Alimento do espírito

Articulação do Jornal dos Amigos

Ouvi há muito tempo um pastor de uma igreja adventista dizer (se não me engano seu nome era Alejandro Bullón) como ele convencia as pessoas sobre questões espirituais, falando sobre a vida e a morte. Ele explicava que o ateu tem 50% de chance de acreditar que após a morte tudo se encerra, nada existe além da vida terrena. Mas que ele, com sua fé inabalável, tinha 50% de chance de acreditar que após sua morte seu espírito estaria ao lado do pai celestial, não só pela sua crença, mas pelas suas boas obras. E ele perguntava: "Quem leva vantagem?".

Nos estudos bíblicos aprendemos que o corpo é dividido em três partes: corpo, alma e espírito. O espírito é privilégio dos humanos. A alma é energia dos seres vivos, é o sentimento de vida, é a própria vida. O espírito, esse fica em volta do corpo e se separa após a morte. Por isso é que quando oramos para Deus é preciso alcançar primeiro nosso espírito. Só esse se comunica com a divindade, não a alma. O espírito é quem vai encontrar Deus ou o Diabo após a morte.

Mesmo que você não acredite no que leu, continue lendo. Vai fazer bem para sua mente.

Falamos da alma - o que pode ser traduzido por mente. Essa é alimentada todos os dias com sentidos e informações.

Que tipo de informações você alimenta sua alma, ou melhor, sua mente? Quando você abre o jornal logo cedo, o que você costuma buscar primeiro? As boas notícias, a página policial ou esportes?

Se você chega a uma sala de espera e percebe sobre a mesinha vários tipos de revistas, qual delas você escolhe? Mulheres com corpo desnudado, informações técnicas ou reportagens?

Ao ligar a TV, que tipo de programação assiste? Programas de auditório, noticiário, humorismo ou novelas?

Ao navegar pela Internet, que assuntos você prefere? Só recebe e envia e-mails? Que tipo?

Dos acontecimentos diários, das cenas que presencia, das paisagens que vê, o que você costuma observar com mais atenção e guardar em seu arquivo mental?

Se essas perguntas lhe parecem sem importância, na verdade elas moldam suas atitudes, suas emoções, sua vida. Você é o que pensa e o que sente, todas as suas reações dependem das
informações acumuladas no dia-a-dia.

Se você costuma guardar sempre a parte boa, positiva, nobre, quando alguma situação difícil, constrangedora lhe tomar de assalto, você irá agir com lucidez, tranqüilidade e nobreza. Mas, se procura alimentar sua mente com desgraças, fatos negativos, os desequilíbrios e as desarmonias humanas, haverá reação correspondente impregnando sua mente, sua alma.

Assim, dependendo do que você alimenta sua mente, sua alma transmite para o espírito. Por isso é desejável que as informações do dia-a-dia -que são milhares- sejam filtradas, condizentes com o estado de perfeita satisfação física e moral.

Comece pela manhã buscando as melhores imagens que compõem a paisagem por onde você passa. Você já reparou na árvore em frente a sua casa? Ela dá flores? Você houve os passarinhos?

Acorde cedo de vez em quando. Observe o amanhecer, as cores que a natureza traz, as paisagens que o dia vai lhe oferecer.

Procure saber sobre a fase da lua. Esse satélite exerce grande influência na vida terrestre. Contemple-o, mesmo sabendo que sob seus raios de luz existe a violência, a injustiça, a dor...

Admire o pôr-do-sol, ainda que ronde os perigos que surgem com a escuridão.

Observe com atenção o inverno, mesmo que a paisagem não lhe pareça agradável, pois é a vida que dorme para surgir, ainda mais exuberante, com a primavera.

Detenha-se para observar o sorriso de uma criança, que nem sempre oferecemos o simples gesto de sorrir para ela.

Sua vida íntima é alimentada pelo que você valoriza. Se você nutri a esperança, alimente-a com valores nobres. Se você quer a paz, enalteça-a com atitudes correspondentes, escolhendo sempre a parte boa de tudo que lhe cerca.

Mesmo que você não acredite que tenha 50% de chance de estar ao lado do Todo Poderoso nas esferas celestiais, o bom alimento ao espírito certamente fará com que você chegue muito perto Dêle. E tenha certeza, você vai gostar...


A escola de Cristo e a escola dos homens
Enviado pela autora, Niterói-RJ

Por Ivone Boechat, poetisa
16 dezembro, 2006

Hoje, fala-se na educação moderna, discutem-se leis e métodos que poderiam socorrer os "cansados e oprimidos" da escola dos homens, todavia, os espe- cialistas da educação esqueceram-se de estudar e ana- lisar a estrutura e o funcionamento da escola que Jesus propõe à humanidade.

O Serviço de Orientação Educacional tem funcionado, na maioria de nossas escolas, como delegacia de polícia, para onde são encaminhadas crianças com problema; depois, por falta de pedagogia, são transferidas, expulsas, discriminadas, reprovadas e re- gistradas no rol da evasão.

