Enviado pelo
autor, Interlagos - São Paulo
15 maio, 2010
Pedófilo
não tem cara
Por Pedro Cardoso da Costa,
bacharel em direito
Ninguém imagina que aquela
pessoa amada e de cara de santo seja capaz de fazer mal a uma
pulga, imagine a seu filho. Pois são sempre os mais amigos,
sempre aqueles de quem menos se espera, os mais próximos,
que terminam por decepcionar a todos. São assim os relatos
nos programas de televisão, com a comprovação
dos especialistas.
Independe de raça, de
religião, de filosofia de vida, não há
exceção para essa modalidade horrenda de desumanidade.
Não se trata apenas de questão criminal, mesmo
que não fosse tipificado crime, ninguém em sã
consciência pode usar de sua força e de outros
meios para satisfazer sua tara em detrimento do sofrimento indefeso
de crianças.
Tiram proveito exatamente dessa
proximidade para abusarem de forma continuada, amedrontar, e
até fazer com que ninguém creiam nas vítimas.
Os campeões são os padrastos que, além
de não serem pais, geralmente dominam física e
psicologicamente as mães, que muitas vezes se omitem
por comodismo, já que, por maior que seja o medo, não
pode justificar a omissão. Mas, também, tios,
primos maiores, vizinhos e, com muita freqüência,
os próprios pais. Mais comum aos masculinos, embora haja
relatos de abuso pelas mulheres.
Depois da casa, a relação
maior é na escola. Em função disso, os
professores geralmente percebem mudanças no comportamento
das crianças, e têm sido crescentes as denúncias.
Mas deveriam aumentar esse cuidado e repassar sempre ao conselho
tutelar para cortar o mal no seu nascedouro.
Quase consensual de que a tara
por criança seria uma patologia. Nenhum pedófilo
é maluco a ponto de fazer explicitamente, tornar público
seus abusos. Isso prova de que tem consciência de seus
atos. Eles procuram momentos oportunos, mesmo que criem situações
para ficarem a sós com suas vítimas. Mas há
a consciência, e deveriam procurar tratamento; não
crianças para abusarem.
Sexo é mesmo muito bom,
desde que seja com desejo recíproco, condição
que mesmo que existisse na criança não ameniza
a violência do pedófilo. Quando não se está
a fim, sexo chega a ser repugnante. Nem se fale de que a limitação
física da criança deve tornar a dor física
insuportável. Além dessa, a psicológica,
a insegurança, o desamparo e desalento de não
contar com ninguém que lhe dê proteção.
Pode e deve a criança
ser instruída a se defender, mas a sua defesa é
responsabilidade de todos, principalmente dos pais. Então,
a segurança é mais importante do que a confiança.
Ter segurança é não permitir situações
em que sua criança fique tempo suficiente para que pessoas
possam abusar delas. Evitar deixar filhos com parentes próximos,
e com vizinhos nem pensar. Mas, a maioria dos abusos deixa sequelas
físicas. As mães e pais deveriam olhar e apalpar
fisicamente suas crianças. Quando mais crescidos, adolescentes,
atentar para as mudanças bruscas de comportamento.
Além das denúncias,
as penas deveriam ser tão gigantescas quanto a essa violência.
Nenhuma situação financeira ou de risco pessoal
nem pode nem deve justificar a omissão de quem tem o
dever de protegê-las.
Enviado pelo
autor, Interlagos - São Paulo
5 dezembro, 2009
Raios caem e pontes voam
Por Pedro Cardoso da Costa,
bacharel em direito
Todo mundo sabe que os governos brasileiros sempre fizeram fantásticas
administrações para si e suas famílias.
O filho do atual presidente enriqueceu da noite para o dia,
não por causa do governo, é claro, mas pela genialidade
que explodiu num certo momento. Quércia foi capa da revista
Veja em função de sua riqueza. Newton Cardoso
em Minas Gerais também mereceu destaque pela riqueza.
A maioria dos prefeitos começa pobre e termina rica.
Obviedade maior não existe de que com o salário
que recebe.
Existem várias características
comuns aos gestores brasileiros: a corrupção generalizada,
de preferência do modo mais dissimulado possível.
O emprego de parentes ou de amigos em cargos comissionados,
em detrimento de profissionais, de técnicos. A mentira
deslavada, sem nenhuma responsabilidade com o provável,
com a razoabilidade. Além da perpetuação
dos problemas sem solução, essas desculpas vêm
sempre acompanhadas de que as falhas serão investigadas.
Mas a culpa é sempre atribuída
aos governos anteriores, como nunca antes neste país,
ou às vítimas, como ocorre sempre quando culpam
as pessoas pelas casas arrastadas pelas enchentes, por construírem
à beira de córregos, com toda ênfase típica
de quem tem amnésia plena. Esquecem que o dever de proibir
a construção irregular são deles mesmos,
administradores públicos.
Mas é da mentira reiterada
que se pretende colocar aqui. Chove desde que o mundo é
mundo. Pois, o "raio" da natureza foi a culpada pelo
apagão que paralisou 18 estados e atingiu mais de 60
milhões de pessoas. Eis a versão como resposta
dada pelo governo ao seu povo. Ninguém se preocupou que
essa colocação não tinha o menor cabimento,
posição colocada por especialista. Se o sistema
elétrico brasileiro continuar paralisando 168 estados
devido às quedas de raios, é melhor começar
a incentivar o uso do lampião e dispensar as campanhas
para economia de energia. Por si, a natureza se encarrega disso.
Nem vou entrar no mérito
de, 15 dias antes, a pré-candidata à presidência
ter dado total garantia de que não haveria apagão.
Eis um posicionamento que deve ser guardado para comparação,
caso seja eleita. Aqui estaria o modo de o governo federal de
administrar.
Em São Paulo, três
vigas de milhares de toneladas voaram pelos ares, antes da colocação
definitiva de uma ponte do Rodoanel. Apesar do risco, teria
sido pior se caísse após a liberação
da pista. O governador foi menos patético ao afirmar
que houve falha. Só faltava negar a falha, com milhares
de toneladas destruindo carros e três pessoas feridas.
Mas o governador de São Paulo precisa acompanhar mais
de perto suas obras, especialmente quanto à segurança,
vez que em janeiro de 2007, sete pessoas perderam suas vidas
engolidas pela famosa cratera do Metrô. Pergunte se existiu
alguém responsabilizado até hoje? Taí um
grande problema nacional.
As tragédias se repetem
muito por que ninguém é responsabilizado e apenado
pelos seus erros. Nisso, quando escreveu sobre o apagão
na Folha de São Paulo de 15 de novembro desse ano, o
escritor Carlos Heitor Cony foi muito feliz ao afirmar que "a
culpa - ou a causa - pode ter sido da natureza, mas a responsabilidade
é mesmo do governo".
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"O trenzinho do caipira", de Eytor Villa Lobos
Nota para a seqüência Midi: ****
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