O perigo da gordura hidrogenada
Enviada por Jurema Dias, Lisboa-Portugal

Autoria desconhecida
28 dezembro, 2004

Desconfie dos alimentos sequinhos, aqueles que são fritos, mas não ficam oleosos. A receita desse "milagre" chama-se gordura hidrogenada e, ao contrário do que pensa a maioria, faz muito mal à saúde  

Estudos recentes mostram que esse tipo de gordura é pior que a saturada -de
origem animal- do ponto de vista cardiovascular. A causa: ela "plastifica" os vasos levando a infartos e derrames.
Quem garante é a endocrinologista Rosina Erthal Vilella, que pesquisa o assunto há anos e explica o mal que faz essa gordura, também chamada de "Trans".

O problema, segundo ela, é que os alimentos hidrogenados não se resumem a frituras. Biscoitos, sorvetes, chocolate, macarrão de preparo rápido, chips e temperos prontos, só para citar alguns exemplos, fazem parte da grande lista. E o preocupante, de acordo com Rosina, é justamente a variedade de alimentos que levam esse tipo de gordura, porque eles acabam sendo ingeridos por crianças, jovens, adultos e idosos. "As pessoas estão sendo enganadas. Acreditam que estão comendo algo que faz bem, ou não faz tão mal para a saúde. E, na verdade, é justamente o oposto", diz ela.

A gordura hidrogenada é uma gordura vegetal que foi criada pela indústria para ser uma alternativa à gordura saturada, a do bacon, da lingüiça, da picanha etc. Como não existe gordura no mundo vegetal - somente óleos - foi criado, então, um processo de transformação desses óleos vegetais em gordura sólida. Aí começa o problema.

Os óleos são colocados em uma câmara com gás hidrogênio -daí, o nome hidrogenada- com alta pressão e alta temperatura, e o resultado não seria bem visto -e muito menos comido- por ninguém. Os óleos se transformam em uma pasta preta, com mau cheiro, que precisa ser alvejada para ficar sem cor e desodorizada para ficar sem cheiro.

"Ela deixa tudo crocante porque solidifica nos alimentos após a fritura, formando uma casquinha. Isso acontece também nos vasos sanguíneos que ficam impedidos de dilatar", esclarece a endocrinologista. Por isso, de acordo com a médica, está se tornando comum esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de qualquer esporte. "Durante a atividade física, o fluxo sangüíneo aumenta, mas o vaso não dilata para a passagem do sangue. É quando ocorre o infarto", comenta.

Alguns alimentos que contêm gordura hidrogenada:

As conseqüências do consumo desenfreado de gordura hidrogenada são pouco divulgadas no Brasil. O mesmo, porém, não tem ocorrido nos países desenvolvidos. Em 1994, epidemiologistas da Universidade de Harvard atribuíram ao consumo da gordura hidrogenada até 100 mil mortes prematuras por ano nos Estados Unidos.

Desde essa época, eles pediram ao Foods and Drugs Administration (FDA) -órgão regulador de alimentos e medicamentos dos EUA- alterações nos rótulos nutricionais que informassem aos consumidores o quanto de gordura Trans continha cada alimento. Nada foi feito.

Cientistas relacionaram o consumo dessa gordura vegetal a doenças metabólicas, ou à chamada Síndrome Metabólica - aumento da cintura abdominal, diabetes tipo 2, alterações dos lipídeos sangüíneos, hipertensão arterial e esteatose hepática (fígado gorduroso).

Origem

A descrição dessa síndrome -inicialmente chamada de Quarteto da Morte, em 1984- coincide com o início do uso maciço dos hidrogenados pela indústria alimentícia americana.

O epidemiologista-chefe da Escola de Medicina de Harvard, Walter Willet, diz no site www.transfreeamerica.org que a introdução dos hidrogenados na alimentação foi o maior desastre da história alimentícia nos EUA. Resultou numa epidemia de obesidade e demais doenças.

Em 2001, foi divulgado um estudo -feito em 84 mil enfermeiras, durante 14 anos- no qual ficou confirmado que a principal gordura relacionada ao diabetes e ao aumento do colesterol e triglicerídios era a hidrogenada.

No ano seguinte, cientistas americanos pediram um novo estudo. Queriam que ficasse claro o quanto de gordura hidrogenada uma pessoa poderia consumir por dia, sem prejudicar sua saúde. O resultado foi surpreendente: zero.

Há relatos também da associação de hidrogenados com vários tipos de câncer.


Anotações da reportagem de Paula Neiva publicada na
revista Veja, edição nº 1893, de 23 de fevereiro de 2005

Da editoria do Jornal dos Amigos
27 março, 2005

A ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, determinou que até 2006 os rótulos dos alimentos industrializados devem informar ao consumidor sobre a quantidade de gordura trans contida no produto.

