J'accuse
Enviado pelo autor,
Americana- SP

Por Juliano Schiavo Sussi, estudante
de jornalismo
E-mail: jssjuliano@yahoo.com.br
11 fevereiro, 2007
Eu acuso a sociedade hipócrita, que fecha os olhos diante
dos acontecimentos, se cala e consente. Essa sociedade feita
de fábulas encantadas, que prega pela mudança,
mas quando é chegada a hora da ação, se
abstém e se esquiva de arregaçar as mangas.
Eu acuso a falta de investimento
em educação de qualidade, única maneira
de revolucionar o País e transformá-lo em produtor
intelectual. Chega de absorver, é hora de criar! Chega
de estar à mercê da produção intelectual
de outros países. É necessário mudar os
eixos educacionais e investir de maneira concreta nesse pilar
social.
Eu acuso a Imprensa, que levanta
pseudo-bandeiras e está interessada nos lucros que pode
obter. Essa imprensa que se esconde por detrás da palavra
imparcialidade, mas que na verdade defende seus interesses de
empresa, sem realmente se importar com o social.
Eu acuso a injustiça nascida
nos lugares que deveriam pregar a justiça. Assassinos,
estupradores, bandidos, ladrões de colarinho branco se
beneficiam das brechas da Lei e nos colocam por detrás
das grades. Afinal, quem deveria estar preso?
Eu acuso a intelectualidade,
que morreu e não tem forças para instigar a mudança.
Essa intelectualidade que, tempos atrás, lutou contra
a ditadura, contra a corrupção, contra os crimes
do Estado. Essa intelectualidade, que fora tão ativa,
mas que agora está dengosa.
Eu acuso a corrupção
e o desvio moral que continuam a existir nas casas parlamentares,
no poder executivo, nos ministérios públicos,
em alguns dos representantes do povo. Esses maquiavelistas que
vociferam verbos contra a impunidade, mas na verdade só
pensam em seu bem-estar e no poder que lhes trará benefícios.
Eu acuso os braços cruzados,
que muitas vezes deixamos estar. Eu acuso a falta de esperança.
Eu acuso a sensação de impunidade. Eu acuso essa
sociedade que se diz contemporânea, mas que traz em sua
estirpe o DNA da hipocrisia.
Para onde caminharemos?
O socialista
Enviada pela autora, Alegre-RS

Por Sandra Silva, socióloga, professora
e acadêmica de direito
E-mail: sandra.silva@brturbo.com.br
20 janeiro, 2007
Alguns estudiosos afirmam que
Jesus da Galiléia foi um socialista no mais puro sentido
da palavra. A Igreja Católica fez o desfavor de adulterar
toda a história desse homem, a começar pela data
de seu nascimento, o que faz dúvidas e requer leituras
específicas não encontradas popularmente.
Outros, ao passar dos séculos,
também mistificaram as idéias do homem essênio.
E nos tempos atuais se enriquece com mais facilidade tomando
o "santo nome" do que trabalhar por três ou
quatro décadas. Os incautos abarrotam os templos antigos
com seus seculares bancos e os modernos, de confortáveis
cadeiras estufadas, ar refrigerado e muito som. Assim caminha
a humanidade. Para o céu. Ou para o inferno. Afinal,
é preciso haver um inferno para que a multidão
parva obedeça.
A América Latina vive
seu socialismo do século 21. Aos moldes de um espertalhão
que está se aproveitando dos petrodólares e do
poder que isso lhe dá frente à massa de incultos
e despreparados venezuelanos, maioria desamparada de acesso
ao conhecimento e aos prazeres materiais da civilização
humana. É um novo "fidel". Vai se perpetuar
no poder. Cuidemos para não se cometer imitações,
nem sempre saudáveis.
A concentração
de poder é a única via para o socialismo enquanto
essência do processo revolucionário. Assim era
o pensamento doutrinário de Marx, Lênin, Stalin,
Mão, Che. E Fidel, que ainda vive apesar de moribundo.
Dizer diferente é alterar a verdade.
Planejamento familiar
Toda
criança de rua tem um responsável que a abandonou
Por
Pedro Cardoso da Costa, bacharel em direito
25 janeiro, 2007
A discussão sobre esse
tema fica entre dois extremos: a Igreja Católica defendendo
a vida no arcaico crescei e multiplicai-vos, e os políticos,
temerosos à Igreja, nunca o encaram com a devida seriedade
e quando falam é de forma tímida e incompreensível.
Um fato natural, devido às radicalizações,
passou a ser um problema complexo de difícil solução,
porque o Estado se omite de exercer devidamente a sua função,
preocupado com a religião, uma questão que diz
respeito apenas à individualidade da pessoa.
A liberdade sexual -passando pela AIDS resulta em inúmeras
jovens sem informação correta engravidando precocemente,
gerando família e amontoando-se no fundo do quintal dos
pais, morando mal a família nova e a dos pais.
Hoje, praticamente toda família tem um(a) jovem com filhos.
Esta criançada não passou da 4ª série
do ensino fundamental, tem dentes cariados ou nem tem, não
paga um convênio médico e muito menos tem emprego.
