Aquele abraço, de Gilberto Gil
Tom: A Intro: E7/9 A7/6
E7/9 A7/6 Este samba vai para Dorival Caymmi João Gilberto e Caetano Veloso E7/9 A7/6 E7/9 A7/6 O Rio de Janeiro continua lindo E7/9 A7/6 E7/9 A7/6 O Rio de Janeiro continua sendo E7/9 A7/6 C#m7 O Rio de Janeiro, fevereiro e março F#7 Alô, Alô Realengo C#m7 Aquele abraço F#7 Alô torcida do flamengo C#m7 B7 Aquele abraço F#7 Alô, Alô Realengo C#m7 Aquele abraço F#7 Alô torcida do flamengo C#m7 B7 Aquele abraço (Olha o breque) E7/9 A7/6 E7/9 A7/6 Chacrinha continua balançando a pança E7/9 A7/6 E7/9 A7/6 E buzinando a moça e comandando a massa E7/9 A7/6 C#m7 E continua dando as ordens no terreiro
F#7 C#m7 Alô, Alô seu Chacrinha, Velho Guerreiro F#7 C#m7 Alô, Alô Terezinha, Rio de Janeiro F#7 C#m7 Alô, Alô seu Chacrinha, Velho Palhaço F#7 B7 Alô, Alô Terezinha, aquele abraço E7 A6 E Alô moçada da favela, aquele abraço A6 E Todo mundo da Portela, aquele abraço A6 E Todo mês de fevereiro, aquele passo A6 C#m7 Alô Banda de Ipanema, aquele abraço F#7 C#m7 Meu caminho pelo mundo, eu mesmo traço F#7 C#m7 A Bahia já me deu, régua e compasso F#7 C#m7 Quem sabe de mim sou eu, aquele abraço F#7 E Pra você que me esqueceu, aquele abraço A6 C#m7 Alô Rio de Janeiro, aquele abraço B7 (olha o breque) E7/9 A7/6 E7/9 A7/6 O Rio de Janeiro continua lindo E7/9 A7/6 E7/9 A7/6 O Rio de Janeiro continua sendo E7/9 A7/6 C#m7 O Rio de Janeiro, fevereiro e março F#7 Alô, Alô Realengo
C#m7 Aquele abraço F#7 Alô torcida do Flamengo C#m7 B7 Aquele abraço E Aquele abraço A6 E A todo povo brasileiro, aquele abraço A6 E Todo mês de fevereiro, aquele passo A6 E Alô moça da favela aquele abraço A6 (E A6) Todo mundo da Portela e do Salgueiro
E da Mangueira, e todo Rio de Janeiro
E todo mês de fevereiro, e todo povo brasileiro.
Texto extraído
do livro "A Canção no Tempo" "Em dezembro de 1968, no auge da repressão desencadeada pelo AI-5, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos e recolhidos a um quartel do Exército no subúrbio de Deodoro, no Rio de Janeiro. Meses depois, confinados na Bahia, os dois tiveram permissão da ditadura para exilar-se em Londres. Desse episódio ficou "Aquele Abraço", uma composição em que Gil despede-se do Rio e do povo brasileiro, em versos bem humorados cantados em ritmo de samba: 'O Rio de Janeiro continua lindo/O Rio de Janeiro continua sendo...' No livro todas as letras, o compositor conta que começou a fazer a canção em casa de Mariah Costa, mãe de Gal, numa visita ao Rio, quando negociava a liberação para o exílio. No avião, de volta para Salvador, ele a completou sobre uma melodia fácil a fim de não esquecê-la. Quanto ao mote "aquele abraço", esclarece: 'era assim que os soldados me saudavam no quartel'. O que Gil desconhecia era o fato de a expressão ter sido popularizada pelo comediante Lilico, que a usava como bordão num programa de televisão. 'Aquele Abraço' permaneceu durante dois meses em primeiro lugar nas paradas de sucesso e é a composição mais executada de Gilberto Gil". |
Aquele abraço
Por Luciano Pires,
profissional de comunicação,
jornalista, escritor, conferencista e cartunista
Gilberto Gil escreveu essa canção
em 1969, enquanto estava preso. Foi uma forma de sentir o gostinho da liberdade
da qual estava privado. O interessante foi ele escolher essa atitude tão
simpática: o abraço.
Acho que uma das maiores expressões de carinho de um ser humano é
o abraço. Normalmente mantemos uma distância das pessoas enquanto
falamos e interagimos.
O abraço é o momento em que rompemos essa barreira, invadindo
o espaço do outro.
Aquele ato de envolver outra pessoa em seus braços, de colocar os corações
juntos, aproximando as almas, é um momento raro de entrega, em que
as sensações se sobrepõem à razão.
E também acho que o abraço é brasileiro. Você já
abraçou um norte-americano?
Um europeu? Um japonês? Pois é...é diferente! Não
é ergonômico, confortável...
Não encaixa como o brasileiro...
Eu gosto muito de abraços. Considero o abraço um presente. Como
o sorriso e o olhar, é de graça. Quem dá não perde
nada, quem recebe ganha muito. E quando é dado com prazer e sinceridade,
é inesquecível. Uma forma de expressão.
Pais e mães abraçam filhos de
um jeito único, incapaz de ser reproduzido em outra pessoa. Crianças
abraçam outras crianças de forma desajeitada. Tem
abraços cheirosos. Abraços agressivos. Abraços sensuais.
Abraços fedidos. Abraços protocolares. Abraços sinceros.
Abraços hipócritas. Abraços apertados. Abraços
alegres. Abraços tristonhos. Abraços pontudos. Abraços
com os olhos. Abraços de urso.
E descobri que abraço vicia. Olha o caso do Lula, por exemplo. Quem
o conheceu nos anos 70, 80 e 90, com aquela carranca, acharia difícil
vê-lo distribuindo abraços. Pois eu acho que ele foi tão
abraçado na posse, que acabou ficando viciado. Abraçou o sem
terra e o fazendeiro. Abraçou o FHC e o Brizola. Abraçou o Sarney
e o Malvadeza. Abraçou o Fidel. Abraçou a Gisele. Abraçou
o Busch. Abraçou o Chaves. Abraçou o Blair. Outro dia acho que
abraçou até o Kadafi. E se bobear, ainda abraça o Papa...
No meio desse tiroteio todo, é divertido observar que o Lula inventou
o abraço democrático. Só podia ser brasileiro...
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Aquele abraço", de Gilberto Gil
Nota para a seqüência Midi: ****
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