Sugestão: não ingerir, em hipótese alguma, gordura hidrogenada.

Nota editor

O seu editor pesquisou em grande supermercado de Belo Horizonte a veracidade sobre gordura hidrogenada nos alimentos. Realmente, a maioria dos alimentos citados contém a tal da gordura 'trans". Fogem à regra os chocolates da Lacta, que utilizam manteiga, os pães de forma "Paulo Emílio" e "Boa Vida", que utilizam óleo de girassol na composição da massa. Por causa da gordura hidrogenada, deixamos de consumir sorvetes, bolos, biscoitos e algumas marcas de pão de forma industrializados.

Na pesquisa chamou-nos a atenção sobre a composição dos chamados embutidos. O salaminho da Sadia contém gordura vegetal. Já as lingüiças de porco das grandes marcas trazem agora na composição, além da carne suina, "carne de ave mecanicamente separada", amido, às vezes soja, e uma variedade química para conservação.

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Veja mais sobre gordura vegetal (Trans):


VERSUS

Por dr. José Geraldo Ferreira Gonçalves, do
Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini
www.hermespardini.com.br

Da editoria do Jornal dos Amigos

Você sabe quais são as diferenças entre os males da manteiga e da margarina?

Ambas têm a mesma quantidade de calorias. A manteiga tem um pouquinho mais de gordura saturada - 8 gramas contra 5 gramas da margarina.

Sobre a manteiga

A ingestão de manteiga aumenta a absorção de muitos nutrientes presentes em outros alimentos. A manteiga traz mais benefícios nutricionais, enquanto que o pouco que a margarina traz lhe foi adicionado!

A manteiga é muito mais gostosa do que a margarina e pode melhorar o sabor de outros alimentos. A manteiga existe há séculos, a margarina há menos de 100 anos.

Sobre a margarina

A ingestão de margarina pode aumentar em 53% a incidência de doenças cardíacas em mulheres, quando consumida na mesma quantidade que a manteiga, segundo um estudo recente da Universidade de Harvard. A margarina contém:

E o fato mais perturbador: a diferença entre o plástico e a margarina é de UMA MOLÉCULA!!! Basta saber disso para evitar, por toda a vida, a margarina e tudo o que for hidrogenado (isso significa que acrescentaram hidrogênio, mudando a estrutura molecular da substância).

Você pode experimentar por si mesmo. Compre uma embalagem de margarina e coloque-a aberta em algum espaço sombreado ao ar livre. Em poucos dias você notará dois fatos:

  1. Nenhuma mosca (nem aquelas terríveis mosquinhas das frutas) vai chegar perto dela (isso lhe diz alguma coisa?);
  2. Não vai apodrecer, nem ficar com cheiro esquisito. Como não tem nenhum valor nutritivo, nada crescerá nela, nem mesmo aqueles microorganismos minúsculos encontrarão ali ambiente próprio para viver.

Por que?

Porque é quase plástico. E você derreteria seus potes de plástico para passar no seu pão? 

Maiores informações sobre gordura vegetal podem ser obtidas nos sites:


Alimentação alternativa

Fonte: Acessa.com

Para driblar as gordurinhas vilãs, aumente a ingestão de fibras, opte por arroz integral, verduras, frutas, aveia e cereais matinais.

Troque o leite gordo por um destanatado, evite frios e carnes gordurosas. O consumo de óleo mensal deve ser de meio litro por mês.

O azeite extra-virgem se transforma um veneno, se aquecido. O mesmo vale para óleos vegetais, a base de nozes, canola, castanhas. Outra dica importante é evitar o aquecimento dos itens que possuem gordura vegetal.

Calcula-se que de toda gordura que comemos (30% das calorias, cerca de 450 calorias diárias em média), 10% no máximo deve ser de gordura saturada (gordura animal, manteiga e gordura contida nas carnes), 10% de gordura monoinsaturada (principalmente o azeite, canola e açafrão, os chamados ômega 9) e 10% dos poliinsaturados (ômega 3: óleo de linhaça de pescado, de atum, salmão e arengue e os ômega 6: milho, soja, algodão e girassol).

O importante é não abusar do consumo de ácidos graxos poliinsaturados, pois seu excesso também é prejudicial á saúde. A diminuição do consumo de lipídios (gorduras - principalmente em dietas feitas por leigos) abaixo de 20% do valor calórico, diminui a produção de hormônios anabolizantes endógenos, o que pode diminuir a massa magra (músculo) e conseqüente provocar uma diminuição do metabolismo, levando o indivíduo a ganhar peso ao longo do tempo, ao invés de perder.


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"O negócio e amar", de Dolores Duran e Carlos Lira
Seqüência Midi: Ed Pupone
Nota para a seqüência Midi: *****

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Belo Horizonte, 23 agosto, 2005

Saúde