O muro americano
Pesquisa do tema "emigração" por Isolda Harris, Dallas-Texas
Reportagem realizada em 1997
pela "Oficina
da Informação"
Reportagem e fotos: Carlos Alberto de Azevedo
Editor: Raimundo Rodrigues Pereira
Reedição de textos e tratamento de imagens: Roberto Bendia
Por Carlos Alberto de Azevedo, prêmio Esso de jornalismo em 1961, redator do jornal católico "Brasil Urgente" em 1963, logo depois redator de "O Cruzeiro". A seguir, foi um dos repórteres-redatores da histórica equipe da revista Realidade. Escreveu, com mais alguns companheiros na clandestinidade, "O Livro Legro da Ditadura Militar", precursor do "Tortura Nunca Mais". | ||
Realizou a série antológica de nove reportagens para a TV Globo, no Globo Rural, que descreve a viagem de uma boiada pelo Pantanal do Mato Grosso |
O mapa do muro
A fronteira entre os Estados
Unidos e o México é uma extensa linha de 3.140 quilômetros
que cruza a América do Norte, de Oeste para Sudeste, desde a
Califórnia, no Oceano Pacífico, até o sul do Texas,
no Golfo do México. Equivale à distância entre São
Paulo e Belém do Pará. Uma parte dela se estende por uma
linha reta de 1.123 quilômetros traçada através
do deserto de cactos e areia.
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A outra parte acompanha o leito do Rio Grande (para os mexicanos, Rio Bravo del Norte) por 2.018 quilômetros. |
Os primeiros metros do muro estão enterrados na areia da praia de Tijuana no Oceano Pacífico e separa essa cidade mexicana da Baja California, de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. É uma armação de 8 metros de altura, de barras verticais de cimento e aço, vazadas, que começa além da arrebentação, 150 metros mar adentro. Atravessa toda a praia e continua por uma colina acima, agora convertida | ||
numa cerca de ferro enferrujado, mais baixa e que se estende continuamente por 24 quilômetros para Leste, até às montanhas vizinhas. A partir daí, a linha de fronteira segue por 200 quilômetros através do deserto, definida por marcos de pedra instalados pelos norte-americanos. O muro de ferro reaparece nas vizinhanças de Caléxico (EUA) e Mexicali. Em seguida, a fronteira ruma para o Sul por 38 quilômetros acompanhando o rio Colorado. |
Depois, volta ao rumo Sudeste, numa linha reta de 200 quilômetros pelo deserto do Arizona, ou de Sonora, conforme o chamam no México, até as vilas fronteiriças de Lukeville e Sonoita. Aqui o muro é um alambrado alto de metal. Mais 250 quilômetros de linha reta e chega-se a Nogales. Aqui o muro reaparece reforçado. A mesma cerca de chapas de ferro, agora fortemente soldada ao chão por | ||
uma base de cimento. Empontos estratégicos, postes com luzes, câmeras de TV e sensores. |
Uma inflexão para Leste e mais 150 quilômetros até Douglas e Água Prieta. Nesse lugar, o muro está em construção. Arizona e Sonora ficaram para trás, a fronteira já corre entre Novo México e o Estado mexicano de Chihuahua. | ||
Mais 350 quilômetros
até El Paso e Ciudad Juárez, portão de entrada
do Texas. Nesse ponto, a fronteira se encontra com o Rio Grande, que
passa a ser a linha de limites. Canalizado, o rio corre entre rampas
de cimento separando as duas cidades. O muro reaparece na forma de alambrado
implantado na margem do rio ao longo das cidades e arredores. Adiante
a fronteira é demarcada pelo rio.
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O Rio Grande corre então por entre canyons escavados nas rochas da Sierra Madre Oriental e seu curso forma um cotovelo, voltando-se para o rumo Nordeste. Depois faz uma flexão para o Leste e para o Sudeste, chegando a Del Rio e Ciudad Acuña cerca de 600 quilômetros depois. Além do rio separando essas cidades, só há um alambrado nas proximidades da Alfândega.
Mais 150 quilômetros para Sudeste e a linha de fronteira chega a Eagle Pass e Piedras Negras, onde só o rio separa os dois lados. Daqui para o Sul, intensifica-se a vigilância da polícia de fronteira. Outros 200 quilômetros e a fronteira alcança Laredo, Texas e Nuevo Laredo, no Estado de Nuevo Leon. O muro reaparece na área urbana. |
O Rio Grande segue seu curso por 250 quilômetros até McAllen, Texas, e Reynosa, no Estado de Tamaulipas. O muro está presente na área urbana.
Os últimos 100
quilômetros da fronteira se desenvolvem no estuário do
Rio Grande em sua chegada ao Golfo do México, nas cidades de
Brownsville e Matamoros. O rio se espalha em canais, baías e
restingas e a linha de fronteira fica menos precisa, porém, intensamente
policiada.
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Música
de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Sanfona",
de Egberto Gismonte. Seqüêencia em MIDI: Egberto Gismonte
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