Quando muito preenche dois desses requisitos, mas a maioria
nem sequer alcança um, salvo sempre as honrosas exceções.
Assim como algumas pessoas poderiam ter quantos filhos quisessem,
dando toda a assistência necessária, existem aqueles
que estão desempregadas e sem nenhum recurso que não
podem ter nenhum.
Toda criança tem direito
à comida, à moradia, à escola e a atendimento
médico, existem aqueles que estão desempregadas
e sem nenhum recurso que não podem ter nenhum, mesmo
que seja por algum período. Isso, todos os líderes
e segmentos sociais teriam a obrigação de difundirem,
caso se sentissem responsáveis pela construção
de uma Sociedade mais justa. Sem essas mínimas condições,
é preferível evitar filhos, pois espermatozóide
não é criança e não passa fome.
Alguns setores da sociedade -em especial a mídia
tentam jogar a responsabilidade às pessoas que têm
recursos financeiros pelo abandono de crianças. Isso
é injusto e não traz o resultado esperado! A responsabilidade
tem que recair sobre os pais. Eles são os únicos
responsáveis! É mais fácil, racional, inteligente
e mais econômico evitar filhos a tê-los para morrerem
pela simples falta de saneamento básico; pela falta de
cuidados de higiene e até de fome. É preciso substituir
a necessidade psíquica que quase todo jovem tem de ter
filhos por valores como estudo, lazer, esporte, programas culturais.
Fixar a certeza de que a pessoa sem casa e sem emprego não
pode ter filhos. Não há adoção que
resolva o problema do menor abandonado.
Adotam-se dez num dia, duzentos
são colocados nas ruas no dia seguinte. Até hoje,
nenhum pai (ou mãe) foi civil ou penalmente responsabilizado
por isso! Cadê o Ministério Público para
punir esses pais? Definitivamente, a adoção não
é a solução.
Ao Estado caberia informar bem como evitar a gravidez precoce
ou indesejada e, principalmente, deveria colocar à disposição
de todos -ricos e pobres- camisinhas, vacinas, pílulas;
e principalmente autorizar a realização da vasectomia
e da laqueadura de trompas nos hospitais públicos, para
que os jovens não justifiquem a fabricação
de filho por não poder evitá-los. Já autorizado
por lei federal desde 1997, mas os hospitais públicos
estão desobedecendo à Lei e dificultando a realização
das cirurgias.
A partir daí, exigir atuação firme do Ministério
Público no cumprimento ao Estatuto da Criança
e do Adolescente. O melhor controle seria o Estado colocar a
informação aos jovens como prioridade, impregnando-lhes
valores que não seja a reprodução indiscriminada.
Deve cobrar com rigidez dos pais que dêem as mínimas
condições de vida digna aos filhos. Está
faltando arcar com responsabilidade e inteligência tanto
o Estado e a sociedade quanto as famílias e os jovens.
Aliado à ignorância, o problema continua. Responsáveis
diretos ou não, todos sofrem passivamente!
Diferenças
Enviado pelo autor, Salvador-BA
Por
Antonio Pereira
22 fevereiro, 2007
Cada um vê e interpreta
os fatos e as coisas, segundo seus pontos de vista, ao sabor
dos seus interesses, conceitos e preconceitos. Repare se não
é:
Quando os erros dão certo,
temos uma obra-prima da engenharia. Quando o metrô desaba,
a culpa é das chuvas.
Político não erra.
O povo é que não consegue acertar.
Tirar dos ricos para dar aos
pobres é crime. Subtrair dos pobres para presentear os
ricos é política.
Acreditar em Deus, crer que uma
força superior pode nos ajudar, é ter fé.
Confiar em soluções milagrosas ou que a prosperidade
está à venda, é cair no conto do
Pastor.
Pobre falando alto é falta
de educação. Rico aos berros é stress.
Correr na zona nobre é
orientação do personal. Uma corridinha
na periferia é questão policial.
Quando os índices educacionais
são positivos, é porque as políticas públicas
estão funcionando. Quando os indicadores são negativos,
é porque os professores não estão ensinando.
Falar mal do outro, é
apenas fazer um simples comentário. Ser o objeto do mal
falar, é intriga de fofoqueiro.
Um pobre que pega algo numa loja
é ladrão. Um rico surrupiando é cleptomaníaco.
Quem droga-se para ter coragem
é covarde. Quem tem coragem para drogar-se é estúpido.
Celebridade fazendo besteira
é excentricidade. Um anônimo, flagrado na mesma
asneira, é louco de pedra.
A saúde pública
no Brasil é quase perfeita, para quem não precisa
dela. Para quem não tem outra opção, uma
roleta russa.
Em países sérios
o povo vai às ruas cobrar seus direitos. Em outros, vai
pular carnaval.
Estou certo ou errado? Talvez
certo, talvez errado; talvez certo e errado ou nem certo, nem
errado. Xiii!!! Esse meu
desfecho ficou parecendo lero lero de político! Vá
de retro!!!
Ver
edição anterior
Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Maninha", de Chico Buarque
Nota para a seqüência Midi: *****
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