refletir sobre
sua situação miserável e anti-humana. Devem
identificar os mecanismos sócio-econômicos responsáveis
pela marginalização e pela negação
de humanidade. Devem buscar os caminhos para mudar as situações
de opressão.
O mundo não é
uma realidade estática mas uma realidade em transformação.
Somos os arquitetos do mundo. O fatalismo é uma posição
cômoda, mas falsa.
Educandos e educadores, na perspectiva
da educação libertadora, vão buscar juntos
as chaves para transformar o mundo.
A era FHC: a tentativa de
desmonte da Petrobras
Enviado por Ivone Boechat, Niterói-RJ
Autoria desconhecida
29 abril, 2006
O Brasil é hoje auto-suficiente
na produção de petróleo porque o povo e
os trabalhadores derrotaram o projeto neoliberal do governo
Fernando Henrique Cardoso de desmantelamento e privatização
da Petrobras.
Responsável direto pelo
desmonte acionário da companhia e seu esquartejamento
em dezenas de subsidiárias e unidades de negócios,
o ex-presidente, sem dúvida, foi um divisor de águas
na história da Petrobrás. Como acionista majoritário,
trabalhou o tempo todo contra uma empresa extremamente lucrativa.
Um caso raro, que merece, inclusive, destaque nos estudos de
gestão de grandes negócios.
A era FHC não só
acabou com o monopólio estatal do petróleo, como
entregou as reservas e estudos técnicos da Petrobrás
ao mercado internacional, cortou bilhões de dólares
de investimentos previstos para a companhia, reduziu à
metade os quadros de trabalhadores próprios e, entre
outras atrocidades, iniciou o processo de privatização
da empresa (Refap S.A, Petrobrax, e etc), que só não
seguiu adiante devido à resistência dos trabalhadores
e demais setores organizados da sociedade. Não é
à toa, que o tucano de tudo fez para tentar desmantelar
a organização sindical dos petroleiros.
A conquista da auto-suficiência,
portanto, tem que estar muito bem contextualizada pelos trabalhadores
neste momento em que muitos tentam colher os louros, depois
de terem semeado espinhos. O projeto de FHC só não
vingou graças à nossa resistência a oito
anos de sucessivos ataques contra a Petrobrás. Neste
sentido, temos também que destacar a decisão política
do governo Lula de alterar drasticamente os rumos da companhia,
que duplicou entre 2003 e 2005 o orçamento da área
de Exploração e Produção de petróleo
e nacionalizou as encomendas e serviços contratados,
gerando milhares de empregos no país.
Os resultados falam por si. A
Petrobras tem hoje 131 blocos exploratórios, mais que
o dobro do que contava em 2002. As reservas provadas da companhia
saltaram de 11 para mais de 15 bilhões de barris. As
plataformas P-43, P-48 e P-50, cujas projetos corriam risco
de arbitragem internacional, foram concluídas, o que
representa 480 mil barris/dia a mais na produção
brasileira. Além disso, o governo nacionalizou em pelo
menos 60% o conteúdo de todas as encomendas da Petrobrás,
reativando a indústria naval e fortalecendo os demais
setores da economia.
Nos próximos cinco anos,
a companhia investirá mais de R$ 110 bilhões no
país, sendo que 54% destes investimentos em projetos
que irão sustentar a garantia da auto-suficiência.
Até 2008, serão implantados 15 grandes projetos
de produção de petróleo para que em 2010,
a Petrobrás atinja a meta de 2,3 milhões de barris/dia.
Além disso, a companhia está recompondo sua força
de trabalho, com a previsão de admissão de mais
nove mil petroleiros nos próximos três anos, o
que totalizará um efetivo de quase 20 mil trabalhadores
novos desde 2002.
É por esta Petrobras que
a categoria petroleira tem lutado. Uma Petrobras que cumpra
o seu papel de empresa pública, que seja a alavanca do
desenvolvimento do país. Uma Petrobrás bem diversa
do projeto tucano de privatização e privilégios
ao mercado internacional, onde a auto-suficiência não
passava de um jogo de cena, com cartas marcadas.
Ver
edição anterior
Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"The gentle rain", de Luiz Bonfá
Nota para a seqüência Midi: *****
Seqüência Midi: Hiram Araújo Lima
Participe
do Jornal
dos Amigos, cada
vez mais um jornal cidadão
O
Jornal dos Amigos agradece a seus colaboradores e incentiva
os leitores a enviarem textos, fotos ou ilustrações
com sugestões
de idéias, artigos, poesias, crônicas, amenidades,
anedotas, receitas culinárias, casos interessantes, qualquer
coisa que possa interessar seus amigos. Escreva para o e-mail:

Se
o conteúdo estiver de acordo com a linha editorial do
jornal, será publicado.
Não esqueça de citar seu nome, a cidade de origem
e a fonte da informação.
Solicitamos
a nossos colaboradores que, ao enviarem seus textos, retirem
as "flechas", isto é, limpem os textos daquelas
"sujeiras" de reenvio do e-mail. Isso facilita bastante
para nós na edição.
Início
da página
www.jornaldosamigos.com.br