Cristo fez tudo diferente.

Certa vez, o Mestre estava na Galiléia e as crianças, como sempre o rodearam, porém, os discípulos (chefes de disciplina) ficaram preocupados e começaram e levá-las para longe. Só que foram severamente advertidos: "Deixai vir a mim as crianças" (Lc. 18:16). O conselho de classe de nossas escolas geralmente consiste no encontro periódico do corpo docente para "avaliar" o desempenho dos alunos na aprendi- zagem. É um julgamento apressado. O aluno é culpado por todo tipo de fracasso. Só ele falhou, só ele mora longe, é mal alimentado, não se interessou e não aprendeu. Sob a batuta de "especialistas", vem o resultado, ano após ano: reprovação em massa. O réu é condenado e, se algum professor "bonzinho" erguer sua voz em defesa, quase é massacrado:
- Assim a educação não vai pra frente!
- Você vai aprovar todo mundo?

Cristo fez diferente.

Um dia, Ele estava no templo, ensinando, quan- do "professores, escribas e fariseus" trouxeram uma aluna em falta grave. Já haviam realizado o conselho de classe entre eles e resolveram reprová-la. Uns citavam artigos da Lei de Moisés (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), outros alegavam seu comportamento, porém queriam ouvir a palavra final do Mestre. Perplexos, viram quando Ele se dirigiu não a eles, mas a ela: "Vai e não peques mais" ( Jo. 8:11).

Jesus criou o conselho de classe para avaliar o processo educacional, onde destaca sobretudo o pro- fessor. Isto ficou muito claro, principalmente, no dia em que se colocou no meio de seus discípulos e perguntou: "E vós quem dizeis que eu sou?".

Nem seria preciso mais dizer, mas a gente diz que o sistema de recuperação que se implanta por aí não recupera. Na Escola de Cristo é diferente. O aluno Pedro estava em recuperação e o Mestre preparou-lhe um teste oral, com apenas três perguntas:
- Pedro, amas-me?
- Senhor, tu sabes que te amo.
- Pedro, amas-me?
- Senhor, tu sabes que te amo.
- Pedro, amas-me?
- Sim, Senhor, tu sabes que te amo.

Foi uma prova duríssima, mas Pedro foi aprovado e ainda levou o dever de casa: "Apascenta minhas ovelhas" (Jo. 21:16).

Os estudantes da Escola Profissionalizante de Cristo saem habilitados como "pescadores de homens".

O problema da evasão é tratado com muita firmeza: "Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, perdendo uma delas, não deixa noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida, até que a encon- tre?" (Lc.15:4). Jesus orava preocupado com a estatística de um aluno perdido na turma de 100. E nós? De cada 100 alunos matriculados na 1ª série do 1º grau, somente oito chegam ao 2º grau.

Jesus mostrou-se preocupado não só com alunos perdidos, que abandonam a escola. Ao contar a pará- bola dos que se perdem dentro da escola: "varrer a casa, buscando-o até encontrá-lo" (Lc. 19:5).

Quem fundou a obra educacional de recuperação dos meninos de rua foi Jesus (Mc. 9:42). Ele criou também o Centro de Estudos Supletivos. Havia aulas durante todos os dias da semana: de manhã, à tarde e à noite. Zaqueu, chefe dos publicanos, cobrador desonesto de impostos, fez sua matrícula de cima da árvore e começou a estudar, naquele mesmo dia, em casa (Lc. 19:5). Nicodemos, príncipe dos judeus, preferiu estudar à noite, levando no caderno de anotações as suas dúvidas. Após a primeira aula, levou a resposta de tudo e uma advertência: "Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas?"

Na Escola de Cristo, estudavam ricos e pobres. Quando fundou a Educação Especial, após a aula, curou a todos. Não temos esse poder, todavia, temos o dever de respeitar os deficientes físicos e também a obrigação constitucional de fazê-los parte integrada do sistema educacional (Mt. 15:31-32).

E a merenda escolar? Basta ler a narração bíblica da multiplicação dos pães para responder a pergunta. Todas as vezes que o Mestre se demorava um pouco mais nas suas aulas, ele mesmo providenciava a merenda (Mt. 14:17; Mt. 15:36; Lc. 15:32).

Jesus sempre trabalhou em equipe, não fazia o que os discípulos podiam fazer. O que mais nos chama a atenção aconteceu numa aula, dentro do cemitério de Betânia. Todos choravam pela morte de Lázaro e ele mesmo chorou, quando chegou à cidade. Seguido por grande multidão (suas turmas eram enormes), foi visitar o túmulo, mas uma pedra o impedia de ver o defunto. Com seu poder, bastava ordenar e a pedra se tornaria pó. Não. Preferiu trabalhar em equipe: "Tirai a pedra" (Jo 11:39).

O alunos da Escola de Cristo são tratados com justiça e igualdade. Judas que tanto lhe perturbou o magistério não foi expulso nem transferido: estudou na sua escola até o fim.

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Música e autoria desconhecida

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Belo Horizonte, 19 julho, 2007

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